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Educação Financeira

Volta do horário de verão: qual seria o impacto no bolso do consumidor?

ONS recomenda volta da medida já em 2024; consumidores devem ficar atentos a mudanças nos padrões de consumo

Volta do horário de verão: qual seria o impacto no bolso do consumidor?
O Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) recomendou o retorno do horário de verão. Foto: Adobe Stock
O que este conteúdo fez por você?
  • A adoção do horário de verão voltou de vez à pauta em Brasília
  • A estimativa é que a medida resulte em uma economia de R$ 400 milhões para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) apenas entre os meses de outubro e fevereiro
  • Para o bolso do consumidor, o impacto não é direto; mas especialistas alertam para mudanças nos padrões de consumo, que podem aumentar os gastos no período

A adoção do horário de verão voltou de vez à pauta em Brasília. Em uma semana que começou com as atenções voltadas para o apagão de São Paulo, indicadores compilados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nos últimos dias mostram ainda um cenário de mais incertezas sobre o retorno das chuvas nos próximos meses, o que aumenta a pressão sobre o governo Lula adiantar oficialmente os relógios em uma hora.

No mês passado, um estudo feito pelo ONS concluiu que a volta do horário de verão pode adiar em até 2h o momento de maior consumo à noite, quando a energia solar não está mais disponível. Dessa forma, seria possível economizar R$ 365 milhões no acionamento de termelétricas que encarecem as contas de luz. Esta reportagem do Estadão explica todos os detalhes.

A estimativa é de que a medida resulte em uma economia de R$ 400 milhões para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) apenas entre os meses de outubro e fevereiro. Para o bolso do consumidor, a volta do horário de verão não causa impactos diretos como o aumento das tarifas de energia ou da conta de luz. Ainda assim, é preciso ficar atento.

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Josias Bento, educador financeiro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, explica que, com a mudança no relógio, o padrão de consumo das pessoas também pode mudar. Um ponto deve ser levado em consideração para que o consumidor não altere demais sua rotina e, consequentemente, aumente os gastos mensais. “Os hábitos de consumo mudam, porque temos mais tempo com o sol durante o dia. Grande parte dos brasileiros utilizam esse período para saídas, atividades de lazer, bares, restaurantes, eventos ao ar livre; e aí acabam gastando um pouco mais do que estavam habituados, o que tem um reflexo no bolso bem importante em relação a nossas finanças”, destaca.

O especialista acrescenta ainda que, se realmente aprovado, é preciso tomar cuidado nos meses do horário de verão em relação ao uso de equipamentos de alto consumo de energia, como máquinas de lavar e secadoras, ar-condicionado e outros. “Evitar usar esses aparelhos no horário de pico de tarifa e, no orçamento doméstico, planejar os gastos com lazer com antecedência pode fazer com que a gente gaste menos no horário de verão”, diz Bento.

De olho na conta de luz

Ainda que a volta do horário de verão não cause nenhum impacto nas tarifas de energias pagas pelo consumidor, é preciso ficar de olho. Desde o início do mês, a conta de luz dos brasileiros é cobrada com a aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 2. Na prática, a tarifa gera um aumento de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A bandeira tarifária vermelha 2 representa o nível mais alto de cobrança no sistema de bandeiras e foi adotada, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por causa do aumento do risco hidrológico, causado pela escassez de chuvas em várias regiões do País. E isso já tem gerado um impacto na inflação brasileira: em setembro, quando o Brasil operava sob a bandeira vermelha patamar 1, com um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh, a conta de luz foi um dos fatores que pesou para a alta mensal de 0,44% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“A principal surpresa em setembro foi o forte aumento nos preços da energia elétrica, que subiram 5,36%. Isso se deveu à mudança na bandeira tarifária, que passou para vermelha patamar um, o que gerou uma pressão adicional sobre o índice nacional de preços ao consumidor (IPCA). A energia respondeu sozinha por quase metade da inflação do mês, o que mostra como os preços administrados ainda pesam no bolso do consumidor.”, Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

Quer saber como economizar na conta de luz? Elencamos 6 passos nesta outra reportagem.

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