Educação Financeira

Inflação pessoal é diferente da oficial. Como calcular a sua?

Inflação pessoal pode mudar de acordo com a cidade, a faixa de renda e, principalmente, o perfil de consumo

Inflação pessoal é diferente da oficial. Como calcular a sua?
O custo de vida está ficando mais alto em todo o mundo.
  • A inflação oficial acumulada dos últimos 12 meses foi de 11,89%, impactando orçamentos pessoais e investimentos.
  • O índice inflacionário pode variar de acordo com a cidade, a renda e, principalmente, o perfil de consumo de produtos e de serviços de uma família.
  • Calcular a inflação pessoal permite controlar os gastos para aumentar os investimentos, facilitando a manutenção do padrão de vida e a formação de patrimônio.

inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula avanço de 10,07% nos últimos 12 meses – após a divulgação do índice de julho, nesta terça-feira (09). O IPCA serve para medir a perda do poder de compra dos brasileiros e auxiliar a tomada de decisão de políticas públicas e investimentos. No entanto, a inflação pessoal pode ser diferente da oficial.

Entenda como calcular a mudança de preços no orçamento e como utilizar essa informação para investir melhor.

Como é calculada a inflação no Brasil?

Inflação reduz poder de compra e margem para investimentos dos consumidores. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza periodicamente pesquisas de preços para verificar o comportamento da inflação no Brasil, tendo dois principais instrumentos para isso: o IPCA e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O IPCA mede a média da variação em uma cesta de produtos e serviços de famílias com renda mensal entre 1 salário mínimo e 40 salários mínimos, enquanto o INPC abrange a renda entre um salário mínimo e cinco salários mínimos.

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Por ser mais amplo, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil e é o índice utilizado para ações da política econômica, como aumentos da taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), o que afeta diretamente o rendimento dos investimentos de renda fixa.

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Por que a inflação tem um componente pessoal?

A inflação pessoal pode mudar muito, de acordo com a cidade, a faixa de renda e, principalmente, o perfil de consumo de produtos e serviços. O IPCA calcula apenas uma média da variação de preços em 18 capitais brasileiras.

Em junho, por exemplo, ele avançou 1,13% em Recife (PE) e apenas 0,26% em Belém (PA). Além disso, o índice utiliza uma cesta que envolve itens como alimentos, medicação, passagem de ônibus e gasolina.

Um consumidor que precisa do transporte público para trabalhar não sofre o mesmo impacto no orçamento pessoal do que aquele que usa veículo particular nos deslocamentos diários. Já uma família com filhos tem gastos diferentes de um jovem solteiro e assim por diante.

Até pessoas com perfil e renda similares que moram na mesma cidade podem adotar hábitos de consumo totalmente diferentes.

Como fazer o controle financeiro pessoal?

Controlar as despesas é o primeiro passo para conseguir investir. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O primeiro passo para calcular a inflação pessoal é ter um controle financeiro dos gastos mensais. Para entender o impacto do aumento de preços no orçamento familiar é importante anotar de forma recorrente todos os itens consumidos em um mês e o valor pago em cada um deles.

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O acompanhamento pode ser realizado por grandes setores, como alimentação e bebidas, habitação, vestuário, transporte, saúde, educação e comunicação. Se preferir uma informação mais precisa, vale a pena anotar o valor de cada produto ou serviço.

Esse registro deve ser realizado todos os meses, para que seja possível acompanhar o avanço de preços entre os períodos e compará-lo com a informação da inflação pessoal.

Com isso, pode ser realizado um ajuste dos gastos que estão acima da média, com a substituição de produtos e serviços por um orçamento familiar mais tranquilo sem comprometer a qualidade de vida.

Qual o impacto da inflação nos investimentos?

A inflação reduz o poder de compra do consumidor, mas tem um impacto importante nos investimentos, já que o índice inflacionário também pode corroer os rendimentos reais de uma aplicação.

A poupança, que continua sendo a queridinha dos brasileiros, teve rentabilidade de 3,65% no primeiro semestre com IPCA acumulado de 5,49%. Na prática, isso quer dizer que quem deixou o dinheiro na caderneta teve retorno real negativo de 1,84%.

Sem contar que, com o aumento dos valores pagos por produtos e serviços, sobra menos dinheiro para poupar, diminuindo a capacidade de investir. Com a redução do investimento, a perda de compra é maior, gerando uma espiral de contração do poder econômico pessoal.

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O controle da inflação pessoal, portanto, é a porta de acesso para facilitar a manutenção de um padrão de vida e a formação de patrimônio a partir de uma estratégia de investimentos sem a exigência de esforço extra para gerar mais receitas.

Fonte: Nubank, IBGE, Banco Central.

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