Com as tarifas de energia elétrica na bandeira amarela, a conta de luz continua sendo uma preocupação da população, especialmente com o uso constante de eletrodomésticos associada às rotinas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, divulgado nesta sexta-feira (8), mostrou o peso da conta de luz na inflação do brasileiro: foi um dos vilões do mês – veja os detalhes nesta reportagem.
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É importante saber como funciona o sistema de bandeiras para se atentar ao gasto dentro de casa. O sistema reflete a dificuldade do País em gerar energia elétrica de forma constante e previsível. Nos períodos com alto índice de uso, como no verão, se a demanda ultrapassar a capacidade de produção de energia, o custo da conta de luz aumenta – e a bandeira tarifária muda.
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Segundo Marina Farias, especialista em planejamento financeiro, “a bandeira amarela sinaliza um custo extra, o que torna essencial considerar esse impacto no planejamento financeiro e no orçamento doméstico. O consumidor precisa analisar a conta anterior e planejar uma margem para o aumento no preço da energia, evitando um impacto inesperado nas finanças”, diz.
Dicas para reduzir o consumo de energia elétrica
Farias comenta que é comum esquecer o aviso sobre o consumo presente em cada eletrodoméstico da residência, como ar-condicionado, micro-ondas e televisores, que possuem selo de eficiência energética. “É importante estar atento a isso, programar o uso, por exemplo, do ar-condicionado para desligar durante a noite se não for necessário ou retirar alguns aparelhos da tomada, como o micro-ondas, que é usado poucas vezes ao dia”, completa.
Algumas mudanças pequenas, podem fazer a diferença na conta de luz, de acordo com a especialista. “Desligar luzes e telas de computador ao sair de um ambiente, fazer a manutenção dos eletrodomésticos, como quando há filtro entupido ou peça desgastada. Senão, os aparelhos utilizam mais energia para funcionar, aumentando o consumo na conta.”
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Além disso, o consumidor deve estar atento aos horários que possuem menor custo da energia, que geralmente ocorre entre dez da noite e seis da manhã. “Assim, pode programar o uso de aparelhos como a máquina de lavar roupas e a máquina de lavar louça para funcionarem nesses horários”, explicou Farias.
Aplicativos para monitorar o consumo de energia
Uma outra dica dada pela especialista em finanças consiste em monitorar o consumo de energia elétrica por aplicativos de celular. Seguem alguns exemplos:
- Meu Início (para Brasil): permite que os usuários monitorem o consumo de energia elétrica de sua residência, fornecendo dados sobre a fatura e consumo mensal. Ele também ajuda a identificar hábitos de consumo e oferece dicas de economia.
- Energia 360 (para Brasil): aplicativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que oferece informações sobre tarifas de energia e consumo, permitindo que os usuários consultem dados sobre sua fatura e hábitos de uso. Também disponibiliza dicas sobre como economizar.
- EnergyHub: conecta e gerencia dispositivos inteligentes para otimizar o consumo de energia em casa. Permite o controle de termostatos, lâmpadas e outros dispositivos, ajudando a ajustar o uso de acordo com as tarifas.
- Sense: este aplicativo requer um dispositivo de monitoramento instalado no quadro de distribuição. O Sense analisa o uso de energia em tempo real, identificando quais aparelhos estão consumindo mais e oferecendo relatórios detalhados sobre o consumo.
- Home Energy Monitor: embora exija a compra de um monitor específico, este aplicativo fornece informações detalhadas sobre o consumo de energia em tempo real e permite que os usuários ajustem seu uso de acordo com os padrões de consumo identificados.
Quem pode usufruir da Tarifa Social de Energia Elétrica?
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Tarifa Social de Energia Elétrica é uma iniciativa que permite aos consumidores de baixa renda paguem menos pela eletricidade fornecida pelas distribuidoras. Os benefícios podem chegar a 100% de desconto.
As famílias enquadradas na subclasse baixa renda com consumo de até 30 quilowatt-hora (kWh) por mês pagam 65% a menos na conta de luz. A segunda faixa de desconto chega a 40% e aplica-se a quem consome de 31 kWh até 100 kWh mês. A terceira e última faixa de desconto vai de 101 kWh até 220 kWh mensais, com abatimento de 10% na conta.
Para ter acesso à Tarifa SOcial, as famílias precisam estar inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e ter renda familiar mensal de até meio salário mínimo por pessoa. O desconto da conta de luz também se aplica a residências com renda mensal de até três salários mínimos que tenham uma pessoa com deficiência, cujo tratamento exija aparelhos que consomem energia elétrica. Idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiências que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também têm direito.