Educação Financeira

9 dicas para usar o ar-condicionado sem ter surpresas na conta de luz

De controle térmico a limpeza de aparelhos, tudo conta na hora de economizar

9 dicas para usar o ar-condicionado sem ter surpresas na conta de luz
Custo do ar-condicionado vai além do preço do próprio aparelho. (Foto: Envato)

Com as temperaturas extremamente elevadas nos últimos dias, um velho amigo ganha protagonismo: o ar-condicionado. E com ele surge também um risco, a alta nas contas de luz. Afinal, como introduzir este novo item tão necessário no nosso orçamento sem exageros?

Os tempos também não estão nada fáceis. Até comprar um ar-condicionado se tornou mais salgado nas últimas semanas. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados no dia 10 de novembro pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os preços do ar-condicionado subiram 6,09% no Brasil em outubro.

Esta é a maior inflação do produto em três anos, desde outubro de 2020 quando chegou a 10,54%. Em setembro, os preços avançaram 1,43%.

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A alta nos preços foi puxada pela seca histórica no Amazonas e a recente onda de calor que atingiu regiões como o Sudeste, segundo o IBGE. Com maior procura por ar-condicionado, há uma pressão sobre os preços.

O E-investidor consultou duas educadoras financeiras e apresenta a seguir algumas dicas para se refrescar no calor, usar o ar-condicionado com responsabilidade e amenizar o efeito no bolso. Confira:

1-Controle térmico consciente:

A educadora financeira Luciana Ikedo e autora do livro “Vida Financeira – Descomplicando, Economizando e Investindo” explica que uma dica essencial para garantir eficiência energética pode ser ajustar o termostato do ar-condicionado para uma faixa de temperatura de entre 24°C a 26°C. “Cada grau a menos no termostato, pode aumentar o consumo de energia em até 5%”, afirma Ikedo.

Segundo ela, ao manter uma temperatura moderada, será possível evitar picos de consumo, o que garantirá uma economia mensal importante que refletirá diretamente na conta de luz.

2-Isolamento térmico

Uma alternativa que pode auxiliar, segundo a educadora financeira, é garantir que portas e janelas do nosso lar ou locais estejam bem vedadas para criar um ambiente mais isolado, desta forma o ar-condicionado precisará “trabalhar menos” para manter a temperatura desejada.

Para Ikedo, investir em um bom isolamento pode não apenas reduzir os custos de energia no longo prazo, mas também contribuir com o conforto térmico, evitando fazer ajustes constantes no termostato.

3-Reduzir o impacto de outros consumos de energia no lar

Como o aumento do gasto com ar-condicionado será inevitável, uma alternativa é reduzir o impacto de outros consumos dentro do lar, aconselha Cintia Senna, mestre em educação financeira e sócia-executiva do DSOP.  Entre as alternativas é possível observar:

  • Celulares: tente manter os aparelhos o máximo de tempo possível com a bateria carregada e opte por deixar no modo avião ou no menor consumo de bateria quando não estiver utilizando, assim precisará carregar com menos frequência.
  • Chuveiro: opte pela posição no modo verão. Quanto menor seja a temperatura dele, o consumo de energia será inferior. Opte por banhos mais rápidos.
  • Ambientes iluminados: fique atento aos aparelhos que ficam na tomada sem uso, muitos deles estão consumindo energia.

4-Consulte simuladores de consumo para mensurar o gasto de cada aparelho e estabelecer metas práticas

Senna aconselha, por exemplo, usar o simulador da Enel onde é possível o consumidor incluir todos os aparelhos da sua residência e visualizar o impacto na sua conta de energia. Desta forma, poderá simular a quantidade consumida por cada item e como a redução de uso poderia impactar no seu bolso e a partir disso identificar se essa escolha financeira valeria a pena ou não.

5-Não esqueça da manutenção do ar-condicionado

É importante lembrar de limpar regularmente os filtros do ar-condicionado para evitar prejuízos e gastos, destaca Ikedo. Aparelhos sujos e sem manutenção podem operar de maneira menos eficiente, aumentando o esforço do ar-condicionado e o consumo de energia.

A educadora financeira aponta que investir em uma manutenção preventiva pode ajudar a prolongar a vida útil do equipamento e manter os custos operacionais mais baixos, evitando surpresas desagradáveis na conta de luz.

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Preferencialmente, a limpeza do ar-condicionado deve ser feita de forma periódica e com um profissional especialista. “Lembre-se de não utilizar qualquer substância química quando for higienizar os equipamentos, pois ela pode prejudicar o funcionamento. Outro fator importante é a higienização periódica dos filtros do ar-condicionado para que impurezas sejam expelidas no ambiente”, reforça Takao Matsumura, gerente de engenharia da Fujitsu General do Brasil.

6-Programe o uso

A educadora financeira Ikedo aconselha utilizar a função de timer para programar desligamentos automáticos, assim é possível evitar o desperdício de energia em períodos desnecessários. “Ao adequar o uso do ar-condicionado às necessidades reais é possível reduzir de forma significativa os custos mensais de energia elétrica”, afirma. A prática pode gerar uma boa economia no bolso no final do mês.

7-Use ventilação natural em algumas horas do dia

As educadoras financeiras citam que capitalizar a ventilação natural durante as horas mais frescas do dia pode ser uma estratégia inteligente. Outra alternativa é intercalar o uso do ar-condicionado com o do ventilador em alguns momentos do dia que acaba sendo mais econômico.

“Desligar o ar-condicionado, abrir as janelas, não apenas reduz o consumo de energia, mas também proporciona uma alternativa sustentável”, comenta Luciana. Segundo a educadora, ao incorporar esse hábito na rotina, estaremos trazendo benefícios financeiros e ambientais ao nosso estilo de vida.

8-Aproveite para ensinar os seus filhos o impacto do consumo de energia

O uso mais consciente do ar-condicionado também pode ser uma boa lição de educação financeira para as crianças, diz Cintia Senna, uma oportunidade de envolver eles na redução dos gastos. No entanto, isso deve ser feito em um contexto de motivação e de forma lúdica. A educadora financeira deixa como dica sentar junto as crianças e desenhar os sonhos delas, pesquisar qual é o custo deles e a partir disso definir um prazo para realizar esses sonhos.

Com esses dados será mais fácil entender quanto mensalmente será necessário para transformar esse sonho ou desejo em realidade. “Com esse estímulo inicial, já existe uma abertura maior para explicar como funciona a energia de casa. Apresente as contas de energia, quanto foi gasto em valores, principalmente em kwh (Quilowatt-hora).

Mostre os medidores, o funcionamento e explique como cada um pode colaborar na redução do gasto de energia”, aponta. Segundo Cintia, é a partir deste movimento que as crianças entenderão o motivo de economizar, que estará atrelado a realizar os sonhos delas.

9-Procure fontes alternativas de energia para o seu lar:

Se ainda não fizer uso, verifique a instalação de placas fotovoltaicas para a geração de energia a partir de luz solar.