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Educação Financeira

Tesouro Direto: quanto devo investir considerando meu perfil de risco?

Analistas dizem ser o momento para reavaliar alocações, já que renda fixa mantém boa atratividade

Tesouro Direto: quanto devo investir considerando meu perfil de risco?
Alta dos juros impacta títulos públicos. (Fonte: Brenda Rocha - Blossom/Shutterstock/reprodução)
O que este conteúdo fez por você?
  • O Tesouro Direto continua sendo um investimento atraente devido à manutenção das taxas de juros e ao cenário econômico incerto
  • Investidores com diferentes perfis devem reavaliar suas carteiras e considerar a alocação no Tesouro
  • A alocação ideal no Tesouro varia entre 20% e 40% do portfólio, dependendo do perfil do investidor

A manutenção das taxas de juros e o cenário econômico ainda incerto mantém a boa atratividade do Tesouro Direto e pode sinalizar um bom momento para aumentar as alocações. Os analistas apontam que as perspectivas são favoráveis para os prefixados e pós-fixados e por isso os diversos perfis de investidores devem reavaliar suas carteiras.

O investimento de renda fixa do Tesouro possui títulos pós-fixados (Tesouro Selic), prefixados (Tesouro Prefixado) e híbridos (Tesouro IPCA+). Nos três primeiros deste ano, apesar de recuos pontuais, a maioria dos títulos encerrou com valorização, conforme mostramos nesta matéria.

A economista Ariane Benedito, especialista em mercado de capitais, diz que as perspectivas sobre as alocações no Tesouro foram transformadas drasticamente a partir de 2021. “Até 2020, com a Selic em 2%, os títulos públicos ficavam de lado, já que o restante do mercado estava remunerando melhor”, diz.

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As mudanças no panorama econômico, porém, mudaram as regras do jogo. “Quando temos uma Selic a 13,75%, a atratividade do Tesouro aumenta inclusive para os investidores mais agressivos, que costumam ter porcentuais mais baixos de renda fixa na carteira”, destaca o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi.

Mas como descobrir qual a fatia certa a ser deixada no Tesouro e a divisão ideal entre as categorias disponíveis? A base da decisão passa pelo perfil do investidor, mas só isso não basta. A ampliação dos investimentos ou mesmo a mudança na modalidade precisa considerar os objetivos e perspectivas para os próximos meses e até anos.

Guilherme Lamonica, sócio da Matriz Capital, considera que a alocação ideal no Tesouro tem variado entre 20% a 40%, a depender do perfil de cada investidor. “Começamos em 40% para os mais conservadores e chegamos em 20% quando se trata dos investidores com perfis de maior tomada de riscos”, diz.

Conservador

O investidor com perfil conservador, menos disposto a se expor a risco, é o que deve ter uma maior fatia em renda fixa. Apesar de significar que isso trará menos lucros, ele terá mais segurança e previsibilidade. Na divisão da carteira, poderá colocar em torno de 70% de ativos de renda fixa, podendo ser boa parte disso no Tesouro, conforme orienta Komura, da Ouro Preto.

Já quanto a categoria, o ideal será ficar com a maior parte no Tesouro Selic, título com maior estabilidade. “O perfil indica bastante o peso de cada indexador do ativo. Para o conservador o ideal é ter maior peso nos pós-fixados, exatamente pela menor volatilidade”, afirma Sueishi, da Manchester.

Moderado

O investidor com perfil moderado é indicado por Komura, com recomendação de 70% em renda fixa. A diferença, segundo ele, está na exposição entre as categorias. “Pode deixar entre 40% e 30% no pós-fixado, 20% em títulos de inflação e prefixados e o restante da carteira em fundos multimercados”, afirma.

Vale destacar que cada modalidade de investimento cumpre uma função importante no portfólio de acordo com o ciclo econômico. Os prefixados têm vantagem quando há quedas da taxa de juros, o pós se beneficia da alta da Selic e o IPCA defende o investidor contra momentos mais inflacionários.

Arrojado/agressivo

Mesmo para os investidores que buscam maiores lucros e estão dispostos a exposição ao risco, a renda fixa deve estar no portfólio, sendo o Tesouro uma possibilidade de grande segurança. Para eles, o recomendado é de cerca de 30%, divididos entre títulos Selic e os demais.

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“Se eu tiver um investidor mais arrojado que está muito exposto a ativos voláteis, os rótulos públicos são ótimas opções”, diz Benedito. Para ela, essa revisão da carteira pode incluir outras estratégias, como a possibilidade de escolher títulos com vencimentos mais curtos. “Tudo vai de acordo com os objetivos de cada um. É importante conhecer o seu perfil.”

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