Investimentos, dívidas, aposentadoria: o que fazer com a restituição do Imposto de Renda?

O cidadão que entrega a declaração tem direito à restituição caso a Receita Federal avalie que foi pago um valor maior do que o devido no ano-calendário de referência. Assim, todos os anos, uma parte dos contribuintes recebe “de volta” uma quantidade específica de dinheiro que ficou retida por meio do pagamento de impostos.

Segundo o documento divulgado pelo órgão, a consulta da restituição do IR pode ser feita nos aplicativos “Meu Imposto de Renda” ou “Receita Federal” e também na página oficial da Receita.

Mas e depois de receber a restituição, o que fazer com o dinheiro?

Receber o montante abre um leque de possibilidades para organizar e desfrutar das finanças. Embora seja tentador utilizá-lo para gastos imediatos, é importante ponderar e planejar cuidadosamente as melhores formas para fazer o seu uso. Veja algumas dicas do que fazer com o valor da restituição.

Faça uma reserva de emergência

Se você ainda não tem uma reserva de segurança/emergência, considere utilizar o dinheiro para fazer uma. Esse fundo é essencial para cobrir imprevistos sem comprometer outros aspectos da vida financeira.

Essa é uma forma de não deixar uma pessoa totalmente desamparada em suas finanças caso fique desempregada, por exemplo. É de suma importância ter o “colchão de segurança”, o que implica também em mais independência financeira.

Pague suas dívidas

Segundo a educadora financeira Aline Soaper, o dinheiro da restituição pode ser usado para quitar dívidas específicas, adiantar alguma parcela ou para abater valores de alguma despesa que está consumindo a renda mensal.

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Com os juros elevados, quem tem dívidas, e não dá prioridade por pagá-las, acaba entrando em uma bola de neve. Se o valor for usado para este fim, é recomendável priorizar o pagamento atrasado de contas de luz e água, parcelas vencidas do condomínio, mensalidades da escola dos (as) filhos (as) e outras contas básicas.

As contas de consumo também podem ser consideradas para quitar as dívidas acumuladas no cartão de crédito – que tem os juros muito altos – e no cheque especial.

Reduzir as dívidas contribui para a estabilidade financeira e diminui o custo financeiro a longo prazo.

Investimentos

O especialista em finanças pessoais e investimentos, Renan Diego, indica começar pelo Tesouro Selic ou pelo CDB com liquidez diária, que são aqueles que podem ser resgatados a qualquer momento. Isso porque alguns bancos têm opções de rentabilidade de até 200% do CDB, caso o investimento seja feito através de uma corretora.

Esse tipo de investimento possui diferentes tipos de liquidez, que variam de acordo com o seu objetivo. Além disso, ele é muito mais rentável que a poupança, acrescenta ele.

No caso de quem já tem uma reserva financeira, o especialista recomenda ir para a Bolsa de Valores, pois existe a possibilidade de multiplicar o seu dinheiro recebido na restituição. Esse investimento deve começar por dois ativos diferentes para deixar a carteira mais atrativa: Fundos Imobiliários – que geram uma renda mensal – e ações de empresas que pagam bons dividendos.

Aposentadoria

Segundo Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar, usar parte da restituição para aumentar a contribuição em planos de previdência privada ou outras formas de poupança para o futuro pode ser uma decisão sábia.

Essa opção é interessante especialmente para quem busca tranquilidade financeira no longo prazo. A contribuição em Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) pode ser uma estratégia importante de planejamento para otimizar a restituição ou reduzir o imposto a pagar na declaração do próximo ano.

Viagens e lazer

Guimarães aponta que, se as finanças estão organizadas e as reservas de segurança já estão estabelecidas, não há mal em usar parte da restituição para desfrutar de momentos de lazer.

Planejar uma viagem, por exemplo, pode ser uma forma de investir em experiências e realizar sonhos pessoais. No entanto, é crucial que esses gastos não comprometam a segurança financeira.

Tudo que você precisa saber sobre o Imposto de Renda 2024

Vale lembrar que a declaração do IR em 2024 deve ser entregue até o dia 31 de maio. Para ajudar os contribuintes no processo, o E-Investidor também disponibiliza gratuitamente o E-book do IR 2024, com informações atualizadas para sanar as principais dúvidas dos leitores. O material completo pode ser acessado neste link.

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Estadão

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