O que este conteúdo fez por você?
- Quem escolhe empreender, por exemplo, tem uma característica de aceitar mais risco
- Não significa, no entanto, que esse investidor deva montar portfólio super agressivo
- O estágio de vida da pessoa e seus objetivos também são importantes na decisão de risco
O perfil do investidor é um assunto que gera controvérsias entre os planejadores financeiros porque envolve muitas variáveis – algumas delas subjetivas. A profissão e a forma como o investidor construiu seu patrimônio podem ser um ponto inicial para identificar a real tolerância ao risco.
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Afinal, seria um empreendedor um investidor mais agressivo que um funcionário público, por exemplo?
A psicóloga Ana Paula Hornos, colunista do E-Investidor que fala sobre comportamento e finanças, explica que os indivíduos elegem atividades ou carreiras por conta de características pessoais. Quem escolhe empreender, por exemplo, tem uma característica de aceitar mais risco. Não significa, no entanto, que esse investidor deva montar portfólio super agressivo.
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Ela afirma que, independente do perfil, os riscos precisam ser calculados. “Uma vez que o empreendedor já está no risco do negócio na economia real, é preciso equilibrar o risco com ativos financeiros mais conservadores”, avalia.
É quase um consenso de que fonte de riqueza do indivíduo afeta a sua disposição para assumir riscos, sendo esta um ponto inicial para a definição do seu perfil. Para tanto, os planejadores financeiros se utilizam do teste de API (Análise do Perfil de Investidor), que traça uma feição cognitiva da pessoa, com base em sua mente.
O que o questionário não revela é o preparo emocional e, neste ponto, o autoconhecimento é fundamental.
Conhece a ti mesmo
“É importante a pessoa saber qual a sua tolerância à frustração, mais do que ao risco. Num investimento é possível saber de antemão que há 50% de chances de ganhar ou perder”, diz Marcia Toloti, especializada em psicologia financeira.
A auto-imagem também é um ponto importante para definir o perfil. Para alguns especialistas, a percepção sobre a própria riqueza influencia mais do que a profissão no perfil do investidor.
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O que pode ser uma pequena fortuna para um, poderá ser pouco para o outro.
A medida de riqueza não considera, portanto, o tamanho absoluto da carteira do investidor, mas a sua percepção em relação a suas posses. Não é pouca gente que acredita que fortuna tem a ver com o valor do carro estacionado na garagem.
O especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital Caio Canez de Castro salienta que a pouca capacidade de investimento, apesar de estimular os investimentos de risco, pode trazer também uma frustração.
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"Quanto menos recursos, maior a busca por risco", diz. O problema, lembra, é que mesmo que essa pessoa consiga um retorno de 100% sobre o capital investido, um retorno sobre R$ 1.000, por exemplo, corresponde a R$ 2.000. "Isso não aumenta o poder de compra na economia atual, o que pode afastar mais recursos de pessoas que têm o interesse em aumentar o patrimônio ao longo dos anos", diz.
Tempo x risco
O estágio de vida da pessoa e seus objetivos também são importantes na decisão de risco.
Os investidores jovens dispõem de um horizonte de tempo mais longo em relação a uma pessoa que está prestes a se aposentar. É natural que sua tolerância a risco seja maior na busca por um aumento de patrimônio, enquanto o segundo busca conservação ou proteção.
O especialista em investimentos Renan Diego ressalta que um fator preponderante para o investidor é se conhecer e saber até onde pode ir com o risco. "Naturalmente o conhecimento reduz o medo", diz. "Quem não sabe investir em renda fixa e descobre o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), rapidinho tira o dinheiro da poupança e dos bancões e corre para uma corretora", exemplifica.
Rodrigo Cohen, planejador financeiro da Escola de Investimentos, destaca que, independente do perfil, o maior risco que uma pessoa comete no mundo das finanças é fazer algo que não sabe. "O primeiro cuidado é estudar muito e entender o que está fazendo", diz.
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