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- Investidores de criptomoedas acordaram nesta quinta-feira (5) com uma grata surpresa: o bitcoin rompeu a marca dos US$ 100 mil, o maior valor da história
- Segundo especialistas, foi a indicação de Paul Atkins ao cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (U.S. Securities and Exchange Commission; SEC, da siga em inglês) que está por trás da nova onda de euforia
Investidores de criptomoedas acordaram nesta quinta-feira (5) com uma grata surpresa: o bitcoin (BTC) rompeu a marca dos US$ 100 mil, o maior valor da história. O ativo vem em uma trajetória astronômica de valorização ao longo de 2024, mas a alta do dia tem um motivo – ou melhor, um nome – específico. Segundo especialistas, é a indicação de Paul Atkins ao cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (U.S. Securities and Exchange Commission, ou SEC, na sigla em inglês) que está por trás da nova onda de euforia.
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Por volta das 11h30 (horário de Brasília), o bitcoin subia 3,97%, negociada a US$ 102,6 mil. Desde a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, o ativo vem renovando a cada dia seus recordes. Agora, o gatilho para uma nova guinada cripto foi o anúncio de Trump com a indicação de Paul Atkins para o comando da SEC, em um comunicado que endossou as expectativas do mercado em torno das promessas feitas pelo republicano em flexibilizar as regras para o setor.
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“Paul Atkins é conhecido por sua postura favorável à redução de regulações excessivas e sua nomeação reforça as expectativas de um ambiente mais favorável para as criptomoedas“, diz Israel Buzaym, diretor de comunicação e especialista cripto do Bitybank. O especialista explica que, em experiências anteriores na SEC, Atkins defendeu a simplificação regulatória e a criação de um ambiente de inovação para os mercados financeiros. Sua nomeação simboliza uma ruptura com o regime mais rígido liderado por Gary Gensler, atual presidente da instituição que já anunciou sua saída para janeiro.
Para Buzaym, a indicação de Atkins é mais um fator dentro de uma “tempestade perfeita” para o bitcoin. Ele elenca alguns pontos: Donald Trump é considerado pró-cripto, o que traria uma agenda mais amigável às criptomoedas no Executivo; há conversas em direção a uma regulação mais branda, especialmente no que diz respeito ao enquadramento das empresas de cripto nos EUA, uma agenda que pode ter apoio agora que o Congresso americano tem maioria republicana; e movimentos consistentes de algumas empresas, como a MicroStrategy (MSTR), que vem acumulando bitcoin, um sinal que pode atrair novos investidores institucionais.
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“A máxima recente do bitcoin é mais do que um marco técnico; é um reflexo de uma narrativa poderosa em construção. Estamos diante de um momento único em que fatores políticos, institucionais e econômicos convergem, criando as condições ideais para uma nova onda de valorização no mercado cripto“, diz o especialista do Bitbank.
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No acumulado de 2024, o bitcoin tem alta de 126%. Em janeiro, a critpo valia cerca de US$ 44 mil. O rali elevou a capitalização de mercado do BTC para mais de US$ 2 trilhões pela primeira vez, consolidando-o como um dos ativos mais valiosos do mundo. “Apesar de impressionante, o crescimento de 2024 não é o mais emocionante da história. Em 2017, o bitcoin no Brasil registrou uma alta de 1.900% e, durante a pandemia de covid-19, valorizou-se mais de 650%”, destaca Luiz Calado, planejador financeiro CFP pela Planejar.
O currículo de Paul Atkins
Paul Atkins tem cerca de três décadas de experiência no mercado financeiro e já integrou a SEC em outras ocasiões. O executivo começou sua carreira como advogado em Nova York na década de 80 no escritório David Polk & Wardwell LLP, depois, foi sócio da consultoria PwC e de sua empresa antecessora, Coopers & Lybrand. Ele deixou o cargo em 2002 para assumir o cargo de Comissário da SEC, onde permaneceu até 2008.
Em seu perfil no Linkedin, Atkins diz que “defendeu a transparência, a consistência e o uso de análises de custo-benefício na agência”. Ele representou a SEC nas reuniões do Conselho Estados Unidos-União Europeia, Conselho Económico Transatlântico, o Grupo de Trabalho do Presidente sobre os Mercados Financeiros, o Fórum Económico Mundial e o Diálogo Empresarial Transatlântico. De 2009 a 2010, foi nomeado membro do Painel de Supervisão do Congresso para o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos.
Ele deixou a SEC em 2012, quando assumiu como diretor independente e presidente não executivo do conselho da BATS Global Markets, Inc., uma operadora líder de mercados eletrônicos de valores mobiliários dos EUA e da Europa, negociando títulos de ações à vista listados e opções de ações (desde a aquisição pela CBOE).
Atualmente, Paul Atkins é CEO da Patomak Global Partners, empresa que fundou em 2009.
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