Manatí estruturou o fundo de investimento Turmalina, direcionado para projetos em Florianópolis. Foto: Adobe Stock
A Manatí Capital Management, gestora independente focada em crédito estruturado e investimentos imobiliários, tem olhado para outras regiões além de São Paulo na hora de caçar oportunidades de investimentos. A estratégia, voltada para mercados menos concorridos, é apontada pela casa como um de seus principais diferenciais.
Eduardo Mekbekian, sócio-fundador da gestora, explica que a ideia é sair da “briga de força” do tradicional eixo paulista e explorar empreendimentos em outros estados. “É algo que leva tempo. Pegar o avião, passar dias fora do escritório para conhecer o empresário e entender toda a operação do projeto. Mas vale a pena”, disse ao E-Investidor.
Segundo ele, atuar em regiões menos bancarizadas e com menor concorrência faz com que empresas fora de São Paulo precisem oferecer não apenas retornos mais altos, como também garantias adicionais. “Quando eu trago essas operações para a ‘minha Faria Lima‘, consigo montar estruturas de crédito muito robustas, em alguns casos, até melhores do que as oferecidas por negócios paulistas”, explicou.
Mekbekian destacou que a equipe da Manatí busca estar em constante movimento pelo Brasil.
Não somos aquela gestora que fica de braços cruzados esperando o empresário vir até nós. Nós é que vamos até os empresários.
A casa esteve presente na Money Week, evento realizado em Balneário Camboriú-SC na última semana. Em Santa Catarina, a gestora está envolvida no desenvolvimento e financiamento de mais de R$ 5 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) em projetos tanto no segmento popular quanto no de alto padrão. A Manatí já analisou mais de 70 empreendimentos na região, com exposição direta a mais de 15 municípios. “São formatos que incluem operações de crédito e financiamento, como reforço de capital de giro (recursos necessários para que um negócio continue funcionando) e financiamento integral ou de término de obras”, detalhou.
No Estado, a gestora também estruturou o fundo de investimento Turmalina, direcionado para o desenvolvimento de projetos residenciais de alto padrão na capital Florianópolis. Financiou ainda empreendimentos residenciais no Vivapark, uma espécie de bairro planejado localizado na cidade catarinense de Porto Belo.
Além do Turmalina, a casa tem dois fundos cetipados (aqueles cujas cotas não são negociadas em pregão da Bolsa de Valores): o Manatí Recebíveis Estruturados FII (MARE11) e o Manatí Renda CDI, ambos focados em operações de crédito estruturado. Já o Manatí Hedge Fund FII (MANA11) é um fundo multiestratégia listado na B3, cujas cotas avançam 21% em 2025, enquanto o Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) sobe 9,50%.
Um dos pilares do MANA11 é a distribuição de dividendos aos investidores. Ao longo do segundo trimestre de 2025, o fundo manteve os repasses em R$ 0,11 por cota. Para o terceiro trimestre, segue com a projeção de distribuir entre R$ 0,10 e R$ 0,12 por cota. “Acho que fica cada vez mais claro o que contribui para a precificação de um FII por investidores pessoa física no mercado: é a previsibilidade e a consistência dos dividendos. Nós trouxemos esses dois conceitos para dentro da nossa gestão”, reforçou Mekbekian.
A partir do início do fundo, em maio de 2022, a cota do MANA11 ajustada pelos dividendos distribuídos subiu 28,6%, enquanto o Ifix avançou 24,6%. Já o CDI rendeu 36,2%, já descontando o Imposto de Renda (IR) equivalente. As informações estão presentes no último relatório mensal do fundo.
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Desde sua criação, em 2022, a Manatí já estruturou mais de R$ 2,5 bilhões em operações de crédito no mercado de capitais. Atualmente, conta com cerca de R$ 750 milhões captados, divididos nos quatro fundos imobiliários, e mais de 35 mil cotistas.
Eduardo Mekbekian, sócio-fundador da Manatí Capital Management. Foto: Divulgação/Manatí