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Educação Financeira

Copa do Mundo Feminina: a melhor forma de usar o dinheiro no exterior

Comprar dólar americano para viajar não costuma ser a melhor opção. Confira as alternativas dos especialistas

Copa do Mundo Feminina: a melhor forma de usar o dinheiro no exterior
Copa do Mundo Feminina começou em 20 de julho. (Foto: Wilton Junior/ Estadão)
  • A Copa do Mundo Feminina começa no dia 20 de julho e deve atrair o maior público da história do torneio; no dia 8 de junho, a Fifa anunciou que mais de R$ 1 milhão de ingressos já haviam sido vendidos para a edição deste ano
  • Segundo especialistas, viajar às sedes da Copa, Austrália e Nova Zelândia, com dólar americano em espécie pode não ser melhor opção, já que há uma dupla perda nas conversões
  • Aspectos como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cada uma, base de conversão e perfil do viajante determinam melhor método de pagamento a utilizar

A Copa do Mundo Feminina começa no dia 20 de julho e deve atrair o maior público da história do torneio. No dia 8 de junho, a Fifa anunciou que mais de R$ 1 milhão de ingressos já haviam sido vendidos para a edição deste ano, que ocorre na Austrália e na Nova Zelândia. Para os brasileiros que desejam ir ao torneio, moeda física, cartão pré-pago e cartão de crédito estão entre as principais opções para lidar com o dinheiro nos países sede do torneio.

Os prós e contras de cada um desses métodos de pagamento variam. Em geral, os principais aspectos a serem levados em conta dizem respeito ao valor do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cada uma, à base de conversão e ao perfil do viajante.

Especialistas consultados pelo E-Investidor indicam que um dos maiores erros possíveis, no entanto, está em comprar em espécie uma moeda que não é a utilizada no destino. Tendo em vista a força de algumas moedas na economia global, fica fácil acreditar que o dólar americano ou o euro consistem em boas opções para qualquer destino do mundo. Não é bem assim.

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Segundo aponta a responsável pela área comercial de turismo da Frente Corretora de Câmbio, Claudia Garcia, no caso de Austrália e Nova Zelândia as moedas correntes são estáveis e amplamente utilizadas no mercado local. “É pouco provável que aceitem outra moeda que não a deles no mercado doméstico”, aponta. A conversão do dólar americano para a moeda local, nesses casos, acaba sendo inevitável.

O efeito de fazer duas conversões de câmbio: real para dólar americano, depois dólar americano para dólar neozelandês ou australiano, é de uma dupla perda. Isso ocorre porque geralmente há a tendência de que a moeda local seja valorizada e a estrangeira, depreciada na conversão. Quando se faz a operação duas vezes, há uma depreciação maior.

“Se o viajante de fato compra dólar e vai pra Austrália, ela vai cair em alguma casa de câmbio australiana que vai lhe cobrar uma fortuna pela conversão”, aponta Carlos Eduardo de Andrade Júnior, diretor executivo da área de câmbio do banco BS2. Na avaliação do especialista, levar papel moeda de outro país, nesse caso, está no pior cenário.

Crédito

As operações com cartão de crédito estrangeiro possuem, junto com as do cartão pré-pago, a maior tarifa de IOF entre as opções para o turista. O imposto cobrado chega a 5,38%. Essa alíquota era de 6,38%, mas desde o começo de 2023 passou a cair 1% ao ano e seguirá o movimento até chegar a zero.

Um ponto positivo do cartão de crédito está na praticidade. O viajante não terá nenhuma grande mudança no uso em relação ao que já está acostumado em seu país de origem. Além disso, ele conta com a segurança de não carregar o dinheiro em espécie e evitar perder altas quantias em acidentes ou em eventuais furtos.

No entanto, o turista pode se defrontar com alguma dificuldade em lidar com uma emergência. Caso atinja o seu limite no crédito, pode ser complicado aumentá-lo ainda na viagem. Além do mais, a conversão do câmbio fica sujeita à imposição do banco, sem margens de negociação.

Outro aspecto a se considerar é mais comportamental. “Com o cartão de crédito, não se enxerga o valor total da conta. Na maior parte das vezes, quando se faz uma viagem de vários dias, e principalmente entre países, nesse caso Nova Zelândia e Austrália, as taxas cambiais são diferentes e o viajante perde muita noção das despesas quando tem mudança de destino”, aponta Luiz Moura, diretor de negócios da VOLL e conselheiro de turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Cartão pré-pago

Um dos pontos positivos é similar ao do cartão de crédito: a segurança em não precisar de carregar valores em espécie. Por outro lado, o IOF cobrado é um dos mais onerosos entre as formas de pagamento: as transações por este outro meio de pagamento em plástico também chegam a 5,38%. “Os cartões pré-pagos de viagem geralmente oferecem taxas de câmbio competitivas e podem ser uma opção conveniente. Verifique as taxas de emissão e recarga antes de escolher um cartão e compare com outras opções disponíveis”, aponta Rodolfo Consenzzo, da Top Gain.

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No caso dos cartões pré-pagos, há uma maior necessidade de planejamento, já que o turista deve organizar e depositar o montante que levará para a viagem, idealmente, na saída do país de origem. Como explica Claudia Garcia, existem caminhos para o turista entrar em contato com a responsável pela recarga, como a casa de câmbio, para fazer depósitos adicionais em caso de emergência.

Dinheiro em espécie

O dinheiro em espécie pode representar a opção menos prática e segura de se transportar dinheiro, porém possui um IOF relativamente baixo, de apenas 1,1%.

O turista pode se programar para comprar a moeda estrangeira aos poucos, como em períodos semanais. Isso garante que ele encontre um preço médio na flutuação do câmbio, alterando entre valores mais baixos e mais altos. “Dificilmente será possível fazer o câmbio no melhor preço do ano, mês ou semana, por isso se você conseguir comprar semanalmente pode garantir um melhor preço médio”, aponta Rodolfo Consenzzo.

Conta internacional

A abertura de uma conta internacional também se coloca como uma possibilidade. Nesse modelo, há cobrança de IOF de 1,1% na conversão de reais para o câmbio em questão, como no caso do dinheiro em espécie.

Por este meio, o turista pode estar sujeito ao custo de conversão de dólares americanos para a moeda local de acordo com o estabelecido pela instituição, mas com o IOF reduzido e a conversão que pode, eventualmente, ser feita com base no dólar comercial, a opção pode ser interessante quando comparada a outras formas de pagamento.

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