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- O ICO é considerado uma forma de financiar um projeto de blockchain com o intuito de distribuir o aporte para diferentes investidores. Entretanto, como qualquer aplicação financeira, existem riscos
- A diferença também está na regulação. “Não existe uma regulamentação clara, mundialmente testada e reconhecida para o ICO. Diferentemente do IPO, que possui regras, limitações e auditorias em cada operação"
- “O risco é tão extremo que fica difícil, inclusive, a leitura para entender o potencial. A não ser que você esteja envolvido com a empresa e a equipe responsável, é muito mais arriscado do que comprar uma cripto que já tenha sido lançada no mercado” aponta analista
No mercado de capitais, a sigla IPO, referente à Oferta Inicial Pública é um dos termos mais conhecidos. Quando volta-se o olhar para as criptomoedas, o P transforma-se em C e corresponde à Oferta Inicial de Moedas (ICO, no inglês). Mas qual a diferença entre os dois serviços? Como é possível lucrar aplicando no “nascimento” de uma nova moeda digital?
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O ICO é considerado uma forma de financiar um projeto de blockchain com o intuito de distribuir o aporte para diferentes investidores. Entretanto, como qualquer aplicação financeira, existem riscos.
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), reconhece que, mesmo que haja um maior desenvolvimento do sistema financeiro e de serviços, há também um aumento de riscos e fraudes por conta da menor regulação, se comparado ao mercado tradicional.
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“Apesar do nome ser próximo e do ICO ser constantemente comparado com IPO, a diferença é bem discrepante”, aponta André Franco, analista de criptoativos da Empiricus.
Segundo Franco, umas das principais diferenças é que, no IPO, a empresa já teve o modelo de negócio testado e aprovado por consumidores e pelo mercado há algum tempo ou, em alguns casos, a companhia apresentou crescimento vertiginoso e tem capacidade de dar continuidade, mesmo que não tenha grandes lucros até então. “Isso acontece no caso de empresas que atingiram o limite do crescimento e precisam captar montantes para continuar na mesma velocidade”, explica.
Além disso, a diferença também está na regulação. “Não existe uma regulamentação clara, mundialmente testada e reconhecida para o ICO. Diferentemente do IPO, que possui regras, limitações e auditorias em cada operação.
“As Bolsas de cada país avaliam se existe alguma fraude na empresa que deseja abrir capital, por exemplo. Já o processo do ICO não tem esse crivo. Qualquer pessoa pode anunciar um documento com a ideia e a projeção da captação”, explica.
Vale a pena aplicar?
“O risco é tão extremo que fica difícil, inclusive, a leitura para entender o potencial. A não ser que você esteja envolvido com a empresa e a equipe responsável, é muito mais arriscado do que comprar uma cripto que já tenha sido lançada no mercado” aponta o analista.
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Segundo ele, especialmente para o investidor mais leigo, é um risco desnecessário. De qualquer forma, a semelhança está em conhecer o projeto, o modelo de negócio e o que ele se propõe a resolver.
Por outro lado, assim como existem possibilidades do ativo não crescer e valorizar, existem moedas que mostraram altas significativas desde o início das operações.
“Se você optar por investir nesses produtos, faça perguntas e exija respostas claras”, alerta a SEC.
A plataforma CoinGecko, uma das principais ferramentas da classe, elaborou uma classificação de pontos para avaliação dos processos, o Gecko ICO Score.
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De acordo com Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, é essencial que o investidor reconheça os criptoativos como detentores de volatilidade mais alta que outras classes de renda variável mais tradicionais como a Bolsa.
“Como qualquer outro ativo, há riscos. É normal termos oscilações de 10% ou mais em um dia, o que é bem diferente da bolsa”, comenta. Ele ainda destaca que a tendência é que o mercado evolua cada vez mais com a entrada de pequenos e grandes novos investidores, o que possibilita a atenção de novos públicos e a expansão de negócios.
Processo
Assim como no exterior existem diferentes moedas além das famosas Bitcoins, Ethereum, Cardano, por exemplo, existem criptomoedas de origem nacional. Seja com o objetivo de usar o ativo em jogos, financiamentos ou pagamentos, elas buscam promover a descentralização financeira.
Em processo de ICO, a FinbyCoin iniciou a terceira etapa do processo com 88 milhões de tokens a US$ 2,00 cada moeda segundo explica Marcos Lecasi, CEO da Finby. Lecasi defende que, em contrapartida ao IPO, o ICO tem um custo de aquisição mais baixo porque não ter a participação de diferentes bancos, por exemplo. “No ICO, a oferta é realizada diretamente com a empresa responsável, o que diminui custos, que serão transformados em lucros no futuro”, aponta.
Ele explica que o processo pode ser feito também por parte de uma Oferta Inicial de Exchange (IEO, na sigla em inglês), o que significa uma evolução das operações. Desse formato, o processo de abertura é realizado por meio de uma plataforma intermediadora.
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A SEC (equivalente à CVM) reconhece as IEOs, mas ressalta que o investidor deve conferir se a plataforma mediadora é regulamentada. “Alegações de novas tecnologias e produtos financeiros, como aqueles associados a ofertas de ativos digitais, e alegações de que os IEOs são avaliados por plataformas de negociação, podem ser usadas indevidamente para atrair investidores com a falsa promessa de altos retornos em um novo espaço de investimento”, alerta a Comissão de Valores Imobiliários Americana.