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Educação Financeira

3 desfechos da crise da Gol (GOLL4) que podem aumentar preço de passagens

Além disso, fatores externos podem também impactar o preço dos bilhetes. Confira

3 desfechos da crise da Gol (GOLL4) que podem aumentar preço de passagens
(Imagem de jcomp no Freepik)

A Gol (GOLL4) entrou com um pedido de reestruturação de dívida na última quinta-feira (25) via “Chapter 11” nos Estados Unidos. A medida é equivalente a uma recuperação judicial (RJ) no Brasil.

O CEO da Gol, Celso Ferrer, disse em entrevista coletiva que o procedimento não vai prejudicar a operação da companhia. “Nada do que estamos fazendo aqui terá um impacto para os clientes da empresa. Ela continua com as suas operações normais. A entrada para o Chapter 11 serve para fazer uma reestruturação do capital”, disse.

Se a empresa vai continuar operando normalmente, um outro ponto que pode atrapalhar o consumidor é o preço da passagem aérea. Será que com a companhia nesse situação o preço médio para embarcar em um avião pode ficar maior?

De acordo com os especialista ouvidos pelos E-Investidor, até existe essa possibilidade, mas ele é baixa. Para Acilio Marinello, professor da Trevisan Escola de Negócios, uma forma que a Gol poderia fazer a passagem aérea subir, mas sem intenção proposital, seria uma redução no número de voos para cortar custos. “Isso faria o consumidor ter menos opções e causaria uma pressão de demanda do mercado, o que elevaria os preços”, argumenta.

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Segundo Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, a entrada em recuperação judicial também pode levar a Gol a buscar um foco maior nas atividades mais rentáveis da companhia, isto é, nos trechos aéreos em que a empresa é mais lucrativa. “Nesse sentido, há uma chance de que a Gol aumente o preço das passagens aéreas nos trechos em que ela constatar uma liderança de mercado”, afirma Horta.

No entanto, ele comenta que em trechos muitos concorridos, como São Paulo-Rio de Janeiro, a companhia “não poderá se dar ao luxo de elevar o preço das passagens e arriscar perder mercado para outras aéreas”.

Já Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, comenta que outra forma da passagem aérea subir é se a Gol quebrar de vez. “Se isso acontecer, teríamos um duopólio da Azul (AZUL4) e da Latam, que certamente poderiam colocar a passagem no preço que quiser, ou seja, nesse cenário o aumento da passagem certamente aconteceria”, diz Quintella.

Tensões no Oriente Médio são mais preocupantes que a Gol

Ainda que os analistas esbocem esses três cenários para a Gol, o próprio CEO da Gol descartou qualquer possibilidade de redução das operações no primeiro momento. Além disso, a falência da companhia só aconteceria se a recuperação judicial fosse muito mal, mas ela ainda nem começou.

Na visão de Marinello, o que realmente pode fazer os preços da passagem aérea dispararem nos próximos meses são mais fatores externos do que a recuperação judicial da companhia. “Se acontecer um aumento das passagens aéreas nos próximos meses, ele virá ou pelo do governo ter cortado algum incentivo para o setor ou pela alta do querosene de aviação (QAV), o combustível é utilizado para colocar o avião para voar”, detalha.

Por fim, Horta explica que  as tensões no Oriente Médio podem fazer o preço do barril de petróleo disparar, o que tende a deixa o combustível mais caro, que é o principal custo para as empresas aéreas.

“É perfeitamente possível que a alta de preços do petróleo leve a um aumento do preço de passagens, já que o combustível representa cerca de 35% do custo das companhias aéreas. Essas empresas elevam o preço das passagens de acordo com os custos e com a demanda”, conclui o especialista da GTF Capital.

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