- Fundos de capital de risco e empresas estão interconectados e tendem a fazer apostas em categorias diversificadas, o que os torna comprometidos com o sucesso um do outro
- Neste ano, a maior oferta para uma empresa de criptomoedas em estágio inicial em uma rodada de financiamento foi de US$ 1 bilhão
(Ephrat Livni, NYT) – Os investidores de risco apostaram alto nas startups de criptomoedas em 2021, investindo mais de US$ 27 bilhões globalmente até o fim de novembro, mais do que a soma dos últimos 10 anos, de acordo com a PitchBook.
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Muitos dos investimentos foram realizados por fundos de capital de risco capitalizados e administrados por grandes empresas de criptomoedas, negócios cujo crescimento contínuo dependerá da expansão do setor.
A Coinbase Ventures, braço de investimento da exchange de criptomoedas Coinbase, está apoiando empresas que criam infraestrutura, como a Solana, uma rede blockchain; negócios que oferecem serviços financeiros para criptomoedas, como BlockFi, projetos de finanças descentralizadas, conhecidos como DeFi, nos quais as transações automatizadas são operadas por código; e instituições que atuam na economia digital do metaverso, onde os usuários compram e vendem produtos digitais para suas vidas virtuais, como tokens não fungíveis (NFTs).
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No terceiro trimestre de 2021, a Coinbase Ventures fechou mais negócios do que qualquer outra empresa de capital de risco, segundo a CB Insights, que monitora capital de risco e startups.
Apoiar o setor de criptomoedas é o foco principal do braço de investimento, disse Shan Aggarwal, chefe da Coinbase Ventures, ao Times.
“O retorno não é a principal métrica pela qual medimos o sucesso da Coinbase Ventures”, disse ele.
A Coinbase e outras empresas de criptomoedas esperam que a tecnologia blockchain, o sistema de banco de dados de código aberto que é base das criptomoedas, leve à evolução da internet e, em algum momento, ajude a substituir as gigantes da tecnologia e as empresas gatekeepers de hoje.
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“Vemos um mundo onde as melhores startups de amanhã são construídas na infraestrutura do blockchain da web3”, disse Aggarwal, usando o termo do setor para uma internet descentralizada. “Esse é o futuro que estamos construindo.”
O interesse dos investidores em criptomoedas nos níveis institucional e de varejo também se beneficiou da estreia de sucesso da Coinbase na Nasdaq em abril, que avaliou a empresa em mais de 10 vezes em relação à sua última avaliação privada, e da criação de grandes fundos dedicados ao setor. A empresa de capital de risco do Vale do Silício Andreessen Horowitz, cujo investimento de US$ 20 milhões na Coinbase em 2013 foi avaliado em cerca de US$ 11 bilhões, anunciou um fundo de criptomoedas de US$ 2,2 bilhões em junho. Foi o maior do mundo até o mês passado, quando a firma de capital de risco Paradigm, administrada por um cofundador da Coinbase, anunciou um fundo de criptomoedas de US$ 2,5 bilhões.
Fundos de capital de risco e empresas estão interconectados e tendem a fazer apostas em categorias diversificadas, o que os torna comprometidos com o sucesso um do outro.
Por exemplo, neste ano, a maior oferta para uma empresa de criptomoedas em estágio inicial em uma rodada de financiamento foi de US$ 1 bilhão, arrecadados pela FTX, uma exchange de criptomoedas. A Paradigm, comandada por Fred Ehrsam, cofundador da Coinbase, foi um dos investidores.
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O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, também é o fundador da Alameda Research Ventures, que em agosto liderou uma rodada de financiamento para a empresa de stablecoin Trust Token com a Block Tower Capital e a Andreessen Horowitz, uma das primeiras a investir na Coinbase.
“É uma grande mistura”, disse Charles Hoskinson, fundador da rede de blockchain Cardano, que não levantou fundos de capital de risco. As empresas de capital de risco oferecem às startups muitos serviços cruciais, mas alguns questionam se o intenso envolvimento delas com criptomoedas mina o discurso da democratização tão importante para o ethos da indústria.
“Elas sempre vão se dar bem antes de todo mundo”, disse Hoskinson. /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA