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Educação Financeira

Vai viajar de última hora? Veja a melhor forma de levar dólar

Uma das recomendações é evitar o cartão de crédito por conta do spread de IOF

Vai viajar de última hora? Veja a melhor forma de levar dólar
No final, segundo os entrevistados, ter dinheiro em mãos ainda é a melhor opção (Fonte: Pixabay)
  • Por conta das incertezas políticas e fiscais no País, em que o câmbio norte-americano frente o real apresenta uma forte volatilidade, a indicação de Rodrigo Alves, head de produtos da RJ Investimentos, é comprar dólar diariamente para encontrar oportunidades de preço baixo
  • Um levantamento do Economatica apontou que a variação de novembro foi de 11,14%, enquanto de outubro foi de 5,38% e de setembro, 8,57%
  • Apesar de comprar papel-moeda ser mais vantajoso que o cartão, existem as questões de criminalidade que podem pesar na escolha dos brasileiros. Dessa forma, os entrevistados deram outras duas opções que podem ser mais interessantes nesse ponto de vista

Para quem vai viajar, se organizar financeiramente com antecedência é sempre a primeira orientação. Porém, a decisão de entrar em um avião e passar uma temporada fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos, pode acontecer de última hora. Dessa forma, especialistas entrevistados pelo E-Investidor deram dicas de como levar dólar.

Por conta das incertezas políticas e fiscais no País, em que o câmbio norte-americano frente o real apresenta uma forte volatilidade, a indicação de Rodrigo Alves, head de produtos da RJ Investimentos, é comprar dólar diariamente para encontrar oportunidades de preço baixo.

“Para quem programou a viagem há um tempo, o interessante também seria ter comprado ao longo dos meses ou das semanas”, diz o especialista. O objetivo de não adquirir a moeda de uma única vez é tentar amortizar ao máximo as oscilações da cotação. Um levantamento do Economatica apontou que a variação de novembro foi de 11,14%, enquanto de outubro foi de 5,38% e de setembro, 8,57%.

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Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, também sugere que seja feita a compra do papel moeda em pequenas quantidades. Mesmo que no curtíssimo prazo haja uma piora na relação entre real e dólar, “essa é sempre a melhor forma de proteger da variação”.

Já Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, apesar de concordar com a compra de moedas, ele sugere que as pessoas fiquem atentas com as taxas de saque ou entrega do dinheiro (delivery), por exemplo. “Esses tributos podem afetar o preço e fazer com que a troca cambial fique mais cara”, diz.

Mesmo assim, o especialista prefere a compra do papel-moeda ao cartão de crédito, por exemplo. O principal motivo é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Enquanto no papel a cobrança chega a 1,10%, na bandeira de cartão, seja débito ou crédito, vai a 6,38%.

Na teoria, se a taxa cambial se encontra em R$ 5,20 e o brasileiro quer comprar US$ 1 mil em papel-moeda, ele vai precisar desembolsar R$ 5,2 mil. Porém, na prática, como há a cobrança de imposto de 1,10%, pode colocar na conta mais R$ 57,20. Ou seja, no final, é preciso pagar R$ 5.257,20 para ter os mil em moedas norte-americanas. Vale lembrar que o IOF é cobrado em cima do valor total em reais, não em dólares.

Já no cartão de crédito, o viajante terá de desembolsar o mesmo valor (de R$ 5,2 mil) caso queira ter US$ 1 mil na conta. Porém, como o imposto incide em 6,38%, o valor de R$ 5,2 mil passa a ser R$ 5.531,76.

É seguro levar dinheiro em espécie?

Apesar de comprar papel-moeda ser mais vantajoso que o cartão, o risco da criminalidade pesa na escolha. Dessa forma, os entrevistados deram outras duas opções que podem ser mais interessantes nesse ponto de vista. Uma delas consiste no cartão pré-pago, em que é possível colocar uma quantidade de dólar para ser usado no dia a dia até que o montante acabe e necessita de recarrega – semelhante a um chip de celular.

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No entanto, o head da RJ Investimentos explicou que apesar do quesito segurança, o cartão pré-pago também tem uma alíquota de 6,38%. “Esse é um dos motivos pela opção ter caído em desuso com o passar dos anos”, afirma. Toda vez que o cartão recebe uma carga, é debitado o imposto do crédito. Além disso, há tarifas para saque em caixa eletrônico (US$ 2,50 por operação). Já o economista-chefe da Frente Corretora, destaca que o cartão não é aceito em todos os lugares, o que pode dificultar a viagem.

Outra opção está em abrir uma conta em bancos como a Nomad, para ter um cartão possível utilizar no exterior. A instituição financeira também oferece o cartão-digital, que serve para fazer compras no e-commerce. Porém, Velloni alerta para os riscos que dependem do tempo que o viajante tem até a data do embarque. “As pessoas ficarão dependentes da chegada do cartão em suas casas [e, caso não de tempo, terão que procurar outra saída]”.  Isso porque, segundo a Nomad, para ter acesso ao produto online é preciso fornecer os dados do cartão físico.

Ou seja, se o físico não chegar, o virtual não tem como ser usado.  Dessa forma, “a conta internacional é [mais] indicada para compras on-line e reserva de hotéis, por exemplo, [não para o dia a dia]”, diz o head da RJ Investimentos. No final, apesar das questões de segurança, ter dinheiro em mãos ainda é a melhor opção.

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