- Nos últimos anos, com a queda na taxa de juros no Brasil, o interesse em investir no exterior aumentou
- Entre as principais vantagens de dolarizar os investimentos, tem-se a pluralidade de opções e o acesso a companhias de fato globais
- É fundamental prestar atenção à rentabilidade real do ativo para que não haja perdas financeiras
Quando o assunto é investimento, “diversificar” é uma regra básica tanto para aqueles que já adentraram nesse universo, quanto para quem deseja começar a investir. Independentemente do perfil, do mais arrojado ao conservador, não se deve alocar em um único tipo de ativo – ou, como dizem, “colocar todos os ovos em uma cesta só”.
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Uma das possibilidades de diversificação é a geográfica, especialmente em relação aos investimentos negociados em dólar, ainda considerada a moeda mais poderosa do mundo, mesmo que haja outras mais caras e estáveis, caso do Franco Suíço, por exemplo.
Especialistas ouvidos pelo E-Investidor apontam algumas tendências para 2024 quando olhamos para o exterior. A primeira delas são os títulos públicos americanos, com até dois anos de vencimento. Os possuem retorno estimado entre 4 a 5% ao ano, protegendo o portfólio em caso de recessão ou quedas nas taxas de juros nos EUA, que atualmente se encontram em patamares elevados. Além disso, uma cesta de ações de empresas de tecnologia, sobretudo no setor na área de cibersegurança, também são indicadas.
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“Com a elevação das tensões geopolíticas, a temática ganhará cada vez mais relevância, então tende a ser um setor positivo para o investidor já que demandará forte investimento de empresas e governos”, avalia Lucas Dezordi, economista-chefe da CTM3 Investimentos.
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Um outro caminho são ações de empresas estrangeiras negociadas através dos BDRs no Brasil. “Cresceram muito as ofertas de BDRs de ETF, que são recebidos de ETFs negociados no exterior, podendo ser de renda variável e também de renda fixa. Um bom exemplo é BGOV39, que representa uma carteira de títulos públicos americanos”, diz André Alvarenga Chede, partner da Phi Global.
Para João Valadares, da Arbor Capital, a diversificação no exterior, além de diluir o risco de concentração excessiva em um país emergente como o Brasil, amplia possibilidades, já que a bolsa brasileira não captura diversas tendências, como é o caso hoje da Inteligência Artificial.
“A bolsa americana possui um histórico consistente de geração de riqueza e os EUA continuam sendo o principal polo de empreendedorismo. Olhando especificamente para 2024, observa-se que diversas empresas do índice estão negociando com múltiplos de lucro atrativos, a base de crescimento é baixa e a indústria de hedge funds está desalocada em ações. Ou seja, o preço, o fundamento e o posicionamento técnico são favoráveis”, diz.
Por isso, mesmo com a taxa de juros Selic estacionada nos dois dígitos, especialistas seguem indicando a diversificação geográfica de ativos, desde que sejam tomados cuidados essenciais, como o acompanhamento de um profissional, além da análise detalhada dos melhores investimentos e informar-se sobre a tributação cabível
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“Diversificar a carteira de investimentos é sempre um ponto positivo para trazer maior segurança aos rendimentos de forma geral, aproveitando as opções que estão em alta e evitando uma perda drástica com um investimento único em um ativo específico”, comenta a economista Adriana Ripka.
O Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, vem mantendo os juros do país na faixa de 5,25% a 5,50%, maior nível desde 2001, o que torna a renda fixa mais atrativa. Não significa, porém, que a renda variável deixe de ser uma opção, especialmente para os investidores com perfil mais arrojado e pensando no longo prazo.
“No exterior há alta volatilidade nos ativos e não existe CDI [Certificado de Depósito Interbancário, taxa de juros utilizada nos empréstimos entre os bancos] na renda fixa, aquela remuneração diária constante sem flutuação. Até a renda fixa varia no mercado financeiro norte-americano”, afirma Dezordi, da CTM3.
Entre as principais vantagens de dolarizar os investimentos, além das já citadas diversificação do portfólio e da força do dólar, tem-se a pluralidade de opções (as bolsas dos EUA contam com, aproximadamente, 6 mil empresas listadas, fora outras variedades de ativos) e o acesso a companhias de fato globais. O país é, afinal, a maior economia do mundo.
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