Educação Financeira

Como se aposentar aos 55 anos? Veja as simulações para começar

Para não depender do INSS na hora de se aposentar, investidor precisa organizar as finanças com antecedência

Como se aposentar aos 55 anos? Veja as simulações para começar
Aposentadoria aos 55 anos. Foto: Adobe Stock

Notícias falsas circularam na internet recentemente sugerindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria aprovado uma nova lei que permitira a aposentadoria aos 55 anos de idade. Essa modalidade, porém, sempre existiu na Previdência Social e não veio de uma decisão do governo atual. A alternativa, porém, só vale para um número restrito de contribuintes: aqueles que trabalharam em condições insalubres e prejudiciais à saúde por mais de 15 anos.

As atividades que se enquadram nessa categoria incluem:

  • Exposição a substâncias químicas perigosas;
  • Trabalhos em mineração subterrânea;
  • Contato direto com amianto ou outras fibras nocivas (construção civil, mecânicos e bombeiros);
  • Exposição a altas voltagens elétricas;
  • Trabalhos na área de vigilância armada ou não.

Quem não se encaixa em nenhum desses quesitos, no entanto, pode organizar as contas e se planejar financeiramente para alcançar a aposentadoria aos 55 anos de idade, sem depender do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesta reportagem, o Bora Investir, portal da B3, elencou o passo a passo necessário para conquistar o objetivo.

O primeiro ponto é realizar uma avaliação de suas finanças pessoais – conselho válido para qualquer objetivo de investimento. Isso significa compreender toda a sua renda, incluindo custos fixos, variáveis, suas aplicações atuais, bens e dividas. Com os números em mãos, o investidor consegue fazer uma análise do quanto gasta atualmente em relação ao que recebe. “Assim, você consegue se programar para economizar ainda mais ou, de repente, começar só agora a economizar. Esse conhecimento vai ajudar o investidor a se manter dentro do plano”, diz Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank.

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Em entrevista ao Bora Investir, Wanessa Guimarães, planejadora financeira CFP pela Planejar, sugere separar um porcentual de sua renda líquida mensalmente. Começar com 20% do quanto se ganha já representa uma fatia interessante, que pode ser modificada a depender das necessidades de cada um. “Ao longo da vida, temos mudanças de renda e de ciclo. Quando a gente fala em um porcentual da renda, é interessante porque se a renda e o padrão de vida daquela pessoa sobem, o valor poupado vai subir junto”, destaca.

Justamente por essas mudanças de gostos e preferências, é importante reavaliar suas necessidades financeiras periodicamente. Uma pessoa que tem um aumento de renda e cresce na carreira, por exemplo, pode ampliar também o seu custo de vida, o que deve ser levado em consideração ao planejar a aposentadoria.

Outro passo importante antes de começar a investir com foco no longo prazo é criar a reserva de emergência. Como o próprio nome sugere, essa quantia deve estar disponível para ser utilizada apenas em casos de urgência financeira, por isso precisa estar guardada em ativos mais líquidos. “É aquele colchão que vai sustentá-lo numa eventualidade e vai permitir que você mantenha a meta de longo prazo viva e ativa. Se você não faz uma reserva de emergência antes, qualquer imprevisto vai colocar em cheque o planejamento de longo prazo”, orienta Frias.

É importante fazer essa separação entre os investimentos focados no curto prazo e as aplicações com objetivos futuros. Isso porque uma modalidade pode não funcionar bem com o propósito da outra e vice-versa. Então, ter essa separação dos valores destinados a cada meta é algo fundamental para o planejamento da aposentadoria.

Como definir a meta para a aposentadoria?

Frias explica que o cálculo do dinheiro necessário para a aposentadoria varia conforme a rentabilidade média da aplicação escolhida para esse fim, além do tempo do investimento. Quanto antes a pessoa começar a investir, menor será o valor mensal necessário, devido ao efeito dos juros compostos ao longo dos anos.

Segundo os cálculos da planeadora financeira, seria necessário um patrimônio acumulado de R$ 1 milhão para conseguir uma renda perpétua de R$ 5 mil. Essa renda foi calculada considerando uma rentabilidade média de 0,5% ao mês acima da inflação, o que geraria R$ 5 mil mensais, sem que o capital principal seja utilizado. Com isso, a pessoa poderia viver dos rendimentos por tempo indeterminado.

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Abaixo, Frias fez simulações para diferentes períodos de investimento:

Idade atual: 18 anos 

  • Tempo para se aposentar aos 55 anos: 37 anos
  • Rentabilidade estimada: 0,5% ao mês
  • Renda perpétua na aposentadoria: R$ 5 mil
  • Valor necessário para acumulação: R$ 1 milhão
  • Aporte mensal: R$ 613,00

Idade atual: 25 anos 

  • Tempo para se aposentar aos 55 anos: 30 anos
  • Rentabilidade estimada: 0,5% ao mês
  • Renda perpétua na aposentadoria: R$ 5 mil
  • Valor necessário para acumulação: R$ 1 milhão
  • Aporte mensal: R$ 995,51

Idade atual: 35 anos 

  • Tempo para se aposentar aos 55 anos: 20 anos
  • Rentabilidade estimada: 0,5% ao mês
  • Renda perpétua na aposentadoria: R$ 5 mil
  • Valor necessário para acumulação: R$ 1 milhão
  • Aporte mensal: R$ 2.164,31

Onde investir para conseguir se aposentar aos 55 anos?

Para Wanessa Guimarães, da Planejar, a escolha sobre onde investir está relacionada ao tempo restante até a data esperada da aposentadoria. Uma pessoa mais jovem, por exemplo, tem mais possibilidades para se arriscar, buscando ativos de renda variável com uma rentabilidade maior do que um produto de renda fixa ofereceria.

Considerando essa alocação, a pessoa pode optar por diferentes ativos, como a compra direta de ações ou planos de previdência de renda variável ou multimercados. “Dentro do produto de previdência, é possível essa diversificação em ativos mais agressivos”, diz.

Ao se aproximar da data da aposentadoria, os investimentos demandam maior segurança. A partir dos 40 anos, chega a fase de manutenção e preservação do capital, quando o investidor deve acompanhar suas aplicações para que elas tenham um rendimento acima da inflação e da Selic. “Quando estiver faltando 5 anos para aposentadoria, aí é o extremo do conservadorismo, mas ainda garantindo que o recurso renda acima desses indicadores”, afirma Guimarães.

Quem quiser descobrir outras dicas para se planejar financeiramente para a aposentadoria aos 55 anos, pode acessar esta matéria do Bora Investir, portal da B3, que traz conselhos importantes relacionados aos investimentos de longo prazo.

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