A inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, o que implica na diminuição do poder de compra da população. Ela pode ser causada pela pressão de demanda, pressão de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação.
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Uma forma clara de perceber a inflação é indo ao supermercado. O aumento dos preços é sentido na prática quando, por exemplo, um produto que há um mês era vendido a R$ 5 passa a custar R$ 7.
Vale destacar, também, que a inflação se torna prejudicial quando acontece de forma descontrolada, com altos valores, pouco espaçamento e sem um reajuste real do salário mínimo.
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Os principais indicadores de inflação no Brasil são o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Quer entender como o IGP-M afeta seu aluguel? Acesse essa reportagem.
Como é calculada a inflação?
A inflação tem diferentes formas de ser calculada. Cada uma delas depende do índice, da metodologia e de qual segmento está sendo analisado.
O IPCA, por exemplo, é composto pelo valor dos seguintes segmentos: habitação, vestuário, despesas pessoais, transporte, comunicação, alimentação, saúde e educação.
Para saber estes valores, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entrevistam famílias para verificar os hábitos de consumo e os custos pagos. Depois, estipulam uma cesta de produtos mais consumidos e o peso que cada um deles terá no cálculo da inflação.
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Os pesquisadores também organizam um relatório com os comércios, onde é feita a checagem de preços dos produtos mais consumidos, determinando os valores dos índices.
O IGP-M, por sua vez, é calculado pela composição de três outros índices: o de inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC). Ele é utilizado, principalmente, para o reajuste do preço dos imóveis.
Confira:
- 60% para o IPA;
- 30% para o IPC;
- 10% para o INCC.
Como a inflação afeta o dia a dia?
A inflação tem impacto no valor de todos os bens à venda. Desde o preço da energia e dos combustíveis, até o valor dos alimentos, das roupas e de serviços, como o cabeleireiro, por exemplo.
Isso acontece porque a inflação é a corrosão do poder de compra. Ou seja, o dinheiro de todas as pessoas começará a valer menos.
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Vale destacar que não é apenas o dinheiro dos consumidores que é afetado. O valor da moeda em relação às demais também é prejudicado, diminuindo a capacidade de investimento do governo e da economia, desestimulando o investimento e prejudicando o crescimento econômico.
A distorção dos preços é outro problema causado pela inflação, gerando ineficiências na economia e dificultando avaliar se algo está barato ou caro.
Por terem poucos recursos, os maiores prejudicados em um momento de alta da inflação são as camadas menos favorecidas da população.
Como combater a inflação?
A elevação da Selic é a forma mais eficiente de combater a inflação de demanda. A alta da taxa básica de juros encarece o preço dos empréstimos e diminui a quantidade de dinheiro em circulação, além de incluir um prêmio de risco para compensar as incertezas associadas com a inflação mais alta na forma de rendimentos.
“O Brasil é um país de renda média baixa e o parcelamento é algo muito importante no varejo. A elevação da Selic aumenta o custo do financiamento e o preço das parcelas, então uma uma parcela da população não estará disposta a pagar mais por um bem”, afirma Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas.
Inflação de custos
A inflação de custos ocorre quando o valor final de um produto é afetado, seja pelo aumento do preço dos combustíveis, da energia ou até mesmo da desvalorização do câmbio.
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“A inflação de custos, por exemplo, não deve ser combatida pela Selic. Ela acontece quando um componente do preço aumenta muito, como é o caso do aumento do dólar e depreciação do câmbio. Esse controle deve ser realizado pelo próprio câmbio ou, em outros casos, realizar um aumento de estoques”, explica Beni.
Inércia inflacionária
A inércia inflacionária tem relação com os indicadores de inflação e o reajuste de acordo com o passado. Ou seja, o cálculo da inflação é realizado por esses indexadores de acordo com os preços do mês anterior.
Dessa forma, as pessoas estão sempre se adaptando ao acumulado da inflação no mês passado, mas que pode ser uma forma de retroalimentar a própria inflação, aumentando o período de pressão nos preços.
Expectativa de inflação
A expectativa de inflação acontece quando produtores, lojistas, empresários e outros prestadores de serviços ajustam seus preços à espera de uma elevação nos índices inflacionários.
Ela é outra forma de retroalimentar esse aumento dos preços, porque o incremento descabido e sem um indicador claro faz com que as pessoas tenham de gastar mais dinheiro com produtos supervalorizados, criando a distorção de preços.
Como a inflação afeta os investimentos?
O aumento da inflação afeta todos os setores da economia, inclusive os investimentos. Isso acontece porque, além da desvalorização do dinheiro, a inflação mostra insegurança dentro do sistema econômico de um país.
A forma mais comum de se combater a inflação é por meio da taxa básica de juros Selic. Como já mencionado, a Selic inclui um prêmio de risco para compensar as incertezas associadas com a inflação mais alta na forma de rendimentos, como pode ser visto em investimentos como a renda fixa.
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A Selic faz com que investimentos como a renda fixa sejam mais atrativos por conta de sua previsibilidade, além de aumentar sua rentabilidade. Dessa forma, aplicações na renda variável ficam em segundo plano em momentos de alta na inflação e das taxas de juros.