As tendências de pagamento são constantemente atualizadas e 2024 promete trazer novos formatos para o mercado. A partir de outubro, a evolução do queridinho brasileiro “Pix” trará sua instantaneidade para pagamentos recorrentes por meio do “Pix automático“. Mas o que podemos esperar dessa nova modalidade de pagamento instantâneo?
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Tal como o nome diz, o Pix Automático serve para transações que são autorizadas e agendadas com antecedência, de maneira automática e recorrente, com valores determinados, para pessoas físicas e jurídicas. A ativação deve ser feita manualmente pelo usuário, autorizando a funcionalidade por meio de sua conta em instituições financeiras.
A ferramenta só entra em vigor em meados de outubro deste ano. Até lá, o Banco Central (BC) pode fazer modificações para trazer uma experiência ainda melhor para o usuário.
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O Pix Automático não terá cobrança de tarifa para pessoas físicas. Para empresas, funcionará a livre negociação entre a pessoa jurídica e o banco para tal cobrança. Ou seja, os bancos terão a opção de oferecer ou não esse tipo de serviço a empresas.
Pix versus Pix automático
Desde sua fundação, ocorrida em novembro de 2020, o pix automático já alcançou milhões de brasileiros e hoje se consolida como o meio de pagamento mais usado no país. Na última sexta-feira (5) o Pix registrou um feito histórico ao processar mais de 200 milhões de transações em um único dia, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
De acordo com um levantamento feito pela Ferderação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em números do Banco Central, no primeiro mês de funcionamento, o Pix ultrapassou as transações feitas com DOC (documento de crédito). Em janeiro de 2021, superou as transações com TED (transferência eletrônica disponível). Em março do mesmo ano, passou na frente em número de transações feitas com boletos. Já no mês seguinte (maio), o Pix ultrapassou a soma de todos eles.
Podemos esperar o mesmo sucesso para o Pix Automático? Especialistas consultados pelo E-Investidor dizem que sim.
“Existe, sim, a real possibilidade dele ser um sucesso de adoção como o Pix, mas talvez não na mesma velocidade. Muitas pessoas que não tinham acesso nenhum ao mercado financeiro foram “bancarizadas” com o advento do Pix. Então, é muito comum encontrar pessoas que aceitem Pix. Em qualquer barzinho com wi-fi, é possível fazer uma transação”, afirma Diego Perez, diretor da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
Para quem serve o Pix automático?
O Pix automático, assim como o Pix tradicional, é formado por três grandes pilares: o cliente final, os recebedores e as instituições financeiras que ofertam o serviço. A grande característica dessa modalidade de pagamento é a usabilidade. “O Pix Automático traz a padronização, possibilita uma experiência fácil de ser atendida e tem uma questão muito forte de flexibilização para atender as necessidades dos clientes”, afirma Paulo Barbosa de Morais, gerente de Relações e Inovações Tecnológica no Itaú.
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“O pix automático é para os mais de 50 milhões de brasileiros que não tem acesso a crédito. Essas pessoas precisam de uma ferramenta de assinatura que não dependa do Score (pontuação que indica para o mercado se a pessoa é uma boa pagadora) delas, não dependa de um contrato separado ou da conta bancária. Nós estamos falando da inclusão de mais de 50 milhões de brasileiros em produtos de assinatura e recorrência”, afirma Beatriz Neiva, co-founder na Aarin Techfin.
Em quais casos posso utilizar o Pix automático?
As transações instantâneas e recorrentes do Pix automático podem ser utilizadas em assinaturas, mensalidades, pagamentos de serviços básicos, como água e luz, e em muitos outros casos. “Inclusive, serviços variáveis. Por exemplo, se eu quiser assinar um pacote de R$ 400 por mês de Uber, eu vou pagar o pagamento recorrente de R$ 400 por mês, mas o meu uso de Uber pode variar. Então, também vai existir essa compra de carteiras, isto é, de créditos pra ir usando aos poucos também”, explica Beatriz.
Uma das principais vantagens é a sua ampla abrangência, permitindo a realização de pagamentos de serviços variados. Mas para o consumidor o maior benefício é a contribuição para a redução de golpes e cobranças falsas. A eliminação da necessidade de boletos e de um cadastro direto com a empresa responsável, garantem a autenticidade das cobranças recorrentes, promovendo maior segurança nas transações.