Os investidores estão sempre atentos às oportunidades que aparecem no mercado. Entretanto, muitas vezes o desejo de fazer um bom negócio acaba ofuscando a visão para os riscos inerentes a cada ativo. Da renda fixa à renda variável, o investidor precisa ter sempre consigo algum tipo de “inibidor de apetite”, pois quem minimiza os riscos a ponto de não mais enxergá-los pode terminar o dia com prejuízo.
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O analista de preços (pricing) do BNY Mellon, Rafael Lobianco, listou alguns mandamentos que podem fazer a diferença na hora de aportar dinheiro em papéis de qualquer espécie, incluindo aqueles considerados mais seguros, como títulos do Tesouro Direto.
A primeira dica de Lobianco diz respeito à educação do investidor. Afinal, conhecimento é poder. “Antes de investir, dedique tempo para entender os conceitos básicos de investimento, tipos de ativos e os mercados em que se pretende investir”, afirma.
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Formado em engenharia industrial pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, ele coloca na segunda posição ter objetivos claros. Neste quesito, elenca que é necessário definir metas financeiras realistas. “Isso ajuda a orientar as decisões de investimento e a manter o foco a longo prazo”, destaca.
Em terceiro lugar, Lobianco pontua a diversificação de ativos. “Não coloque todos os seus ovos na mesma cesta. Diversificar o portfólio entre diferentes tipos de ativos [ações, títulos, imóveis, etc] reduz o risco”, diz.
Outro ponto de atenção está relacionado à regularidade. Rafael ressalta que uma estratégia de investimento periódica, a exemplo do investimento mensal, ajuda a aproveitar a média de custo, reduzindo a influência da volatilidade do mercado. Esta é a quarta dica.
Já em quinto lugar, o especialista frisa os riscos calculados. “Avalie seu apetite ao risco e escolha investimentos que estejam alinhados com seus objetivos e tolerância ao risco.”
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As demais dicas, que Lobianco vê como mais valiosas, necessitam de algumas explicações antes de serem ditas – elas estão no final deste texto.
Inteligência emocional
A inteligência emocional é um dos pilares do mundo moderno. Trata-se da capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. As dicas de Lobianco são práticas, mas também estão ligados ao emocional do investidor e, neste caso, o autoconhecimento começa pela classificação do perfil de quem está investindo.
Há investidores com perfil conservador, que tem pouquíssimo apetite a risco. Este irá dar preferência a ativos mais seguros, mesmo que o retorno seja menor. O que vale, neste caso, é não perder dinheiro.
Na sequência, existe o investidor moderado. Este tem consigo alguma pré-disposição pelo risco, mas somente de forma moderada, com toda a operação muito bem calculada. Na prática, significa dizer que se ele enxergar o potencial de ganho, poderá alocar dinheiro, mesmo que haja algum grau médio de risco. Geralmente esse tipo de investidor já tem o recurso certo que está disposto a “apostar”.
Por fim, há o investidor arrojado, aquele que visa em primeiríssimo lugar o retorno. É como diz o jargão do mercado financeiro: quanto maior o risco, maior o retorno. Neste caso, não importa se o mercado está “mexido”, ele geralmente tem disposição para “entrar”.
Mais mandamentos
Todas as orientações de Lobianco são de suma importância para evitar erros na hora de investir, mas as cinco dicas que ele deixou por último tem mais peso, principalmente se o leitor já se identificou dentro de um dos perfis listados acima: conservador, moderado ou arrojado.
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O analista traz, com sexta dica, o evitar o pânico. “É preciso manter a calma durante períodos de volatilidade do mercado. Não tome decisões impulsivas com base no medo ou na euforia”, destaca.
Em sétimo lugar, ele reforça a necessidade de uma reserva de emergência. “Antes de investir, assegure-se de que tem um fundo de emergência suficiente para cobrir despesas inesperadas”, diz.
Já em oitavo lugar, Lobianco elenca a necessidade de revisões periódicas. “Revise regularmente seu portfólio para garantir que ele ainda está alinhado com seus objetivos e tolerância ao risco”, ressalta.
Na nona colocação, o profissional do BNY Mellon elenca a preparação para o longo prazo. “Investir é uma jornada de longo prazo. Evite olhar para os altos e baixos diários do mercado e concentre-se em seus objetivos de longo prazo.”
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Por fim, na décima colocação, ele traz um ponto que é um exercício de prudência: consultar um profissional financeiro. “Se você ainda estiver inseguro, considere consultar um consultor financeiro para obter orientação personalizada”, conclui.
Para jamais esquecer
- Educação;
- Ter objetivos claros;
- Diversificação;
- Regularidade;
- Riscos calculados;
- Evitar pânico;
- Ter reserva de emergência;
- Promover revisões periódicas;
- Estar preparado para o longo prazo;
- Consultar um profissional financeiro.