A Caixa Econômica Federal alterou as regras para os financiamentos de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) a partir desta sexta-feira (1°). Com as mudanças, a instituição passará a exigir um maior valor de entrada por parte dos interessados.
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No Sistema de Amortização Constante (SAC), em que a prestação cai ao longo do tempo, a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. Já pelo sistema Price, que trabalha com parcelas fixas, o valor aumentará de 30% para 50%. Dessa forma, a pessoa precisará guardar mais dinheiro para conseguir entrar em um financiamento.
Tomando como exemplo um imóvel de R$ 500 mil. Pelo antigo modelo no SAC, a pessoa precisaria pagar R$ 100 mil de entrada. Agora esse valor subirá para R$ 150 mil. No sistema Price, por sua vez, a entrada, que antes era de R$ 150 mil, passará a ser de R$ 250 mil.
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Outra mudança: a Caixa passará a financiar a compra ou a construção individual de imóveis que tenham valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão pelo SBPE. Anteriormente, o crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros mais baixos, estava restrito a imóveis de R$ 1,5 milhão, mas as opções do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não tinham teto de valor do imóvel.
As novas regras não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Nesses casos, em que a Caixa financia diretamente a construção, as condições atuais serão mantidas. As propriedades já adquiridas também não terão as suas regras de financiamento alteradas, sendo que as mudanças só valerão para futuros financiamentos.
Como se adaptar às mudanças?
Igor Gondim, professor do curso de Administração da ESPM, ressalta que os consumidores devem começar a sentir os impactos das novas medidas, tendo de enfrentar respostas negativas de financiamento pela instituição. “Se há uma escassez de recurso, a Caixa vai direcionar isso para um cliente com um melhor score de crédito“, explica o especialista.
A alternativa nesses casos é buscar outras opções de bancos, que podem aceitar as antigas condições de 20% de entrada no SAC e 50% de entrada no Price. Nessa hora, vale realizar consultas ao site do Banco Central (BC), como explicamos nesta reportagem. A plataforma traz um histórico das taxas cobradas em diferentes modalidades de crédito e instituições.
Outra opção consiste em procurar alternativas de imóveis mais baratos, embora eles possam ser mais antigos, distantes ou menores do que os inicialmente desejados. “Negociar diretamente com a Caixa é mais complicado porque a instituição tem que seguir a sua política de crédito. É mais vantajoso para o cliente tentar negociar com o vendedor, porque se ele reduzir o valor do imóvel, a entrada se torna menor”, explica ainda Gondim.
O professor da ESPM também destaca que existem comportamentos que tornam mais fácil a aprovação do financiamento. O passo fundamental é ter um bom score de crédito, que indica o quanto o consumidor é um bom pagador. Pagar um valor de entrada maior, também facilita a concessão do crédito, já que reduz o risco para o banco.
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“Se a pessoa tem uma renda estável, comprovada, e está há muito tempo trabalhando, tudo isso contribui para a melhora do score de crédito”, reforça Gondim diante das novas regras de financiamento de imóveis estabelecidas pela Caixa Econômica Federal.