- Pela previdência pública, as mulheres conseguem se aposentar aos 60 anos por idade, enquanto os homens aos 65 anos
- Para alcançar o teto máximo, o trabalhador precisa ter um salário equivalente ao teto do ano vigente durante os anos de contribuição
- Mas com a reforma da previdência, a aposentadoria pública adotou regras mais complexas que impedem os trabalhadores atingirem esse patamar
As condições atuais para se aposentar pela previdência pública não costumam ser interessantes em comparação com as diversas possibilidades que o mundo de investimentos oferece. Se levarmos em consideração as regras atuais, o trabalhador precisa contribuir no mínimo 30 anos para se aposentar por tempo de serviço pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por idade, a faixa etária mínima é de 65 anos para os homens e de 60 para as mulheres. Além disso, a aposentadoria máxima disponível é de R$ 7,5 mil por mês.
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O problema é que as regras da aposentadoria pública são complexas e o trabalhador, especialmente o que está em regime CLT, não possui a flexibilidade de definir aportes mensais fixos para alcançar uma remuneração ideal ao chegar na aposentadoria pelo INSS. Segundo Vania Cervini, planejadora financeira, para conseguir se aposentar com o teto máximo pela previdência pública, é preciso que o valor médio dos salários durante o período de contribuição seja equivalente ao teto do ano vigente.
É importante lembrar que sempre há reajustes que alteram essa remuneração máxima. Além disso, há outras variáveis que o contribuinte deve levar em consideração como: idade, tempo de contribuição, fator previdenciário, entre outros. “Com a reforma da previdência aconteceram mudanças significativas, dificultando ainda mais aos contribuintes atingirem o valor máximo”, diz Cernivi.
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No entanto, há alternativas em que o trabalhador pode se planejar financeiramente para ter uma renda confortável no futuro. Os títulos de renda fixa e até investimentos em renda variável oferecem caminhos capazes de pagar a mesma quantia com aportes e dentro de um período mais adequado à sua realidade. De acordo com a simulação realizada por Cervini, para o investidor ter uma remuneração de R$ 7,5 mil, ele precisaria investir cerca de R$ R$ 2.060 por mês durante 30 anos de contribuição ou R$ 1.060 durante 40 anos de contribuição.
Na prática, isso significa que, se o trabalhador iniciar os aportes de R$ 1.060 aos 25 anos, ele conseguiria se aposentar aos 65 anos com uma renda de R$ 7,5 mil. A mesma faixa de idade que o INSS oferece aos contribuintes. Caso aumente o aporte para R$ 2.060, conseguiria se aposentar aos 55 anos. “Concluímos que o tempo pode ser seu aliado, quanto antes começar a investir menor será seu esforço de poupança mensal”, acrescenta a planejadora financeira. A simulação considerou uma carteira diversificada com títulos de renda fixa atrelados à inflação, taxas prefixadas e pós fixados mais uma taxa de juros de 5% ao ano.
No entanto, se o investidor escolher uma carteira de fundos imobiliários, as condições de investimentos ficam ainda melhores devido à alta rentabilidade, o que permite aportes com valores mais acessíveis. De acordo com uma simulação feita pela Monett, para alcançar o teto máximo vigente do INSS, o contribuinte precisaria realizar aportes mensais de R$ 267,73 por 40 anos ou R$ 659,71 por 30 anos. Caso o objetivo seja se aposentar em apenas 20 anos, basta investir mensalmente cerca de R$ 1.755,28.
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Felipe Paletta, sócio e analista da Monett, explica que a simulação utilizou a carteira do IFIX, índice de fundos imobiliários da B3, por reunir os maiores e os mais líquidos FIIs do mercado. “Nos últimos meses, o yield médio ficou em 8,9%, taxa que assumi para os cálculos e próxima à média de yield do índice nos últimos 10 anos”, afirmou o analista.
Saiba como se planejar
Os aportes correspondem apenas a uma simulação para chegar até o valor da renda desejável no futuro, mas podem variar de acordo com a realidade de cada investidor. Isso porque, antes de estabelecer uma renda mensal que deseja usufruir na aposentadoria, o investidor precisa ter em mente o custo de vida que pode ter nos próximos anos. “O maior erro que as pessoas cometem é achar que ao alcançar a terceira idade vão ter menos gastos”, diz Fernando Bueno, especialista em investimentos da Ágora.
Ao montar um planejamento financeiro para a aposentadoria, a pessoa precisa levar em consideração as despesas que poderá ter no futuro, como os gastos com saúde. Além disso, deve buscar construir ao longo da vida um patrimônio capaz de reduzir os custos considerados essenciais, como ter a casa própria. “Pagar aluguel é um estilo de vida arriscado para uma fase em que buscamos ter paz”, diz Eric Marques dos Santos, atuário da Luz Soluções Financeiras.
A revisão do planejamento financeiro também deve ser realizada constantemente para que o investidor possa adequar os seus aportes com a renda que julgue ser ideal para a sua aposentadoria.