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Criptomoedas

Dogecoin dispara 175% em um mês. O hype de Musk esconde um risco especulativo?

Valorização da criptomoeda reflete influência de Elon Musk, mas especialistas alertam para riscos e especulação

Dogecoin dispara 175% em um mês. O hype de Musk esconde um risco especulativo?
Shiba Inu é o mascote da dogecoin. Foto: AdobeStock
O que este conteúdo fez por você?
  • Movimento de alta da dogecoin estaria estaria ligado a uma dinâmica especulativa e não a inovação
  • Pode ser que a memecoin continue subindo, mas investir nela é jogada de alto risco
  • Movimentos midiáticos de Musk com dogecoin podem ter a ver com a sua intenção trazer valor real a esse criptoativo

Na esteira do bitcoin, que nesta quinta-feira (5) bateu a marca histórica dos US$ 100 mil, a dogecoin – uma cópia da primeira -, também vem registrando valorizações expressivas, com mais de 175% de apreciação em um mês.

A diferença é que o movimento de alta da criptomoeda “genérica”, diferente da original, não estaria ligado ao desenvolvimento de tecnologia ou inovação, mas sim a uma dinâmica especulativa e de eventos midiáticos. Uma das pessoas que estão por trás desses movimentos é ninguém menos que Elon Musk, o que dá à dogecoin algum fundamento.

“É sempre importante a gente alertar que estamos falando sobre uma memecoin. É uma moeda meme, uma moeda sem fundamentos”, lembra João Kury, hub manager do ICP Hub Brasil. Na visão dele, a cada centavo dólar de valorização a dogecoin estaria mais próxima do momento de venda, e não de compra. “Ela pode corrigir tudo que subiu”, alerta, lembrando que a euforia do mercado pode acabar.

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“Não quer dizer que ela não vá subir mais, esse movimento se dá conforme o hype. Pode ser que ainda continue subindo mais um pouco, mas é uma jogada de alto risco, extremamente irracional”, diz.

O fator Elon Musk

Essa visão não é totalmente compartilhada por Jéssica Lima, fundadora e CEO da JP2PAY, corretora personalizada de criptomoedas. Ela reconhece que a valorização da dogecoin é um movimento especulativo alimentado por uma cultura de memes, impulsionada por comunidades na internet. Mas neste cálculo ela inclui a participação de Elon Musk.

A dogecoin tem sido amplamente influenciada por ações midiáticas do bilionário dono da Tesla, como ocorreu em 2021, quando Musk impulsionou significativamente o mercado da moeda. Naquele ano, o empresário publicou uma imagem parodiando a cena clássica de “O Rei Leão”, onde ele aparece erguendo o filhote Simba, substituído pelo Shiba Inu, o mascote da dogecoin. “Foi uma manipulação de maneira ostensiva, provavelmente ele lucrou muito com essa brincadeira que movimentou muito o preço da doge“, avalia Kury.

Recentemente, Musk voltou a associar seu nome à dogecoin, brincando com a ideia de integrar “Department of Government Efficiency” (Departamento de Eficiência do Governo) da administração Trump, cuja sigla é “Doge”, remetendo diretamente à criptomoeda.

Para Jéssica Lima, esses movimentos têm a ver com a intenção do empresário em transformar em um ativo de valor real. “Ele criou o Doge em alusão à dogecoin. Musk também está trazendo mais utilidade para moeda, planejando fazer com que ela seja um meio de pagamento do Twitter muito em breve”, diz.

Por enquanto é especulação

Atualmente a capitalização de mercado da dogecoin é de US$ 66 bilhões. “É bem provável que esse valor aumente com essas iniciativas de Elon Musk. Com isso, a dogecoin pode deixar de ser apenas uma piada e se tornar uma moeda de valor real” comenta a corretora.

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A argumentação de Lima se baseia em uma declaração do próprio empresário de que gostaria de encontrar uma utilidade para o token de Doge e, recentemente, comentou que queria pagar os criadores de conteúdo do Twitter em criptoativos.

Enquanto essas previsões não se concretizam, Kury defende que é preciso manter a cautela ao considerar investimentos nesse tipo de ativo como o dogecoin. “Após grandes altas, é comum que muitas pessoas acabem perdendo dinheiro.”