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Criptomoedas

Criptomoedas do metaverso são as que mais valorizaram em 2021

O token Gala (GALA), por exemplo, saltou 52.000% no ano passado

Criptomoedas do metaverso são as que mais valorizaram em 2021
Apesar da boa performance, os analistas recomendam aos investidores não destinar a maior parte dos recursos nessas moedas digitais devido à alta volatilidade. (Foto: Envato Elements)
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  • As criptomoedas associadas ao metaverso e a games baseados em blockchain são os ativos do segmento que mais se valorizaram em 2021. O token Gala (GALA), por exemplo, saltou 52.000% no ano passado e foi o principal destaque da categoria
  • Especialista acredita que os ativos associados a games em blockchains devem seguir em alta devido à nova tendência de mercado que as moedas trouxeram para o mundo de cripto

(Daniel Rocha e Jenne Andrade) –  As criptomoedas associadas ao metaverso e aos games baseados em blockchain são os ativos do segmento que mais se valorizaram em 2021. O token Gala (GALA), por exemplo, saltou 52.000% no ano passado e foi o principal destaque da categoria.

Criada pelo estúdio Gala Games, a cripto pode ser usada como meio de troca dentro do ecossistema de jogos on-line do estilo ‘play-to-earn’ e passou de R$ 0,005 em dezembro de 2020 para R$ 2,63 em dezembro do ano passado.

O play-to-earn (ou jogar-para-ganhar, em português) é um novo modelo de negócios na indústria dos games em que os usuários são recompensados com criptomoedas, tokens ou NFTs à medida que avançam no jogo.

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Dessa forma, acontece a união de ativos digitais aos games. Outras ‘gamecoins’ que aparecem na sequência entre as melhores rentabilidades são a Axie Infinity (AXS), ligada ao game de cartas de mesmo nome, e The Sandbox (SAND), nativa do jogo colaborativo Sandbox. Os ativos digitais registraram altas de 18.000% e 17.000% no período, respectivamente.

Os dados são da plataforma Coinmarketcap e foram enviados ao E-Investidor pela Hashdex, gestora especializada em criptomoedas. O levantamento levou em consideração todas as criptomoedas com uma capitalização de mercado superior a US$ 100 milhões. Os números representam a valorização dos ativos digitais desde o dia 31 de dezembro de 2020 até 27 de dezembro de 2021.

Ativo Valorização em 2021
Gala (GALA) 52 mil %
Axie Infinity (AXS) 18 mil %
The Sandbox (SAND) 17 mil %
Polygon (MATIC) 15 mil %
Terra (LUNA) 14 mil %

Fonte: Coinmarketcap e Hashdex

Apesar da boa performance, os analistas recomendam aos investidores não destinar a maior parte dos recursos nessas moedas digitais devido à alta volatilidade. Isso significa que esses ativos possuem um nível de risco bastante elevado, proporcional às rentabilidades bem acima das observadas no mercado financeiro tradicional. Equilibrar risco e retorno é o ponto central quando o assunto é montar uma carteira.

“Quando olhamos os últimos anos, a bolsa brasileira deu mais frustrações que alegrias aos seus investidores. O caso dos criptoativos foi o oposto. Independentemente dos retornos que observamos no passado, os criptoativos possuem uma correlação baixa com as ações brasileiras, de tal maneira que a adição de uma fração moderada a criptoativos, entre 10% e 20%, tende a manter ou mesmo reduzir o risco da carteira de ações”, explica João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex.

A nova era da internet

Na avaliação de Caio Villa, diretor de investimentos exchange de criptomoedas Uniera, quando os games on-line em blockchain passaram a oferecer ganhos reais aos seus jogadores, os ativos associados a esses jogos despertaram o interesse dos investidores. “Criou-se uma economia gigantesca. Esse foi o principal motivo para que essas moedas tenham se valorizado”, ressalta Villa.

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Fora o fato de os jogadores terem a possibilidade de acumular criptoativos, a explosão de projetos voltados ao ‘metaverso’ sustentou a alta desse tipo de token. Em outubro, o Facebook mudou de nome para ‘Meta’, o que despertou a atenção dos investidores para o tema.

Em poucas palavras, o metaverso é um universo virtual em que as pessoas poderão navegar por meio de avatares. O conceito faz lembrar os episódios futuristas de série Black Mirror, em que por meio de um óculos de realidade aumentada, os usuários entram dentro de um mundo completamente digital.

Esta possível ‘nova era da internet’ se tornou a grande aposta de Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, para o futuro da rede social. E a utilização de criptomoedas e NFTs em games pode ser a porta de entrada para essa nova socialização digital.

“O Facebook é uma das empresas mais valiosas do mundo. Trocar o seu nome para Meta já mostra que nos próximos anos o Facebook vai focar no metaverso”, explica Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, escola de educação corporativa. Essa tecnologia está presente em games como The Sandbox e Axie Infinity.

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Orlando Telles, sócio fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos, acredita que os ativos associados a games em blockchains devem seguir em alta devido à nova tendência de mercado que as moedas trouxeram para o mundo de cripto.

No entanto, é preciso ter cautela na hora de investir mesmo com a alta valorização. Para Lago, os investidores não devem destinar a maior parte dos aportes financeiros nos ativos ligados a games e ao metaverso. A estratégia visa reduzir os riscos do investimento. “A maior parte do seu capital deve ficar alocado em Bitcoin e ETH. Aí você destina 20% a 30% para aplicar em outras moedas, como Axie Infinity”, recomenda Lago.

Bitcoin e ETH

As tradicionais moedas Bitcoin e Ethereum (ETH) ficaram de fora do levantamento das criptomoedas que mais deram retorno ao longo do ano passado.

Segundo João Marco Cunha, gestor de portfólios na Hashdex, a menor valorização se deve ao espaço que essas moedas já conquistaram no mercado. “Temos ativos que multiplicaram por 100 e por 500. Não esperamos que isso aconteça com as grandes moedas porque elas já estão consolidadas no mercado”, diz Cunha.

Mas a dificuldade dessas criptomoedas apresentarem saltos tão grandes quanto as gamecoins não significa que esses ativos não se valorizaram durante o ano. Em 2021, o BTC e o ETH subiram 59,4% e 400,3%, respectivamente. Para efeito de comparação, no mesmo período o Ibovespa apresentou queda de -11,9%.

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Por outro lado, segundo dados da Economatica, a volatilidade do principal índice de ações da B3 foi de 21,03%, contra uma oscilação de quase 70% do bitcoin, o que traz novamente à tona a questão de equilibrar riscos e retornos.

Retorno x Volatilidade dos índices em comparação ao Bitcoin
Nome Pais Sede Retorno
em 2021 (%)
Volatilidade
em 2021 (%)
Bitcoin 59,40 69,90
S&P Merval AR 63,00 31,30
S&P 500 US 26,89 13,08
Nasdaq – Composite US 21,39 18,01
Indice Prec Y Cotiz MX 20,89 14,04
Dow Jones Index US 18,73 12,41
Ipsa CL 2,94 25,96
Sp/Bvl Peru General PE 1,42 24,19
Msci Colcap CO -1,87 15,86
Ibovespa BR -11,93 21,03
Fonte: Economatica
*Índices da América Latina e América do Norte, com exceção do Canadá

De acordo com os dados da plataforma Coinmarketcap, até o dia 28 de dezembro de 2021 o Bitcoin acumulava um valor de mercado de US$ 898 bilhões, o que equivale a mais de R$ 5 trilhões. Já o ETH era avaliado em US$ 455 bilhões, o equivalente a mais de R$ 2 trilhões.

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