Mega paga R$ 65 mi: veja a rentabilidade em cinco investimentos

De acordo com a educadora financeira Carol Stange, o primeiro passo para não torrar os milhões aleatoriamente é definir qual o custo de vida que o ganhador do sorteio gostaria de manter – e assim entender se o prêmio realmente será suficiente para cobrir todos os desejos e vontades ao longo dos anos.

“Às vezes achamos que esse dinheiro é infinito, mas quando colocamos no papel todos os nossos sonhos, desejos e padrão de vida que acreditamos ser o ideal, percebemos que na verdade não é tanto capital assim”, explica Stange. “Então, com o custo de vida definido, trabalhamos em projeções para saber quanto tempo esse dinheiro duraria.”

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Em segundo lugar, mas não menos importante, o novo milionário deve investir o capital levando em conta o perfil de risco (conservador, moderado ou arrojado) que possui. “Temos sempre que lembrar que dinheiro parado não faz milagres. O ideal é aproveitar e fazer investimentos para que esses recursos se multipliquem”, afirma Stange.

Para quem é mais conservador, por exemplo, é necessário montar uma carteira de pelo menos 70% de alocação em renda fixa, que é mais segura, mas também possui rendimentos menores. Já para os moderados, o percentual de alocação em renda fixa cai para 50% e, para os arrojados, essa fatia fica em cerca de 30%.

Além disso, ter uma reserva de emergência é mandatório para ter uma carteira equilibrada. “Reserva financeira é sempre importante, porque já pensou se a pessoa colocar todo o capital em investimentos sem liquidez?”, afirma Stange. “Pode ser que apareça uma oportunidade imperdível, já que a reserva não é só para emergência, e esse milionário não consiga tirar os recursos. Um pedaço da carteira em renda fixa com liquidez é essencial.”

Quanto renderia R$ 65 milhões em cada aplicação?

Para ajudar o investidor a entender quanto um prêmio de R$ 65 milhões renderia nas principais aplicações, o E-Investidor conversou com Rodrigo Beresca, analista de soluções financeiras da Ativa Investimentos. Na renda fixa, a Poupança segue como a aplicação que tem os piores retornos e que poderia, inclusive, fazer o futuro ganhador da Mega-Sena perder dinheiro.

Por ter seu rendimento em 70% de taxa de juros Selic, que hoje está em 4,25%, nos últimos 12 meses (terminados em junho) o investimento mais famoso entre os investidores não superou a inflação do período. Em um ano, a quantia geraria R$ 1 milhão em rendimentos. “Mesmo sendo isenta do Imposto de Renda, a Poupança ainda tem retorno menor que quem investe no Tesouro Selic, que não é isento”, afirma Beresca.

Já na parte de renda variável, o ETF (fundo que replica o desempenho de indicadores) do Ibovespa aparece com uma rentabilidade de 31,43% em 12 meses, o que renderia ao sorteado R$ 20,4 milhões.

“Claro que na renda variável é possível também oscilar para baixa, perder dinheiro”, afirma Beresca. “Mas hoje já se fala que o Ibovespa pode chegar até os 140 mil pontos no final do ano. Entre os analistas mais otimistas, aos 150 mil pontos”, diz. Caso as previsões mais otimistas se concretizam, significaria uma alta de cerca de 15% até o final de 2021.

Quanto renderia o prêmio da Mega Sena em cada aplicação?
Investimento	Rentabilidade nos últimos 12 meses	Rendimento nos 12 meses
Poupança	1,60%	R$ 1.038.486,41
Tesouro Selic	2,19%	R$ 1.425.756,16
CDB Conta Digital 150% CDI	3,41%	R$ 2.215.690,74
CDB Pré 10% a.a.	9,92%	R$ 6.445.935,71
ETF de Ibovespa (BOVA11)	31,43%	R$ 20.429.974,10
Fonte: Ativa Investimentos

E nas carteiras recomendadas?

Na ativa investimentos existem opções de carteiras de fundos para perfil conservador, moderado e arrojado. “É importante sempre fazer um balanceamento de carteira, fazer um hedge de proteção, nunca colocar os mesmos ovos na mesma cesta”, afirma Beresca.