O que este conteúdo fez por você?
- Crise é oportunidade para brasileiros reavaliarem hábitos de consumo
- É preciso passar um pente-fino na receita e na despesa para o período de quarentena
- De um lado, menos gastos com diversão e transporte; de outro, maior consumo de energia e com serviços on-line
A preocupação primordial de todos nesses dias de pandemia é com a saúde. Mas os efeitos colaterais causados pela disseminação do novo coronavírus são muitos e um deles é a vida financeira de cada um, que mudou drasticamente com o momento de paralisia do País. Com a população em quarentena e a orientação das autoridades de só sair de casa para serviços essenciais, é preciso refazer as contas para não passar por mais sustos durante a crise.
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O planejador financeiro da C6 Bank, Daniel Varajão, explica que o primeiro passo nessa situação é olhar para sua receita. Mesmo que sua renda não tenha se alterado – seja por você apenas ter trocado o escritório pelo home office ou por qualquer outro motivo -, será fundamental se programar para uma nova realidade por pelo menos quatro meses. Se sua renda tende a diminuir nesse período, uma reserva de emergência será muito útil agora.
“Muitos vão ter um impacto importante de receita. Por isso, se a pessoa conseguiu juntar dinheiro e investiu de maneira conservadora, o impacto será baixo”, aponta Varajão.
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Dito isto, é hora de avaliar as despesas. Com cinemas, teatros e museus fechados, além das competições esportivas paralisadas, é normal que todos economizem com entretenimento.
Menos deslocamentos significam que você também não vai gastar com combustível ou passagens. Com boa parte do comércio e de bares e restaurantes sem funcionar, o menor consumo de bens e serviços ajudarão a poupar ainda mais.
“Ficar em casa geralmente custa menos do que fora”, confirma o educador financeiro da Academia do Dinheiro, Mauro Calil. Além de transporte e alimentação, o especialista diz que, sem sair, ficamos menos sujeitos aos impulsos de compra. “No dia a dia, a pessoa ao shopping, vê uma blusa e acaba comprando. Isso acontecerá menos. Esse tipo de gasto vai esperar”.
Varajão, da C6 Bank, diz que pode ser um bom momento até para se reavaliar o consumo: “Pensa se você precisa mesmo comprar aquela roupa ou trocar o carro. É uma oportunidade para rever alguns hábitos”.
Cuidado: as despesas fixas podem subir
Mesmo com toda essa economia, é preciso estar atento aos gastos que tendem a subir nesse momento. As primeiras despesas que vão aumentar são com água, luz e gás. Claro, com mais tempo em casa, é natural que isso ocorra. “Eu estimaria um aumento de 30% de energia elétrica em uma casa com três crianças e dois adultos”, diz Varajão.
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As despesas que vão crescer com toda a certeza, dizem os especialistas, são com mercado e com delivery de comida. O consumo com itens básicos vai subir, mas eles lembram que não há necessidade de fazer estoque.
“Não existe hoje uma greve de caminhoneiros, quando não há reposição de mercadorias. Temos abastecimento e produção normal no campo. O transporte está funcionando com logística menor, mas funciona”, diz Mauro Calil, da Academia do Dinheiro.
Varajão, da C6 Bank, concorda: “Não é para se preparar para uma guerra nuclear”. O planejador financeiro afirma que é importante comprar o que for suficiente para cada família, sem exageros.
Também é preciso estar atento com o aumento de gastos na internet e com os serviços de streamming. Varajão alerta para que as pessoas não caiam em armadilhas de compras online desnecessárias. Mas aponta que esses gastos vão subir, tanto com comida, como com alternativas interessantes de entretenimento para cada um.
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Outros gastos que possivelmente vão aumentar são com telefone móvel. Sem contato físico com amigos e familiares, todos devem usar mais o smartphone para se comunicar. Por isso, ter um wifi potente ou um bom pacote de dados vai ajudar bastante neste momento.
Para Mauro Calil, não há dúvidas de que o acesso à internet vai crescer como um todo. Na visão dele, os brasileiros devem mudar seu perfil de consumo online: “Vai cair a barreira de gente que tinha medo de comprar na internet”, diz.