O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
O bitcoin voltou ao patamar dos US$ 120 mil na manhã desta sexta-feira (3) em meio às incertezas quanto à duração do shutdown (paralisação da máquina pública) nos Estados Unidos. Às 11h30 (de Brasília), o ativo digital subiu mais de 0,66% no acumulado das últimas 24h, segundo dados da CoinMarketCap. Mais cedo, a valorização ultrapassava 1%. Esses ganhos, na ótica dos especialistas, reforçam a projeção de que outubro poderá ser mais um mês positivo ao passo de viabilizar à criptomoeda novas máximas históricas.
A postura ainda favorável do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para novos cortes de juros nos EUA é o principal fator que alimenta o apetite dos investidores, especialmente o dos institucionais. Dados da SosValue, plataforma de informações sobre criptomoedas, mostram que os ETFs de bitcoin à vista registraram nos primeiros dias de outubro uma entrada líquida de US$ 1,3 bilhão.
“A combinação de dólar enfraquecido, juros em queda e máxima no ouro cria um ambiente altamente favorável para o BTC. O rompimento de patamares técnicos importantes reforça a tendência de alta, com espaço para buscar novas resistências”, diz André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research.
Em paralelo, o shutdown que completa três dias nesta sexta-feira (3) tem reforçado indiretamente a tese do bitcoin como ativo de proteção às incertezas políticas e econômicas do sistema financeiro tradicional. Como mostramos nesta reportagem, a paralisação da máquina pública americana aconteceu em função da falta de consenso no Congresso sobre o orçamento de 2026. Na prática, esses eventos resultam a suspensão de trabalhos não essenciais dos órgãos federais, deixando milhares de funcionários públicos sem salário até que o problema seja resolvido.
A situação obrigou o Departamento de Estatística do Trabalho dos EUA, responsável pelos dados do payroll, a suspender a divulgação do relatório, previsto para hoje. Os números correspondem a principal métrica do país para avaliar o cenário econômico americano, além de ajudar o Fed a definir os próximos passos da política monetária. No entanto, há uma percepção do mercado que o problema será solucionado em breve.
O otimismo não se resume apenas a combinação desses eventos. O mercado aguarda a aprovação de ETFs de diversas altcoins no início do mês nos Estados Unidos, reforçando um ambiente regulatório mais favorável para o setor. Litecoin, XRP e Solana devem ser os ativos beneficiadas com a aprovação.
Outubro será um mês de novos recordes?
O recente avanço do bitcoin, na avaliação dos especialistas, sinaliza ao mercado que a criptomoeda pode buscar novas resistências. Para Franco, se o discurso do Fed reforçar a continuação do ciclo de queda de juros, há chances do BTC alcance cotações de até US$ 125 mil. Já Guilherme Prado, country manager da Bitget, acredita que o ativo pode romper com a barreira dos US$ 130 mil nas próximas semanas, caso o ritmo atual de valorização permanecer.
O último recorde do bitcoin ocorreu em agosto quando rompeu a barreira dos US$ 124 mil. Na época, a guinada da cotação do criptomoeda foi ancorada pela perspectiva da redução dos juros americanos na reunião de setembro e pelo ambiente regulatório mais favorável.