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- Ao longo do mês de fevereiro, a criptomoeda Stacks (STX) foi a que mais se destacou com uma valorização de 200% no acumulado mensa
- A ausência de novos estresses no setor cripto, como ocorreu em 2022, permitiu que os ativos pudessem conquistar espaço no mercado financeiro
Por ora, o mercado de criptomoedas segue estável e sem novos desdobramentos dos casos de insolvência das empresas do setor, como no fim do ano passado. A calmaria abre espaço para os ativos conquistarem novos patamares de preço.
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A única barreira encontrada, até agora, é o cenário macroeconômico desafiador com a taxa de juros em patamares elevados nos principais mercados, em especial nos Estados Unidos. Segundo Lucca Benedetti, analista do Mercado Bitcoin, fevereiro foi marcado por alguns dados da inflação, como o índice de preços de gastos com consumo (PCE sigla em inglês), acima do esperado, o que trouxe preocupação para o mercado de criptomoedas.
Mesmo assim, alguns ativos conseguiram ganhar destaque. Segundo levantamento do MB a pedido do E-Investidor, das 50 maiores criptomoedas em valor de mercado, 19 conseguiram acumular ganhos nos últimos 28 dias. Desse total, o ativo Stacks (STX) foi a que apresentou a maior valorização, com uma alta de 200% em fevereiro.
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Na avaliação de Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, o bom desempenho se deve à solução que o ativo oferece ao mercado para o desenvolvimento de novos contratos inteligentes dentro da rede de blockchain do bitcoin. Entenda nesta reportagem o que é uma smart contract ou contrato inteligente.
“Atualmente, a rede blockchain do bitcoin é muito engessada porque a moeda foi criada com o propósito de ser apenas dinheiro”, afirma. No entanto, o principal motivo para o ganho expressivo se deve a um movimento dos investidores em transformar frações do BTC em NFTs (tokens não fungíveis) na rede de blockchain do bitcoin.
“Isso gera um problema muito grande porque você passa a ter frações do BTC com valores diferentes uma das outras. A Stacks traz soluções para isso e consegue organizar e que seja feita de maneira mais eficiente (por meio de contratos inteligentes)”, diz Medeiros.
A criptomoeda The Graph (GRT) foi a segunda com a maior valorização no acumulado mensal, com alta de 64,1%. E assim como ocorreu com a Stacks, algumas razões particulares do ativo ajudaram na boa performance nas últimas semanas.
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A GRT) é uma criptomoeda de organização de dados e utiliza a tecnologia de Inteligência Artificial para realizar essa tarefa nas redes de blockchain. Como o assunto ganhou relevância em virtude da popularidade do ChatGPT, o mercado associou esse ativo a esse movimento de “euforia”.
“Tudo que se refere a inteligência artificial no mercado de criptomoedas tem ficado acima da média do mercado. Obviamente, a valorização se baseia em especulação, como foi o caso do The Graph”, diz o analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos.
A Lido DAO (LDO) aparece em seguida no ranking das maiores alta no universo cripto. Em fevereiro, o ativo saltou 34,1% no acumulado mensal. O bom desempenho está associado às vantagens que o ativo oferece aos mineradores após a atualização da rede do ethereum de proof-of-work (prova de trabalho, em tradução livre) para o proof-of-stake (prova de participação, em tradução livre).
Segundo Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset, o proof-of-stake (PoS) da Ethereum exige do validador 32 ETHs, o que para muito usuários é inviável. A Lido DAO permite que os usuários participem do PoS da Ethereum com uma quantidade menor. “Então, o investidor pode participar do staking de ETH e ter liquidez, pois quando ele coloca seus ETH na Lido ele ganha em troca um token que representa seus ethers e pode utilizá-los em outras plataformas DeFi (finanças descentralizadas)”, explica Ferreira.
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As criptomoedas OKB (OKB) e a Filecoin (FIL) também apareceram no ranking com valorização de 30,5% e 21,3%, respectivamente. Já o bitcoin sofreu uma desvalorização de 1,34%, enquanto o ethereum apresentou um recuo de 0,5%.