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NFTs : principais nomes brasileiros na criptoarte

Obras NFT estão sendo leiloadas por preços altíssimos.

NFTs : principais nomes brasileiros na criptoarte
Entre as várias vertentes de NFT, a criptoarte é uma das mais populares entre o público. (FOTO: Beeple / Christie's)
  • Além do recorde de NFT mais caro já leiloado, a obra do renomado artista Beeple se tornou a terceira mais cara de qualquer artista vivo
  • Segundo Felipether, co-fundador da Paradigma Education, NFTs são um tipo de certificado de propriedade digital inviolável e que não depende de nenhuma autoridade central para ser mantido
  • Os principais nomes brasileiros da criptoarte são: Etiene Crauss, Raf Grassetti, Monica Rizzolli, Carlos Oliveira, Marlus Araujo, Nino Arteiro, Uno de Oliveira e Fesq

A tecnologia do blockchain veio para mudar muitos paradigmas da vida comum. No começo, blockchain era apenas sobre finanças, depois passou a contar com os contratos inteligentes da rede Ethereum, que se autoexecutam, e agora chegou ao mercado da arte, com os NFTs.

Em março de 2021, uma obra de arte digital intitulada “Everydays: The First 5000 Days”, na tradução, “Todos os dias: Meus primeiros 5000 dias”, do renomado artista Beeple, foi leiloada por US$ 69,3 milhões, o equivalente a cerca de R$387 milhões. Além do recorde de NFT mais caro já leiloado, a obra se tornou a terceira mais cara de qualquer artista vivo.

Ao contrário das obras digitais tradicionais, que são leiloadas na internet em plataformas como a Super Rare e Nifty Gateway, essa NFT foi leiloada na Christie’s, uma tradicional casa de leilões britânica, sendo a primeira obra digital a ser leiloada no local.

Mas, afinal, o que são NFTs?

NFTs é a sigla para Non Fungible Tokens, na tradução, tokens não fungíveis. São ativos digitais criados a partir da tecnologia blockchain e por terem dados únicos, tornam-se não fungíveis.

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Para entendermos o que são NFTs, primeiro é preciso compreender o conceito de fungível. Fungível é tudo aquilo que você pode substituir por uma mesma unidade deste ativo. Por exemplo, uma nota de R$ 10, independentemente do ano em que foi lançada, vale R$ 10 e você consegue trocar uma nota por outra. Isso é um ativo fungível.

Segundo Bernardo Quintão, diplomata do Mercado Bitcoin, quando falamos de não fungível, estamos falando do oposto ao exemplo que demos sobre a nota de R$ 10. “É um ativo que é único, em tese não divisível. Você não troca uma obra de arte por outra, apesar das duas serem a mesma coisa”, diz.

Isso, no universo digital, ganha uma característica especial. A grande maioria dos NFTs são emitidos na rede Ethereum, que é um blockchain onde você pode emitir tokens usando os smart contracts da rede.

Quando você emite um token não fungível, está criando um token único e, então, pode linkar nesse próprio token algo que queira manter único e exclusivo. Pode ser uma obra de arte, um ativo digital de algum game ou até o registro de alguma coisa do mundo real, como por exemplo, uma garrafa de vinho rara, tudo isso registrado no blockchain.

Resumidamente, segundo Felipether, co-fundador da Paradigma Education, a primeira plataforma brasileira de inteligência e dados 100% focada no mercado crypto, NFTs são um tipo de certificado de propriedade digital inviolável e que não depende de nenhuma autoridade central para ser mantido. “Ou seja, são títulos que garantem que você tem a posse de alguma coisa no mundo virtual de uma maneira que ninguém pode copiar”, diz.

Por que NFTs e criptoarte estão em alta?

Todo o cenário de criptomoedas tem ganhado bastante notoriedade nos últimos meses, seja por gigantes, como Elon Musk, fazendo investimentos pesados, ou até mesmo pelas grandes instituições financeiras, como BNY Mellon, banco mais antigo dos EUA, que custodiará ativos digitais de seus clientes.

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“Isso está quente, pois as pessoas estão cada vez mais aceitando a realidade de que as nossas posses e as coisas que a gente valoriza, estão cada vez mais digitais. Pode parecer exagero, mas em um mundo no qual cada vez menos saímos na rua, cada vez mais vamos gastar em skins de Fortnite, obras artes virtuais e até avatares para decorar as identidades visuais delas. Cada vez menos gastaremos em coisas físicas”, diz Felipether.

Outro ponto bastante importante é que o mercado das criptomoedas está bem fortalecido. Atualmente, a capitalização de mercado do Bitcoin já supera os US$ 1 trilhão. Inclusive, até Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates e gestor do fundo de hedge mais bem-sucedido do mundo, escreveu um artigo comparando a criptomoeda com o ouro.

“A arte digital aproxima muito mais o público, pois corta quase que completamente os intermediadores, possibilitando que o artista converse diretamente com seus fãs. Além disso, tem o aspecto tecnológico, que permite o acesso global, ou seja, você não precisa ir até a galeria fisicamente, para comprar seus trabalhos”, diz Quintão.

Alguns artistas e famosos também tentaram surfar a onda das artes digitais, entre eles Paris Hilton e Ashton Kutcher. A herdeira da rede do hotéis Hilton leiloou uma pintura digital de seu gato por 40 Ether (ETH), aproximadamente US$ 70 mil. E a cópia digital de um desenho feito por Kutcher foi levada a leilão.

“Já na questão da segurança, o mercado da arte digital se diferencia do físico por permitir maior facilidade em realizar uma auditoria da veracidade do que está sendo representado, já que, geralmente, possuem código aberto”, diz Marco Castellari, CEO da Brasil Bitcoin.

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Vale lembrar que os mais diferentes tipos de artes e colecionáveis podem ser tokenizados. Desde ilustrações digitais, passando por vídeos e GIFs, até mesmo cards de Pokémon.

“Então, do ponto de vista do artista, você pode vender para o mundo inteiro sem passar por nenhum galerista. Já do ponto de vista do colecionador ou dos estudiosos, se você descobrir o próximo Picasso, não precisa morar em Barcelona, perto dele, para negociar. O artista pode ser do Sudão e você, que está aqui no Brasil, o descobriu e se deu super bem. É, literalmente, democratizar o mercado da arte”, diz Felipether.

Principais artistas brasileiros da criptoarte

Para quem deseja comprar criptoarte, os entrevistados indicam algumas plataformas. Contudo, Felipether explica que existem dois tipos delas. O primeiro são os marketplaces, onde é possível colocar coisas para vender e comprar outras, ou seja, trabalha-se com mercados secundários. “Dentre os marketplaces, o maior é o OpenSea”, diz.

Além dos marketplaces, há plataformas onde os artistas fazem “drops”, que nada mais é que lançamentos de coleções. A diferença é que o próprio artista vende em primeira mão. Como exemplo, temos a Nifty Giveaway, que é dos irmãos Winklevoss, os gêmeos que ajudaram a criar o Facebook.

Além destas, Quintão indica outras plataformas como Rarible, SuperRare e Nftfy.org. Perguntados sobre artistas brasileiros que trabalham com criptoarte, os entrevistados fizeram algumas indicações. Confira:

  • Etiene Crauss
  • Raf Grassetti
  • Monica Rizzolli
  • Carlos Oliveira
  • Marlus Araujo
  • Nino Arteiro
  • Uno de Oliveira
  • Fesq

Felipether diz que o que MP3 fez com a música, o streaming fez com o cinema, o NFTs e tecnologias semelhantes estão fazendo com o mercado da arte. “Hoje, eu acho que as pessoas estão subestimando o valor da escassez digital e dos mecanismos de autoexpressão na internet em um mundo onde é cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é mentiroso. Então, ter uma prova na blockchain que te certifica como dono de uma ideia pode ser extremamente valioso, ainda mais em um mundo em que dá para falsificar tudo”, conclui Felipether.

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