- Mais da metade da população brasileira acredita que a sobrevivência depois de anos de trabalho será garantida pela previdência pública
- O problema é que o sistema previdenciário público do Brasil está se mostrando instável e inseguro
- Com essa perspectiva, é importante apostar em estratégias mais seguras e rentáveis para a aposentadoria. As aplicações de renda fixa podem ser a alternativa
(Por Aléxis Cerqueira Góis, especial para o E-Investidor) – Os avanços na medicina e na tecnologia estão nos ajudando a viver mais tempo do que nunca. A perspectiva de viver de aposentadoria por até 40 anos, geralmente o mesmo período que um indivíduo passa trabalhando, torna a economia e o planejamento ainda mais importantes. E poupar pelo menos 10% da renda é apenas um passo para garantir uma aposentadoria saudável. Ainda é preciso escolher onde aplicar o dinheiro de forma segura e rentável.
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Mais da metade da população brasileira acredita que a sobrevivência depois de anos de trabalho será garantida pela previdência pública, de acordo com a pesquisa “Raio-X do investidor brasileiro”, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Entretanto, o sistema previdenciário público do Brasil está se mostrando instável e inseguro. O modelo de financiamento prevê que os trabalhadores ativos paguem a remuneração dos aposentados; o problema é que, com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população brasileira, existem cada vez mais aposentados e menos pessoas trabalhando formalmente.
Quem deseja se aposentar precisa ter um plano para garantir a tranquilidade no momento de aproveitar o tempo de descanso. As decisões envolvem uma definição clara dos valores que serão aplicados mensalmente, quanto tempo o dinheiro ficará alocado e qual é a expectativa de rendimentos.
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Nesse horizonte, a estratégia mais segura e rentável para a aposentadoria é investir em aplicações de renda fixa. Confira quais são os melhores investimentos de renda fixa para a aposentadoria.
1. Previdência privada
O sistema de previdência complementar é composto de fundos de investimentos constituídos especialmente para oferecer uma garantia adicional de renda ao trabalhador durante a aposentadoria. Muitas vezes, a participação nesse tipo de investimento é fechada para funcionários de empresas, nos conhecidos fundos de pensão, mas existem opções abertas a qualquer interessado.
A previdência privada se divide basicamente em duas modalidades que se diferenciam pela forma como são cobrados os impostos: o Plano Garantidor de Benefício Livre (PGBL) e Vida Garantidor de Benefício Livre (VGBL).
No Plano Garantidor de Benefício Livre (PGBL), 12% da renda bruta anual podem ser abatidos na declaração de Imposto de Renda (IR) e o tributo é cobrado somente sobre o total investido. A tributação é cobrada de forma progressiva, portanto é ideal para um período mais curto de aporte.
Já o Vida Garantidor de Benefício Livre (VGBL) tem cobrança regressiva de IR, que é recolhido somente sobre os rendimentos do que foi aplicado. O modelo é indicado para pessoas que pretendem contribuir por bastante tempo antes de começarem a receber o benefício.
2. Tesouro IPCA
Um investimento de renda fixa para aposentadoria bastante utilizado é o Tesouro IPCA+. O título do Tesouro Direto garante a manutenção do poder de compra do investidor, pois oferece um rendimento atrelado à inflação acrescido de juros prefixados. Dessa forma, é possível conhecer a rentabilidade real no momento da aplicação.
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O Tesouro IPCA, por ser emitido pelo governo federal, tem o menor risco do mercado. Os aportes podem ser realizados com valores baixos, menores que R$ 100, e há opções de vencimentos de longo prazo, entre 5 anos e mais de 30 anos.
Para aplicar no Tesouro Direto não é necessário pagar taxa de administração, mas é cobrada uma taxa de custódia pela bolsa de valores. A tabela de pagamento do IR sobre os rendimentos é regressiva, de acordo com o tempo do recurso aplicado.
No site oficial da aplicação é possível simular cenários de investimento de acordo com o objetivo de cada investidor e cada opção de título. Assim, pode-se calcular o montante a ser recebido, quais são os aportes mensais necessários e as taxas e os impostos a serem pagos.
3. LCI e LCA
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agropecuário (LCA) são aplicações de renda fixa, cuja principal diferença é o foco do investimento. Os papéis são emitidos pelos bancos para financiamento de atividades, respectivamente, do setor imobiliário e do agropecuário e oferecem ao investidor uma rentabilidade anual fixa estabelecida no momento da compra.
Essas aplicações são consideradas de baixo risco e geralmente têm rendimento ideal para quem investe no longo prazo. Os ativos são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e não são cobradas taxas ou impostos sobre os rendimentos.
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Existem três opções de rentabilidade para LCI e LCA: prefixado, pós-fixado e híbrido. Na modalidade prefixada, é possível saber o valor do resgate no momento da aplicação, pois a taxa de rendimento é definida na compra dos títulos. Na pós-fixada, a remuneração é totalmente vinculada a algum índice, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
A opção híbrida é a mais indicada para quem faz planos de aposentadoria com o investimento de renda fixa, pois combina uma taxa predefinida de juros a um índice inflacionário, garantindo a rentabilidade real da aplicação.
4. Fundos de investimento
Os fundos de investimentos de renda fixa de longo prazo são ideais para a aposentadoria, já que podem garantir diversificação e rentabilidade maiores que as aplicações simples, sem necessidade de acompanhamento cotidiano do investidor.
Esses investimentos para a aposentadoria são geridos por profissionais capazes de procurar oportunidades no mercado para ampliar a remuneração dos recursos investidos.
No mercado, existem vários tipos de fundo de investimento, cada um com uma estratégia, como aporte em ações, previdência e multimercado. Dessa forma, quem quer se aposentar pode procurar a aplicação que se encaixa melhor em seu perfil.
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Antes de aplicar os recursos, porém, é importante comparar as taxas de administração, que variam bastante de acordo com cada fundo e instituição que oferece o investimento. Algumas vezes, também, são cobradas taxas de performance.
A alíquota cobrada de IR é decrescente de acordo com o tempo de permanência no ativo, ficando em 15% sobre os rendimentos após dois anos. A partir de 30 dias de aplicação, o investimento se torna isento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Apesar de não contarem com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), os fundos de investimentos têm regulamentação e fiscalização da Anbima e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), oferecendo segurança para quem quer investir para a aposentadoria.