O que este conteúdo fez por você?
- O governo federal liberou R$ 800 mil para compra exclusiva dos consumidores pessoa física
- Segundo dados do MINC, 125 mil carros foram vendidos com desconto
- Especialistas ouvidos pelo E-Investidor afirmam ser possível conseguir baratear os custos com planejamento e estratégias financeiras
O governo federal encerrou na última sexta-feira (7) o programa de incentivo à compra de veículos leves. Ao todo, foram liberados R$ 800 mil para compra exclusiva dos consumidores pessoa física e, segundo balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 125 mil carros foram vendidos com desconto.
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De acordo com especialistas ouvidos pelo E-Investidor, consumidores que desejam comprar seus carros ainda podem conseguir baratear os custos com planejamento e estratégias financeiras, mesmo sem o incentivo do governo. Eventualmente, a redução do preço seguindo algumas regras pode até mesmo compensar mais do que o financiamento de um veículo com desconto.
“Uma pessoa acha que teve um desconto de dez mil, mas ela pagou tanto mais em juros que aquele desconto sumiu no final das contas. Então, é importante fazer essas essas observações antes de ir no impulso”, diz Aline Soaper, educadora financeira.
Como recomendação geral, a compra de um carro deve partir de um planejamento financeiro que considere fatores como a alternativa de transporte individual por aplicativo, necessidade profissional ou por aumento da família e grau de comprometimento orçamentário.
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“Em primeiro lugar, o consumidor deve questionar se o carro é a mesmo a melhor opção. É um ponto de partida interessante”, aponta Vinicius Vilaça, assessor de investimentos da Arcani Investimentos.
Além de um bom planejamento evitar uma compra impulsiva, ele pode ajudar a baratear o custo de um veículo. Veja algumas das dicas para diminuir os gastos na compra de um automóvel.
Compra à vista
Poupar dinheiro para comprar um bem de alto valor à vista demanda tempo, mas pode significar uma economia grande. Segundo dados disponibilizados pelo Banco Central, a taxa de juros média ao ano para aquisição de veículos praticada por instituições financeiras foi de 27,9% entre 22 e 28 de junho de 2023.
No fim de um financiamento, boa parte do valor alocado acaba sendo pago como juro, e não no próprio veículo. “Estamos falando de taxas acima de 25% ao ano. Ou seja, o consumidor precisa saber que a melhor opção é sempre juntar e pagar à vista”, aponta Vilaça.
Além de evitar os juros, compras à vista podem diminuir o tempo necessário para chegar ao valor cheio do automóvel, já que o dinheiro pode ser aplicado em investimentos conservadores como a renda fixa atrelada à taxa de juros — Tesouro Selic e Certificado de Depósito Bancário (CDB) são exemplos.
Bons valores de entrada
Quando o financiamento é necessário porque o consumidor não tem o valor cheio à disposição e precisa do carro com urgência — para fins profissionais, por exemplo — pagar uma boa entrada pode diminuir os gastos com juros. “Quanto maior a entrada que a pessoa dá, menor o saldo que fica no financiamento e menos ela vai pagar em juros”, aponta Soaper.
Boas oportunidades de descontos ou até financiamento com juros baixos feitos por concessionárias costumam exigir um valor de entrada elevado. Segundo Vilaça, campanhas de financiamento sem taxas de juros (mais raras), por exemplo, costumam exigir uma entrada de até 50% do valor total do veículo.
Preserve o atual veículo
O proprietário pode achar que vale a pena financeiramente diminuir os gastos com seu atual veículo quando está em vias de trocá-lo, mas essa estratégia não é recomendada, já que isso reduz o custo de venda do veículo e, por consequência, o quanto poderá ser utilizado como entrada ou incluído no montante do pagamento à vista.
Vinicius Vilaça adiciona a essa dica que os proprietários tentem vender seus veículos particularmente, e não por meio de intermediários. Como concessionárias de seminovos precisam lucrar com a revenda de veículos, há uma diferença entre o valor de venda final e o de compra da concessionária.
Antecipação de parcelas
A antecipação de parcelas de financiamento, as chamadas amortizações, reduz o tempo de financiamento e os juros finais pagos pelo comprador.
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Os pagamentos podem ser feitos com receitas extraordinárias, como renda extra, 13º salário e adicional de férias. No entanto, essa dica vale quando o proprietário já tem um planejamento financeiro bem estabelecido. Vilaça destaca, por exemplo, que aqueles que não possuam uma reserva financeira de emergência ou tenham outras prioridades financeiras, priorizem-nas.
Consórcios
Os consórcios funcionam como uma “compra programada”. Apesar de possuírem uma taxa de administração, estes serviços financeiros não tem juros. Nessa modalidade de financiamento, um grupo de pessoas faz um aporte mensal pelo bem e a sua contemplação ocorre por meio de sorteio.
“Quem não tem disciplina de investir pode optar pelo consórcio, não como um investimento, mas como uma compra programada. Nele, eu sei que estou pagando uma parcela mensal e que daqui a um determinado período terei aquele dinheiro pra comprar esse carro à vista”, explica Aline Soaper.