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- Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, explica que os hackers trabalham analisando as criptos e buscando brechas nos códigos de programação. Mas que, provavelmente, as consequências da invasão não podem ser revertidas
A Wormhole, uma das principais plataformas do mercado de criptomoedas, sofreu um ataque hacker na noite de quarta-feira (2). Foram roubados cerca de 120 mil ativos da ether (ETH) – o equivalente a US$ 320 milhões na cotação atual.
The wormhole network was exploited for 120k wETH.
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ETH will be added over the next hours to ensure wETH is backed 1:1. More details to come shortly.
We are working to get the network back up quickly. Thanks for your patience.
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— Wormhole? (@wormholecrypto) February 2, 2022
A rede é uma solução desenvolvida pela Solana (SOL) e funciona como uma ponte cross-chain entre os blockchains Ethereum e Solana. O protocolo da Wormhole permite que os investidores movimentem os tokens de um blockchain a outro, enquanto uma rede de “guardiões” observa e atesta os dados.
A empresa confirmou a invasão dos sistema por meio de sua conta no Twitter, onde, na manhã desta quinta-feira (3), informou que “todos os fundos foram restaurados e o Wormhole está de volta”. O prejuízo, porém, ainda não foi recuperado.
Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, explica que os hackers trabalham analisando as criptos e buscando brechas nos códigos de programação. Mas que, provavelmente, as consequências da invasão não podem ser revertidas. “É possível ver o que ele comprou e fez com dinheiro, em qual carteira está. Mas a blockchain, por ser descentralizada, não permite reverter transação. Não tem como nada ser feito”, diz
Como aconteceu?
Essa não é a primeira vez que uma plataforma de cross-chain é hackeada. Felipe Veloso, economista e fundador da Cripto Mestre explica que erro ocorreu por uma fraqueza do sistema Solana VAA, a área de validação de transações de ponte da rede Solana. “A rede Solana é muito frágil, já foi hackeada 4 vezes nos últimos 2 meses. Existe um trilema no mundo cripto, Descentralização, Segurança, e Escalabilidade (rapidez e baixas taxas). A rede Solana optou por ser a mais escalável e rápida, deixando descentralização e segurança de lado. Por terem poucos validadores, menos filtros de segurança, é a rede mais frágil”, afirma.
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Para ele, esse tipo de invasão não aconteceria na Ethereum, pois existem muitos validadores e etapas de segurança, o que torna o sistema “praticamente impossível de hackear”.
Andrey Nousi, fundador da Nousi Finance, destaca ainda que o problema não está na blockchain em si, mas nos contratos inteligentes feitos pela Warmhole para transacionar os tokens. “O problema é que dentro da blockchain qualquer pessoa pode criar contratos inteligentes. A falha foi na construção desse contrato inteligente. Isso pode ser comum em várias blockchains, pois qualquer pessoa pode construir contratos inteligentes, apesar da grande complexidade. Constantemente, há pessoas atrás de vulnerabilidades porque recompensas são muito altas”, explica.