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Benefício oferecido por empresas ajuda funcionários com as finanças

Funcionários organizam o orçamento e começam até mesmo a investir com iniciativas

Benefício oferecido por empresas ajuda funcionários com as finanças
Planos de saúde podem sofrer aumento. (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • Empresas tem adotado benefícios de saúde financeira em paralelo aos de bem-estar físico e mental
  • Perfil de colaboradores é diverso, mas funcionários com maior senioridade aderem menos às iniciativas
  • Além de colocar as contas em dia e fazer um planejamento financeiro e orçamentário melhor, colaboradores tem começado a investir seus recursos

Uma onda de benefícios relacionados à saúde financeira chega às empresas brasileiras. A iniciativa dos setores de Recursos Humanos (RH), que soma o bem-estar das finanças às iniciativas já existentes de atenção física e mental, tem levado os trabalhadores a conversar mais sobre dinheiro, planejar melhor seus futuros e até mesmo entrar no mundo dos investimentos.

Do lado dos Recursos Humanos, esse tipo de iniciativa busca melhorar indicadores de retenção, satisfação e até produtividade. “O mercado evoluiu, cada vez mais as empresas olham para isso. Tem RHs mais sofisticados que agora começam a se preocupar com isso, entendem o valor disso”, diz Gustavo Raposo, head de Empréstimo Consignado da Neon.

A Leve, benefício de bem-estar financeiro que recentemente se juntou à fintech Neon, diz que o número de usuários da sua plataforma sobe em um ritmo superior a 100% anualmente. Enquanto isso, a SuperRico, outra plataforma de benefícios de saúde financeira, saltou de 5 mil colaboradores impactados em 2021 para 40 mil em 2022.

Empresas consultadas pelo E-Investidor que tomaram iniciativas como a utilização de plataformas que conectam empregados a educadores financeiros, seminários, palestras e aconselhamento de economistas e do próprio RH, tem notado que o perfil de colaboradores engajados é diverso, chegando a níveis mais altos de senioridade — ainda que mais raramente — e pessoas com problemas financeiros mais ou menos graves.

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“Há um perfil de pessoas que estavam endividadas, desesperadas e sem saber o que fazer, quais eram as alternativas. Aí agora (após os benefícios) eles já começam a enxergar com olhar diferente, a se relacionar com dinheiro de um jeito diferente”, diz Renara Peçanha, especialista em benefícios e bem-estar da ISA CTEEP.

Mas mesmo aqueles que se relacionam melhor com o dinheiro colhem frutos. Sérgio Luís Schmidt, especialista na área de pessoas e cultura da JTI, possuía noções básicas sobre a melhor forma de lidar com seu dinheiro, mas pouco método na vida financeira. “O primeiro diagnóstico que eu tive foi realmente me controlar e monitorar melhor os meus gastos. Até então era tudo meio em conta mental. Eu sabia quanto eu recebia mentalmente, quanto eu gastaria e quanto sobraria. Nunca tive nada personalizado”, diz Schmidt.

Para Carlos Castro, CEO da plataforma de benefícios de saúde financeira SuperRico, utilizada pela JTI, o cenário de muitos usuários é similar. Ainda que superavitários, com pouco controle das finanças. “A grande maioria tem o problema mais básico, que é não saber qual o seu custo de vida, porque não tem o orçamento, não tem um controle”, diz.

Na empresa ainda são oferecidos outros benefícios atrelados ao pilar de saúde financeira, como uma economista dedicada, workshops e assessorias personalizadas. Entre 2021 e 2022, o nível de estresse financeiro dos colaboradores reduziu 4% e houveram avanços na capacidade de cumprir suas metas financeiras, com um avanço de 2%.

Segundo relatam empresas e colaboradores, as trocas de ideia sobre educação financeira se tornam mais recorrentes quando os benefícios são oferecidos. Como normalmente há um processo de aprendizado, é natural que os funcionários avancem etapas e comecem a discutir temas mais complexos, como investimentos. “Organizamos rodas de conversa e disponibilizamos esses momentos para as pessoas que queiram falar e aprender mais sobre essa pauta”, aponta Raquel Roth, gerente de saúde e bem-estar da JTI.

O contato com a plataforma oferecida pela empresa fez com que Sérgio Schmidt passasse a guardar o seu dinheiro para aumentar os rendimentos. Além disso, ele conta que teve uma “coragem adicional” para aplicar suas finanças com um cronograma de investimentos mensais.

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No caso de Juliana Bossoni, analista de People Analytics na ISA CTEEP, as consultorias financeiras feitas com profissionais e oferecida pela empresa ajudaram também a direcionar melhor o futuro.

“Por mais que eu tivesse tudo controlado no mês a mês, eu não conseguia preparar o meu futuro. Agora tenho isso, definir tudo aquilo que eu almejo e o que eu preciso para alcançar. A parte de olhar para taxas, empréstimo, diversas formas de avaliar recursos para conseguir alcançar aquilo que, para curto prazo, não tenho dinheiro”, diz. Hoje, a aposentadoria já está nos planos da colaboradora.

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