- Com a pandemia e as medidas de isolamento social, a prática de trabalhar por conta ganhou ainda mais força e muito dos freelancers vêm optando por se tornarem MEI
- Por ser um trabalho sem a certeza de determinado ganho mensal, como um salário, este profissional precisa ter as finanças bem organizadas
O que no passado era conhecido como “bico” ou “frila” se tornou uma realidade para milhões de pessoas no Brasil e no mundo. De um lado, a crise financeira que levou as empresas a demitirem um alto contingente de trabalhadores nos últimos anos. Do outro, o avanço da tecnologia, a automação das funções e a mudança no comportamento de consumo do século 21. Este cenário criou uma mão de obra ociosa, demandada principalmente por empresas de tecnologia. É a era da “gig economy”, formada por profissionais independentes contratados para determinado serviço, trabalhadores de plataformas on-line, de plantão ou temporários. Há especialistas em direito do trabalho, inclusive, que já apontam ser impossível um futuro com 100% dos trabalhadores empregados em regime de CLT, o que torna a “gig economy” uma tendência. É uma nova etapa da terceirização, não mais entre empresas, mas sim entre pessoa física e pessoa jurídica.
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Com a pandemia e as medidas de isolamento social, a prática de trabalhar por conta ganhou ainda mais força e muito dos freelancers vêm optando por se tornarem MEI (Microempreendedor Individual). Segundo dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, o Brasil conta com mais 11,1 milhões de empresas nesta categoria.
Por ser um trabalho sem a certeza de determinado ganho mensal, como um salário, este profissional precisa ter as finanças bem organizadas. O E-investidor conversou com Márcia Silva, gerente de investimentos da Sicredi, para ouvir as suas dicas e ajudar os freelancers a realizarem um planejamento financeiro. “Dependendo do trabalho que o profissional realiza, pode ficar semanas ou até meses sem receber. Por isso, é importante que ele faça um planejamento com foco no futuro”, diz.
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É preciso se planejar com seus objetivos de curto, médio e longo prazos:
- Curto prazo – Por conta da renda não recorrente, o ideal é fazer uma reserva de emergência para arcar com eventuais imprevistos. Foque em investimentos de baixo risco e com liquidez diária;
- Médio prazo – Aqui entram os seus objetivos financeiros, como comprar uma casa ou trocar de carro por exemplo;
- Longo prazo – O freelancer precisa cuidar da sua aposentadoria. Segundo a gestora, o ideal é que ele disponha de 30% a 40% da sua renda na categoria. A previdência privada é uma boa opção de investimento por conta da tributação mais baixa no longo prazo.
Para o dia a dia, Márcia dá dicas fundamentais para não se perder em meio às dívidas e aprender a poupar:
- Anote tudo o que gasta – Assim será possível identificar onde está gastando mais e pode controlar, entre outros insights. A adoção de uma ferramenta, como a tradicional planilha Excel, ou até mesmo um caderninho, é importante. Em seguida, faça a conta: receitas menos despesas. O resultado positivo indica lucro, enquanto o negativo, prejuízo. A partir daí é possível entender se é preciso cortar gastos. RECEITA – DESPESAS = LUCRO ou PREJUÍZO
- Procure um especialista – Caso você não possua muito conhecimento sobre finanças, o ideal é procurar alguém para ajudar. Pode ser um consultor financeiro ou até mesmo de investimentos. Você precisa entender qual é o seu objetivo de vida e qual a sua situação atual, entre uma série de fatores importantes para o seu futuro e um especialista pode contribuir traçando estratégias.
- Acompanhe o mercado – Com as contas em ordem, fique atento às notícias. Se a taxa de juros cair mais, por exemplo, pode ser uma boa ideia retirar seus investimentos da renda fixa e alocar parte em algo mais rentável. É importante estar antenado para tomar as melhores decisões de investimento.