O que este conteúdo fez por você?
- É normal as empresas trabalharem com um determinado grau de endividamento para investiram no seu progresso
- Quando as empresas não conseguem cumprir com seus compromissos financeiros, o investidor, na maioria das vezes, não tem nenhum risco quanto aos seus patrimônios
- Para se proteger de calotes, o investidor deve ficar sempre atento à saúde financeira dos negócios
(Por Talita dos Santos de Souza, especial para o E-Investidor) – Quando uma empresa atrasa ou deixa de pagar suas dívidas, é normal que perca credibilidade no mercado.
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Em casos mais extremos, o negócio pode perder praticamente todo o seu valor ou pior: ir à falência.
O calote, porém, é relativamente comum e pode assustar acionistas, como aconteceu no recente caso da Evergrande, na China.
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Saber mais sobre situações como essa de calote em empresas e quais consequências — tanto para companhias quanto para investidores — permitem evitar perder dinheiro nesses casos.
Evergrande: calote em empresa na China
Uma das maiores incorporadoras imobiliárias do mundo, a chinesa Evergrande, é um exemplo de calote em empresa com consequências mundiais. Isso porque a companhia corre o risco de não pagar seus empréstimos bancários: US$ 83,5 milhões de um título e mais cerca de US$ 36 milhões em outro.
Com mais de US$ 300 bilhões em passivos, a Evergrande é responsável por cerca de 16% das notas em circulação no mercado de títulos de alto rendimento, em dólares, da China.
Com essas proporções, qualquer alteração pode ecoar em outras representantes da área imobiliária ou mesmo outras empresas presentes na bolsa de valores.
No dia 13 de setembro de 2021, após o anúncio do possível calote, a Evergrande chegou ao seu mínimo valor de mercado, caindo 19%. Suas ações fecharam em baixa de 10,24%. A explicação desses números se dá pela perda de crédito e liquidez.
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A instabilidade no mercado chinês também tem impactos nas bolsas de todo o mundo. Isso porque os investidores buscam se proteger retirando suas ações das instituições fragilizadas, e os demais balanços ficam desfavoráveis.
Consequências do calote para as empresas
Além da organização interna, empresas podem enfrentar dificuldades externas que geram aumento nas taxas de juros, aumentando o número de passivos a ponto de se tornarem insustentáveis.
A omissão de pagamentos pelos negócios pode levar à cobrança de juros cada vez mais altos, multa pelo atraso e até a penhora de bens.
Se ainda assim, as dívidas não forem quitadas, as empresas podem ser consideradas inadimplentes e, por conta disso, ficarem restritas ao acesso a crédito e serem vítimas de ações judiciais — formando um círculo vicioso.
As consequências finais podem ser o bloqueio total da empresa e dos seus bens e chegar à falência ou perda total de seu valor.
Como as empresas podem se recuperar de dívidas?
Diante de dificuldades para arcar com suas próprias dívidas, empresários têm algumas alternativas.
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A renegociação dos débitos é a mais comum delas. Além de ser um caminho simples, demonstra uma busca pela recuperação da confiança de investidores e perante ao mercado.
Outra saída é antecipar os recebíveis, que podem ser vendas ou contratos, pela instituição financeira em que se é cadastrado. Assim, é possível conseguir um crédito maior e juros menores.
Finalmente, algumas organizações buscam reduzir os custos de suas operações e produção.
Consequências do calote para os investidores
Acionistas não têm obrigações diretas com o pagamento das dívidas dos empreendimentos em que investem. Isso porque negócios são cadastrados com responsabilidade limitada (reconhecida pelas siglas LTDA ou EIRELI).
Isso quer dizer que eles têm autonomia patrimonial — seu patrimônio não se confunde com o dos sócios.
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Então, em um primeiro momento, são os recursos da empresa que devem cobrir suas dívidas. A exceção acontece quando existe a desconsideração da personalidade jurídica e atuais ou antigos sócios são responsabilizados por elas.
Deste modo, quando a companhia, mesmo tendo responsabilidade limitada, não tem condições de pagar o que deve, os bens de sócios podem ser bloqueados ou vendidos.
No caso de dívidas classificadas como cíveis, trabalhistas, tributárias e consumeristas, são aplicados critérios próprios para que essa cobrança aconteça.
Como se proteger de um calote em empresa?
Acionistas precisam acompanhar as movimentações das companhias em que apostam e investem seus recursos.
Dessa forma, podem ter mais clareza das perspectivas futuras e se proteger de possíveis déficits.
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Por fim, é importante verificar as garantias oferecidas pelas companhias e pelas corretoras de valores.
Caso surja alguma dúvida por conta do desconto destinado à liquidação de débitos, é possível realizar uma consulta com um profissional do setor, advogados ou contadores, por exemplo.