- O governo do Estado de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas, anunciou que as tarifas de transporte público serão reajustadas a partir de 2024, de R$ 4,40 para R$ 5
- Esse aumento na tarifa, apesar de não ser realizado um reajuste desde 2020, com uma inflação acumulada de aproximadamente 26%, corrói de forma expressiva o salário mínimo
- Considerando o piso salarial de 2024, a passagem poderá corroer até 14% do valor do piso salarial se a pessoa usar o transporte público durante 5 dias da semana
O governo do Estado de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas, anunciou que as tarifas de transporte público serão reajustadas a partir de 2024, de R$ 4,40 para R$ 5 — um acréscimo de 13,64% no bilhete.
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Esse aumento no valor das passagens, apesar de não ser realizado um reajuste desde 2020, com uma inflação acumulada de aproximadamente 26%, corrói de forma expressiva o salário mínimo, mesmo considerando o reajuste previsto para 2024 de R$ 1.302 para R$ 1.421.
Com o reajuste, os passageiros terão de pagar, em média, R$ 26,40 a mais por mês no transporte. Considerando o piso salarial de 2024, a passagem poderá corroer até 14% do valor do piso salarial se a pessoa usar o transporte público durante 5 dias da semana.
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Adriana Matheus, economista e planejadora financeira, explica que com o aumento das tarifas, “a conta não fecha” para as pessoas que recebem um salário mínimo.
“Se o preço das coisas aumentam e o salário não acompanha na mesma proporção, o assalariado terá menos poder de compra”, disse.
Myrian Lund, planejadora financeira certificada pela Planejar, pontua que o aumento da passagem acima do acréscimo do salário mínimo faz com que o piso salarial não tenha uma valorização real, tirando o poder de compra da população.
“Quem ganha um salário mínimo normalmente já está com as contas comprometidas. Então, se o transporte público aumenta, os alimentos aumentam e outros serviços, como água e luz, também aumentam, isso significa que o trabalhador vai precisar abrir mão do lazer e algumas qualidades de vida”, explica.
Como se preparar para o aumento na tarifa do transporte público?
Com o aumento das tarifas, os trabalhadores precisarão se organizar financeiramente para que o acréscimo na passagem não pese tanto no bolso ao final do mês.
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Matheus indica que uma solução paliativa é dica é carregar o Bilhete Único ou o TOP antes do reajuste, no dia 31 de dezembro, para ganhar um fôlego pelo menos no primeiro mês.
“O mesmo vale para a tarifa integrada, que pode ser carregada com antecedência, antecipando a alta de R$7,65 para R$ 8,20”, completou.
Lund, por sua vez, explica que, no final das contas, vai ser preciso ter criatividade para mexer no orçamento, seja com renda extra ou com manejamento dos gastos.
“O gasto com luz, água e gás são alguns dos lugares mais tranquilos de ter pequenas reduções. Na alimentação também é possível diminuir esses gastos, com a compra em locais mais baratos”, disse.
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Outra dica que ambas as educadoras financeiras deram é a criação de uma planilha de orçamento e uma limitação de gastos para cada categoria feita.
Lund ainda destaca que, com os aumentos acima da valorização real do salário mínimo, o planejamento financeiro é essencial para não entrar em linhas de crédito, como o rotativo do cartão de crédito, calculado em 431,6% ao ano em outubro, de acordo com o Banco Central.