Organizar as contas e “sair do vermelho” nem sempre é uma tarefa fácil. Pensando nisso, Sarai Molina, head da área educacional da Ágora Investimentos, separou dicas práticas para quem deseja se planejar financeiramente. A especialista participou de uma live realizada pelo E-Investidor nesta quarta-feira (5). Confira o conteúdo completo neste link.
O primeiro passo, segundo ela, é realizar o bom e velho orçamento, identificando quais fatores estão prejudicando as contas pessoais. Com essa organização, a pessoa consegue separar quais gastos são essenciais em sua rotina e quais são dispensáveis, podendo ser cortados. Na hora de realizar essa análise, vale recorrer a anotações ou planilhas, mas alguns aplicativos também podem ser bastante úteis.
Uma das plataformas citadas por Molina é a Mobills, que permite o gerenciamento de gastos, assim como a Organizze – outra ferramenta recomendada pela especialista, que traz gráficos para ajudar os consumidores a entenderem o destino do seu dinheiro. O E-Investidor também disponibiliza uma planilha automática, disponível por meio deste link, que traz diferentes categorias de gastos como “moradia”, “transporte” e “alimentação”.
Quais os principais erros na hora de tentar se planejar financeiramente?
Para Molina, uma das principais falhas na hora de tentar se organizar é a falta de disciplina financeira. Ela aconselha que a pessoa trabalhe sempre o seu lado comportamental e continue firme no compromisso com as contas, sem desistir. “Não é só montar a planilha uma vez e pronto. Você tem de seguir à risca o seu planejamento e acompanhar as suas despesas sempre”, destaca.
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Outro erro comum é ignorar as dívidas e deixar elas aumentarem ao longo do tempo, com o acréscimo dos juros, que transformam os valores em uma verdadeira “bola de neve”. Também vale ficar atento ao uso do cartão de crédito, que não pode ser considerado uma renda adicional. “O descontrole prejudica quem utiliza o cartão. Você parcela uma viagem, depois uma compra e a fatura só vai aumentando, até ultrapassar a sua renda”, alerta Molina.
Na hora de optar por essa forma de pagamento, a dica é sempre controlar a fatura para verificar se ela está coerente com a renda e com as despesas mensais. Muitas pessoas, seja por falta de tempo, desorganização ou até mesmo por receio de enfrentar a realidade financeira, acabam se esquecendo dessa etapa essencial.
O quanto é necessário poupar por mês?
Molina recomenda encarar o investimento como um compromisso fixo, semelhante a um boleto que precisa ser pago todo mês. Isso significa reservar uma parte da renda mensal para investir, mesmo que ela seja pequena. “Não é o valor monetário que vai te fazer ser melhor ou não na educação financeira. É a sua disciplina. A primeira ‘despesa’ que você precisa ter é com o seu investimento”, reforça.
Antes de refletir sobre os diferentes tipos de aplicações, a especialista aconselha que as pessoas tracem metas de curto, médio e longo prazo. As primeiras devem ser voltadas para a construção de uma reserva de emergência – dinheiro guardado para lidar com imprevistos, que precisa cobrir de a 3 a 6 meses de despesas mensais.
Já as metas de médio prazo incluem objetivos voltados para daqui 3 a 5 anos, como a compra de um carro ou de uma casao. Por fim, as de longo prazo são aquelas associadas à aposentadoria. Molina aconselha que as pessoas diversifiquem a sua carteira e usem uma modalidade de investimento diferente para alcançar cada tipo de meta.
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Outro ponto importante envolve o perfil do investidor, que pode ser mais conservador ou arrojado. Essa análise também varia conforme o tempo – afinal, uma pessoa mais jovem costuma estar mais disposta a correr riscos, enquanto outra mais velha prefere ativos mais seguros pois já tem preocupações com a sua família.
Para avaliar se um investimento está realmente valendo a pena, Molina destaca que é essencial verificar se o dinheiro tem, no mínimo, acompanhando a inflação e preservando seu poder de compra ao longo do tempo. “Vale lembrar que o mundo dos investimentos serve justamente para melhorar a rentabilidade do seu dinheiro enquanto você trabalha”, afirma.
Mesmo quem dispõe de poucos recursos pode dar os primeiros passos no mercado financeiro. A especialista destaca que, na Ágora Investimentos, já existem fundos que permitem investimentos com aportes mínimos de R$ 1. O próprio programa do Tesouro Direto reduziu, em 2024, o limite mínimo para aplicações na plataforma. Agora é possível adquirir frações de títulos públicos com valores inferiores a R$ 30.
Esta reportagem faz parte da Semana da Educação Financeira do E-Investidor, um evento gratuito que reúne grandes nomes do mercado para debater temas que impactam diretamente o bolso dos brasileiros.
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