Educação Financeira

O plano de saúde ficou caro? Como renegociar ou contratar uma nova operadora

Planos podem ficar até 8,7% mais caros em 2024

O plano de saúde ficou caro? Como renegociar ou contratar uma nova operadora
Um plano de saúde não é um investimento, mas pode ter o mesmo nível de prioridade. (Foto: Pixabay)
  • Os planos de saúde podem ter um aumento de 8,7% em 2024, acima da inflação
  • Para Acilio Marinello, professor da Trevisan Escola de Negócios, em um cenário como esse, o primeiro passo a ser dado é organizar as contas

Os planos de saúde podem ter um aumento de 8,7% em 2024, segundo estimativas do Citi e da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). O número ainda está dentro do teto estipulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que foi de 9,63%.

Ainda assim, o valor está muito acima da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou 2023 com alta de 4,62%. Ou seja, mesmo para as pessoas que tiveram o seu salário corrigido pela inflação, os planos de saúde podem ficar até 5% caros. Esse salto pode complicar as coisas para o consumidor, que deve procurar alternativas para manter seu plano de saúde.

Para Acilio Marinello, professor da Trevisan Escola de Negócios, o primeiro passo a ser dado é organizar as contas. “O consumidor sempre deve fazer a regra dos 50, 30 e 20. Ou seja, 50% do meu dinheiro deve ser para pagar as despesas obrigatórias, 30% devo separar para lazer e cultura e 20% deve ser destinado a investimentos”, explica o professor.

Marinello comenta que se o custo do plano de saúde não couber dentro dos 50%, o ideal é retirar parte do dinheiro do lazer para cobrir o reajuste do plano. “No entanto, se ainda não couber, o melhor é o consumidor negociar com a operadora”, afirma. Uma possiblidade pode ser reduzir a cobertura do plano. “Se o plano é de uma pessoa que já teve filhos e não terá outros, melhor retirar a cobertura de obstetrícia para tentar abaixar o preço”, afirma.

Publicidade

Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Já Giselle Tapai, especialista em direito da saúde e sócia da Tapai Advogados, comenta que o consumidor também pode reduzir a cobertura geográfica. “Se o plano tem uma cobertura nacional e o cliente não tem o hábito de viajar, o melhor é optar para uma cobertura focada na região que mora e cortar as de outros lugares. Essa pode ser uma ótima alternativa para reduzir custos”, diz.

Vale a pena trocar de plano de saúde dentro da operadora?

Segundo Renato Ferreira, advogado autônomo, caso o consumidor não consiga fazer nenhuma dessas mudanças menos burocráticas, o melhor é procurar um plano mais barato dentro da própria operadora. “Essa opção é muito atrativa e pode ser feita em qualquer operadora”, comenta Ferreira.

No entanto, ele afirma que algumas empresas de saúde podem causar morosidade no procedimento. Neste sentido, vale acionar primeiro o órgão regulador, que é a ANS. “Se ainda assim a companhia continua enrolando o cliente, o melhor é entrar na justiça e pedir uma decisão liminar, que não demora muito para sair, cerca de 45 horas”, afirma.

Ainda assim, há casos que as empresas de saúde não cumprem a decisão judicial. Como foi o caso de Matildes Ramos, de 60 anos. A cliente do plano Hapvida (HAPV3) ficou esperando por mais de um mês no hospital para fazer uma cirurgia de remoção de vesícula tida como urgente. A empresa não fez a operação e a senhora Ramos faleceu no hospital.

“Em casos de não cumprimento da decisão judicial, o recomendável é pedir uma uma multa contra a empresa e sempre ficar voltado ao juiz”, explica Ferreira.

Quando é melhor trocar de operadora de saúde?

Outra possibilidade é a troca da operadora de saúde, mas é preciso ficar bastante atento aos detalhes do novo contrato. “Tem que tomar muito cuidado para o corretor não passar um plano com carência, nesse momento tudo tem que ser lido com muito cuidado”, ressalta Tapai.

Renato Ferreira afirma também que para o consumidor não pegar nenhuma carência não deve ser feito nenhuma interrupção de plano. “A pessoa deve estar com o plano da operadora antiga ativo no momento que ingressar na nova. O usual é ficar com os dois planos ao mesmo tempo por cerca de até 10 dias”, afirma.

Publicidade

Por fim, Marinello alerta que o consumidor deve tomar cuidado se as trocas de plano forem recorrentes. “No longo prazo, se um cliente fica muito tempo na mesma operadora ela acaba entregando reajustes menores pelo fato do cliente não ter usado o convênio por muitos anos, principalmente quando o contrato foi feito quando a pessoa era jovem. Então, trocar de operadora frequentemente pode não compensar”, observa Marinello.

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos