

Quanto mais sofisticado o investidor, melhores alternativas de corretoras para investir no exterior ele terá. Se a intenção é apenas aprender a acessar o mercado financeiro fora do Brasil e usar a conta para pequenas operações ou viagens, a facilidade de uso da plataforma deve ser prioridade.
Tatiana Berenguer, estrategista de investimentos globais da Garrington Capital, recomenda a Avenue Securities para quem busca facilidade na abertura de conta, suporte em português e integração fiscal. Os spreads cambiais (diferença entre o preço de compra e de venda de uma moeda), no entanto, são altos e a variedade de ativos é limitada, “tornando-a mais adequada para quem está começando”.
Outra plataforma brasileira, a Nomad, aparece com corretagem e spread que chega a 2%, mesmo nível da Avenue, que tem taxa fixa para negociação com ETFs (fundos negociados em bolsa e que buscam retorno semelhante a um índice de referência), independente do valor da ordem. Entre as nacionais, a Inter aparece com o menor custo, com zero brokerage (taxa de corretagem) e spread de até 1,5%.
Quais são as melhores corretoras internacionais para brasileiros?
No mercado internacional, a mais conhecida é a Interactive Brokers (IBRK), que dá acesso a ativos e mercados globais em mais de 30 bolsas, oferecendo custo de cerca de R$ 0,02 (US$ 0,005) por ação negociada. Avenue e Nomad, por exempo, limitam-se ao mercado americano.
Apesar da boa relação custo x benefício, a IBRK se mostra uma plataforma complexa, pouco intuitiva e com um suporte que fica a dever, principalmente para investidores iniciantes.
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No mercado internacional também aparecem StoneX, Investors Trust, Pro Capital e Insigneo, opções também mais robustas. A Pro Capital permite acesso à Pershing sem exigência de investimento mínimo, enquanto o piso em grandes corretoras como BTG Pactual e XP parte de US$ 350 mil. A Pershing é uma plataforma internacional de custódia e clearing (compensação) de ativos que atende investidores de alta renda e institucionais.
Outra opção, o Saxo Bank, se destaca em Forex (Foreign Exchange) e índices europeus, como o FTSE. No forex, investidores e instituições compram e vendem pares de moedas, como dólar/euro (USD/EUR), dólar/iene (USD/JPY) ou real/dólar (BRL/USD), buscando lucrar com a variação das taxas de câmbio.
Taxas e tributação: o que considerar antes de investir fora do Brasil?
Na parte de tributos, ponto para as corretoras brasileiras, que geram relatórios que facilitam o cumprimento das obrigações fiscais, uma atividade que, diga-se, não é trivial. “Para investidores que estão pouco habituados à gestão tributária, recomendamos plataformas que geram esses relatórios”, afirma Caio Zylbersztajn, sócio da Nord Investimentos. Plataformas como Interactive Brokers e Saxo Bank, por outro lado, exigem ajustes manuais no Imposto de Renda (IR).
Lucros acima de R$ 35 mil mensais pagam de 15% a 22,5% de IR e dividendos sofrem retenção na fonte de 30% nos EUA, mas o investidor pode utilizar crédito tributário para evitar bitributação no Brasil.
Os principais desafios para quem quer investir no exterior
Como visto, há muitas opções para começar a operar no mercado internacional, com o desafio já começando pela a abertura de conta. Algumas corretoras internacionais exigem comprovante de residência no exterior ou processos burocráticos mais longos.
A conversão de moeda também é um fator importante a ser enfrentado por meio de comparação de taxas. O spread cambial pode impactar fortemente a rentabilidade. Entendimento do mercado global também se mostra importante para começar a investir fora, exigindo um olhar mais amplo sobre economia global, variação cambial e regulamentação. A falta de suporte também pode complicar a declaração de impostos no Brasil.
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“Para superar essas barreiras, melhor começar com corretoras mais amigáveis aos brasileiros, estudar o mercado e contar com suporte profissional”, orienta a estrategista Tatiana Berenguer.
Para quem está começando, também é possível utilizar recursos como o paper trading, que são simulações de operações sem dinheiro real, e fazer aportes pequenos para ganhar confiança e experiência. Hedge cambial, para proteger-se da oscilação do dólar usando instrumentos financeiros disponíveis na Bolsa de Valores brasileira, também é indicado pelos especialistas para todos que estão procurando corretoras para investir no exterior.