- O período pode ser ideal para que o consumidor consiga comprar um produto de alto valor com um preço mais acessível
- No entanto, os consumidores precisam ficar atentos ao orçamento antes de ficar "encantado" com as ofertas das varejistas
- A cautela se deve ao período em que as pessoas costumam ter despesas a mais com o pagamento de impostos e despesas escolares, para quem tem filhos
Os anúncios de “queima de estoque” aparecem em todo lugar. Ao circular pelos shoppings centers, os banners com a divulgação das promoções chamam a atenção de quem passa em frente às vitrines. E mesmo em casa o consumidor é “bombardeado” por anúncios via SMS, publicações nas redes sociais e notificações de aplicativos de empresas varejistas. São as promoções típicas do mês de janeiro.
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Grandes varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3), por exemplo, anunciaram descontos de até 80% na compra de produtos e opções de pagamento em até 24 vezes. A “agressividade” das empresas neste período tem uma explicação.
Em entrevista ao Estadão, Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), afirma que, nos meses de novembro e dezembro, os consumidores escolheram comprar itens de uso pessoal que costumam ter preços mais acessíveis. “As vendas de itens mais caros podem não ter tido bom desempenho nos meses anteriores”, disse. Portanto, de acordo com ele, as primeiras semanas do ano configuram o momento em que as lojas podem “queimar” o estoque.
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Apesar da oportunidade em vista, o consumidor deve ter cautela antes de aproveitar as ofertas. No mês de janeiro há despesas a mais que costumam comprometer parte do orçamento, como o pagamento do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) e do material escolar. Por esse motivo, Sarai Molina, gerente da área educacional da Ágora Investimentos, recomenda uma análise real da necessidade do produto. Caso a aquisição seja algo indispensável, o próximo passo consiste em pesquisar preços.
“É preciso checar os preços com antecedência e verificar se o desconto vale mesmo a pena. Compare os preços em diferentes sites (e lojas) antes de comprar”, afirma. E se o consumidor escolher parcelar a compra do produto, ele deve ficar atento aos juros. “A melhor opção é a compra sem juros. Avalie também se não há juros embutidos no preço do produto”, afirma Molina.
Além desses cuidados, Eldair Melo, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará, recomenda ao consumidor analisar a “folga” do seu orçamento antes da aquisição do produto, principalmente, se houver a intenção de parcelar o pagamento. “Não há certeza se em um futuro próximo haverá renda suficiente para pagar a compra que efetuou. O ideal é que estas compras sejam parceladas em até no máximo seis vezes”, diz.