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Quem é Ray Dalio e como pegar carona em suas estratégias de investimento

Mercado brasileiro tem opções com base nas estratégias do investidor norte-americano

Quem é Ray Dalio e como pegar carona em suas estratégias de investimento
Foto: Brian Snyder / Reuters
  • Grande referencial para investidores, Ray Dalio fez fortuna com sua empresa Bridgewater Associates, fundada em 1975 nos Estados Unidos
  • “O cálice sagrado para ganhar dinheiro é a diversidade de investimentos não correlacionados”, declara ele
  • O pensamento sofisticado de Ray o levou a criar algumas estratégias de investimentos. Uma das mais famosas, materializada em 1996, é chamada de All Weather

Raymond Thomas Dalio, conhecido internacionalmente como Ray Dalio, é uma referência para investidores de todo o mundo. O norte-americano de 70 anos e dono de um robusto patrimônio de US$ 18 bilhões – o equivalente a quase R$ 95,9 bilhões, segundo a Forbes – fez fortuna com sua empresa Bridgewater Associates, fundada em 1975 nos Estados Unidos. A companhia é uma das mais tradicionais e respeitadas gestoras de fundos de hedge no mundo e tem mais de US$ 140 bilhões em ativos sob gestão.

Mas além de fortuna, Ray também é um pensador e estudioso do mundo dos negócios. Em 2017, ele publicou o aclamado livro “Princípios: Vida e Trabalho”, que figurou na lista de bestsellers [mais vendidos] do New York Times.

Na última terça-feira (14), o investidor participou do evento evento on-line “Expert XP”, da XP Inc, onde compartilhou memórias sobre o Brasil e quais os caminhos para quem deseja investir mesmo durante a crise de coronavírus. Para Ray, em vez de priorizar o dinheiro, as pessoas devem investir em ativos reais, como ações de empresas sólidas e em ouro, e de forma diversificada.

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“O cálice sagrado para ganhar dinheiro é a diversidade de investimentos não correlacionados”, postulou Dalio, durante a live.

Por seu olhar extremamente atento às transformações do mundo, muitos investidores continuam seguindo seus conselhos, seja por contribuições atuais ou movimentos passados, que vêm se mostrando frutíferos ao longo dos anos.

O que diz o pensamento de Ray Dalio?

O investidor norte-americano se tornou referência na gestão de fundos internacionais. Sua empresa, criada após a conclusão de um MBA pela Harvard Business School, aposta na filosofia de gestão triádica: fundamentalista, sistemática e diversificada. Esses três conceitos indicam um caminho onde é preciso considerar os fatores de causa e efeito que formam a economia, criando, a partir disso, regras que possam ser aplicadas em diferentes cenários no tempo e espaço, com o foco na diversificação dos investimentos.

O pensamento sofisticado de Ray o levou a criar algumas estratégias. Uma das mais famosas, materializada em 1996 e popularmente conhecida como All Weather (todos os climas, em tradução livre), busca encontrar uma forma de investir com uma boa performance em todos os ambientes econômicos.

Ou seja, a ideia é planejar e executar os investimentos considerando os fatores de risco e sucesso em cenários de surpresas, sejam elas boas ou ruins, em relação aos resultados de Produto Interno Bruto (PIB) e inflação nos países. Com isso, ele divide os investimentos em quatro partes: 25% de risco para crescimento e 25% de risco para queda do PIB, e a mesma divisão para a inflação. O objetivo desse pensamento é expor o portfólio e distribuí-lo em diversos países, com diversificação geográfica, e em diferentes tipos de ativos, como ações, títulos públicos e commodities, entre outros.

Com investir nas estratégias de Ray no Brasil?

Para o investidor brasileiro que busca ganhos através das estratégias de Ray Dalio, existem algumas opções de fundos no Brasil – mas com características distintas. Uma delas é o produto da Ágora Investimentos, voltado para investidores qualificados, ou seja, com pelo menos R$ 1 milhão em investimentos ou com certificação, e com cota mínima de participação de R$ 10 mil.

Esse produto permite que o investidor acesse o mercado global através de duas estratégias da Bridgewater: 50% em All Weather e 50% em Pure Alfa. Felipe Peixinho, superintendente de produtos da Ágora, explica que a primeira estratégia é mais passiva, e acompanha algum benchmark. A segunda, por outro lado, tem um desempenho mais ativo por ser uma opção mais arrojada, e que busca ganhos acima de benchmarks.

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“Se eu tenho um fundo passivo de Bovespa, por exemplo, eu espero que ele se valorize nem mais nem menos que o Ibovespa, mas que ele siga o benchmark (o índice). Quando eu falo de uma estratégia ativa, ela corre mais riscos para poder superar aquele benchmark e ter um retorno adicional”, esclarece Peixinho.

O fundo é gerido pela Lyxor e faz a alocação dos recursos em renda fixa, moedas, commodities e ações. Tudo com exposição ao dólar. Ou seja, além da variação dos ativos que compõem o fundo, o cliente pode ter ganhos ou perdas por conta da variação da moeda norte-americana.

O investimento também é bastante líquido, com resgate em cinco dias, e possui uma taxa anual de administração de 2,2%, já com o custo total da estrutura. “Em 2020, o fundo registrou alta de 18,7% no primeiro semestre e de 2% só em junho”, diz Peixinho.

A XP Investimentos também tem expandido sua oferta de produtos internacionais. A casa deve anunciar, nas próximas semanas, pelo menos oito novas parcerias, e já disponibilizou uma opção para o mercado brasileiro 100% baseada na estratégia All Weather. Neste caso, o produto é mais seleto, voltado apenas para investidores profissionais, que são aqueles com pelo menos R$ 10 milhões em investimentos ou alguma certificação, e com cota mínima de entrada de R$ 50 mil.

O fundo também trabalha com um portfólio global, balanceado e estruturado, com investimentos em ações, títulos públicos, crédito, inflação, mercados desenvolvidos e emergentes e commodities em 70 mercados diferentes, explica Fabiano Cintra, especialista em fundos internacionais da XP.

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O retorno alvo é de 7% ao ano e a volatilidade é de 12%. Como é uma estratégia dolarizada, o fundo também tem um retorno embutido da moeda norte-americana. A taxa de administração, com todos os custos, é de 1,5% ao ano. “Chegamos em um hedge fund sem taxa de performance, o que é bem atrativo para os patamares multimercados que o brasileiro está acostumado”, avalia Cintra.

Os recursos dos fundos de Ray Dalio ficam domiciliados nas Ilhas Cayman e, assim como outros fundos de hedge, existe uma proteção regulatória que restringe a exposição a esses produtos internacionais apenas para investidores qualificados ou profissionais. Contudo, é interessante que investidores com menos recursos entendam e adaptem as estratégias dos mais renomados, uma vez que legislações podem ser modificadas e, quem tiver mais preparado, sairá na frente.

O especialista em fundos internacionais da XP avalia que ainda há muito espaço para uma maior democratização do acesso a esses produtos no Brasil, inclusive, no curto prazo. “Ou a legislação brasileira se atualiza ou o Ray Dalio dá um jeito de embalar essa estratégia em um outro arcabouço legal, como Luxemburgo, que já permite a distribuição para o varejo, por exemplo. Com isso, a gente conseguiria trazer para o investidor qualificado no Brasil um investimento mínimo de R$ 5 mil”, projeta Cintra.

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