- Desde meados de abril, o ativo passou a oferecer rendimentos reais superiores a 6% ao ano — uma taxa atrativa para objetivos de longo prazo, como um plano de aposentadoria ou, então, o cobiçado R$ 1 milhão
- O Tesouro IPCA+ é só um dos títulos públicos do Tesouro Direto, ou seja, os papéis são emitidos pelo próprio governo para arrecadar recursos para os cofres públicos e financiar as atividades do Estado
- No entanto, mesmo com as vantagens do título, é um erro concentrar todo o seu dinheiro no Tesouro IPCA+, já que a diversificação da carteira é sempre o melhor caminho
O Tesouro IPCA+ tem ganhado o interesse dos investidores nos últimos meses, especialmente em meio ao movimento de alta nas taxas de negociação dos títulos públicos. Desde meados de abril, o ativo passou a oferecer rendimentos reais superiores a 6% ao ano — uma taxa atrativa para objetivos de longo prazo, como um plano de aposentadoria ou, então, o cobiçado R$ 1 milhão.
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Para quem se interessou por essa modalidade de renda fixa atrelada ao IPCA + 6% ao ano, o Bora Investir, portal da B3, procurou nesta reportagem explicar em detalhes o funcionamento do título. O site também trouxe um estudo que mostra, como em diferentes janelas no longo prazo, o ativo é o que mais rende entre classes diversas — até mais do que CDI (Certificado de Depósito Interbancário), dólar e Ibovespa.
Myrian Lund, professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca que o IPCA+6% serve de benchmark (o objetivo de rentabilidade) para diversos fundos destinados a investidores qualificados — aqueles com mais de R$ 1 milhão investidos. No entanto, esses produtos costumam ser mais arriscados do que a renda fixa, por isso o Tesouro IPCA+ agrada tanto o mercado. “Um rendimento real (acima da inflação) acima de 5% é muito bom. Você pode achar pouco, mas em qualquer país do mundo é um investimento superatrativo”, afirma Lund.
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Mesmo com as vantagens do título, é um erro concentrar todo o seu dinheiro no Tesouro IPCA+, já que a diversificação da carteira é sempre o melhor caminho. Ou seja, o investidor deve ter em seu portfólio ativos para diferentes objetivos, prazos e riscos. “O que acontece é que a gente deve ter uma parte da carteira destinada ao curto prazo, seja para as emergências, seja para as oportunidades”, destaca a planejadora financeira Luciana Ikedo.
Renda fixa não é tão fixa assim
Um outro cuidado deve ser levado em consideração: apesar de ser um título de renda fixa, o Tesouro IPCA+ pode sofrer oscilações e está sujeito a riscos. Isso porque uma característica dos títulos de renda fixa atrelados à inflação é justamente a volatilidade nos preços antes do vencimento. Esses papéis são expostos à chamada marcação a mercado, e seu preço varia a cada dia, a depender das expectativas em relação ao cenário econômico do País.
Quem mantiver o dinheiro aplicado até o vencimento receberá exatamente a rentabilidade prevista na aquisição do título. Por isso, o Tesouro IPCA+ é mais recomendado para objetivos de longo prazo.
Já se a pessoa precisar vender o título antes do prazo, poderá ter um deságio sobre o valor pago e embolsar inclusive menos do que investiu inicialmente. O inverso também é verdade: a depender do momento, o investidor pode embolsar bons lucros se vender um título antes do prazo, mas não dá para ter certeza de que isso irá ocorrer.
Outras opções na renda fixa
O Tesouro IPCA+ é só um dos títulos públicos do Tesouro Direto. Vale lembrar que os papéis são emitidos pelo próprio governo para arrecadar recursos para os cofres públicos e financiar as atividades do Estado. Há opções com diferentes tipos de rentabilidade para o investidor, seja prefixada (definida previamente), ligada à variação da inflação ou à Selic, por exemplo. Os títulos contam ainda com diversos prazos de vencimento e fluxos de remuneração, a depender das necessidades de cada pessoa.
Dentro da renda fixa também existem os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), títulos emitidos pelos bancos. Na prática, o investidor está emprestando dinheiro para a instituição financeira, que o remunera com juros em troca disso. Esses ativos são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), assim como as LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio), também emitidas pelos bancos, mas destinadas ao financiamento desses dois setores específicos. Ao contrário dos CDBs, as letras de crédito são isentas de Imposto de Renda (IR).
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Já os CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis Agrícolas) são emitidos por empresas dos ramos imobiliário e agrícola, como formas de financiar as operações e projetos das companhias. Seus rendimentos são isentos de IR para as pessoas físicas, mas não têm proteção do FGC. Por fim, outra opção na renda fixa são as debêntures, papéis de dívida emitidos por empresas de qualquer ramo, que também não contam com garantia do FGC.
Quem se interessou pelo Tesouro IPCA+ ou por outro ativo de renda fixa, pode conferir esta reportagem do Bora Investir, portal da B3, que traz as principais dicas para os investimentos nessa modalidade.