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Educação Financeira

Bom de bola e ruim de dinheiro: os principais erros financeiros dos atletas

A Copa Libertadores já pagou R$ 15 milhões aos clubes brasileiros, mas, sem disciplina, os atletas podem ver a fortuna evaporar

Bom de bola e ruim de dinheiro: os principais erros financeiros dos atletas
Timemania: 8 apostas faturam R$ 26 mil. (Foto: Envato Elements)
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  • Ao contrário do restante da população, atletas enriquecem muito cedo e também se aposentam antes, por isso é importante se atentar a gestão de patrimônio, segundo especialistas
  • Entre os principais erros na hora de guardar as fortunas estão: gastança, golpes e investimentos sem retorno

Ganham muito dinheiro cedo, rápido e se aposentam até os 40 anos, essa é a realidade dos atletas profissionais. Em um universo paralelo do restante da população, que se aposenta a partir dos 60 anos, há um ponto em comum: a falta educação financeira gera diversos erros na gestão de patrimônio das carreiras.

Na quarta-feira (5), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) realizou o sorteio dos confrontos das oitavas de final da Copa Libertadores 2023. No total, seis equipes brasileiras já receberam pelo menos R$ 15,7 milhões em prêmios.  Apesar de o futebol ser uma grande porta de entrada para as grandes fortunas, por exemplo, os esportistas precisam ter disciplina para que o dinheiro não evapore com o passar do tempo.

“A maioria dos atletas, por virem de famílias que não possuem essa orientação financeira, quando ganham dinheiro acabam não tendo nenhuma visão de longo prazo. Isso faz com que acabem deslumbrados”, diz o ex-jogador de futebol do São Paulo, Alexandre Reame, o Xandão, que é head de Investimentos na asset GCB Sports.

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Xandão começou sua carreira no Guarani de Campinas-SP aos 17 anos, onde teve seu primeiro contato com uma renda, mas em valores baixos. O ex-volante da seleção brasileira, Alexandro Silva de Sousa, o Dudu Cearense, começou nos campos aos 15 anos, pelo Vitória da Bahia, ganhando uma ajuda de custo de R$ 800. E com apenas seis anos, Diego Ribas, ex-jogador do Flamengo, já ganhava R$ 250 por atuar no infantil do Comercial de Ribeirão Preto-SP.

O trio têm uma história de vida parecida, começaram muito cedo e, de início, usaram a ajuda de custo para si próprios e para a família. Depois, quando vieram os salários, chegaram os mentores, conhecidos no mundo dos esportes por atuarem como empresários dos atletas. Ali, em conjunto com as famílias, surgiram as primeiras recomendações: investir em imóveis.

“Quando você é um jovem atleta, você vai confiar nas pessoas que mais convive. Então nessa época, eu tinha alguns mentores que geriam esse capital que eu ganhava, mas era somente investir em imóveis, comprar terrenos, construir e alugar”, relembrou Dudu Cearense, que também atua como head da divisão de investimentos para atletas na Lifetime Sports, iniciativa da Lifetime Investimentos.

Os 5 principais erros dos atletas

Em relação à instrução para gerir o dinheiro, Dudu Cearense enfatiza que a experiência que jovens atletas têm na parte de finanças é praticamente nula, já que geralmente vêm de famílias humildes e, sem conhecimento, acabam seguindo o que o pai ou o empresário decidem. Por conta disso, Diego Ribas, que acaba de fechar parceria com a Genial Investimentos, afirma que o porcentual de jogadores que terminam a carreira com dificuldades financeiras é altíssimo.

Para ele, isso acontece por dois motivos: “O primeiro é porque acham que a carreira vai ser eterna e acabam deixando o planejamento financeiro para o próximo contrato. Os anos passam e quando se dão conta, estão no final da carreira e já não têm mais tempo para construir um patrimônio”.

O segundo motivo ocorre porque eles não participam das decisões financeiras, deixando toda a gestão para os empresários ou familiares. Dessa situação, decorrem também importantes equívocos, como lembra Dudu: “Eu sempre falo que não existe milagre no mercado financeiro. O atleta que ganha R$ 100 mil acha que vai entrar no mercado financeiro e vai ganhar a mesma coisa”.

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Xandão destaca a falta de visão de longo prazo, o que leva os jogadores a gastar sem preocupação. “Eu conheci muitos atletas que ganhavam muito dinheiro, mas não tinham nenhuma preocupação com o futuro, viviam somente o presente, consumiam tudo o que ganhavam. A maioria vai acabar despertando lá pelos 30 anos, que aí cai a ficha de que precisa acumular patrimônio”, disse.

Por último, Dudu cita sobre a alocação em investimentos sem retorno, mas por motivos afetivos. “O atleta que veio de família humilde e ganhou muito capital às vezes quer investir na padaria do amigo, na barbearia do pai ou algo que chegou para ele sem entendimento nenhum. Só que ele confia nas pessoas e vai colocar o dinheiro”, finaliza.

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