Educação Financeira

Salário mínimo sobe em janeiro; como equilibrar as contas em 2023

Com a economia ainda impactada pela inflação, ainda será difícil equilibrar as contas em casa

Salário mínimo sobe em janeiro; como equilibrar as contas em 2023
Criar o hábito de poupar pequenas quantias ao mês poderá fazer a diferença no futuro. (Foto: Envato Elements - twenty20photos)
  • O salário mínimo terá aumento de 7,4% a partir de 1º de janeiro de 2023
  • O novo salário tem como base uma variação da inflação de 5,81%, com acréscimo de ganho real de 1,5%
  • Para especialistas, é necessário dar o primeiro passo em direção à educação financeira para equílibrio das futuras contas

O salário mínimo terá aumento de 7,4% a partir de 1º de janeiro de 2023. O valor, que passa dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.302, foi divulgado em uma medida provisória (MP) publicada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial da União. A MP será ainda analisada por deputados e senadores.

Conforme a Secretaria-Geral da Presidência da República, o novo salário tem como base uma variação da inflação de 5,81%, com acréscimo de ganho real de 1,5% aproximadamente. O valor estava previsto no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, enviado, em agosto, ao Congresso Nacional.

Como equilibrar as contas com o novo salário

Publicidade

Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Com a economia ainda impactada pela inflação e por incertezas quanto à desaceleração econômica em 2023, ainda será difícil equilibrar as contas em casa, separar um dinheiro para a reserva de emergência ou para investimentos. No entanto, especialistas explicam que é necessário dar o primeiro passo em direção à educação financeira.

Foi o que aconteceu com Alex Vilela, dono da página ‘empreendedor periférico’, que já conta com mais de 90 mil seguidores no Instagram. Natural de Capão Redondo, em São Paulo, ele teve o primeiro contato com as finanças ainda adolescente, como vendedor de balas nos faróis da região. Hoje ele é parceiro da LTW Consult e Instituto Êxito, voltados para consultoria financeira direcionada ao público de baixa renda.

Na visão de Vilela, educação financeira é essencial, especialmente para quem tem poucos recursos. “Eu tenho a convicção que todo investimento começa com conhecimento. A diferença é quem nasce em uma família mais privilegiada tem mais acesso à informação e educação”, afirma. “O mercado financeiro deveria ter muito mais pessoas de periferia porque nós somos solucionadores de problemas por natureza.”

Além de Vilela, o E-Investidor conversou com as educadoras financeiras Juliana Achcar e Carol Stange. Veja as dicas dos especialistas para começar a investir, mesmo com baixa renda.

Tente renegociar dívidas

Publicidade

Antes de pensar em qualquer tipo de investimento, entenda se você tem dívidas. Até porque, não há nenhum tipo de rendimento que supere o valor cobrado em juros de um cartão de crédito, por exemplo, que podem chegar aos 300% ao ano.

Então, o primeiro passo é elencar suas dívidas e tentar renegociar, se possível. “A pessoa que tem uma renda baixa, tem outros problemas a serem resolvidos antes de começar a investir. Pagar contas, sair de dívidas, tirar o nome do SPC Serasa, tudo isso que é um passo anterior a conseguir investir”, afirma Vilela.

Uma saída que poucos conhecem é a possibilidade de trocar uma dívida ‘cara’ por uma dívida mais ‘barata’. “Dívidas caras são aquelas com juros abusivos, muito altos, como de cartão de crédito ou cheque especial. A pessoa pode tentar negociar um empréstimo consignado, que os juros são um pouco menores, mas sempre com muito planejamento”, explica Achcar.

Separe o que conseguir, não há limite mínimo

Ter uma reserva de emergência é importante para momentos de crise. Por isso, criar o hábito de poupar pequenas quantias ao mês, ou a cada dois meses, poderá fazer a diferença no futuro. Não há limite mínimo, seja R$ 50, R$ 20 ou R$ 5, o importante é ir formando, aos poucos, um pequeno ‘colchão’ para imprevistos.

Publicidade

“Para a pessoa que ganha um salário mínimo, o primeiro passo é sair das dívidas. O segundo passo é fazer um fundo de reserva”, afirma Vilela. “O caminho é esse, começar a se programar e começar com pouco.”

Poupança não é necessariamente uma vilã

Para quem está iniciando nos investimentos e já tem uma pequena reserva de emergência, a Poupança pode ser uma aliada. Mesmo que ela perca para a inflação, é um investimento simples, sem imposto de renda e com liquidez.

“É um meio de saque rápido de dinheiro. A pessoa de baixa renda tem muitos problemas a resolver, como acabar a luz, o gás ou queimar um chuveiro, comprar material escolar, pagar internet. São coisas que por mais que pareçam simples para alguns, o pessoal mais periférico sofre muito com isso. Então o dinheiro tem que estar aplicado em um lugar simples, de resgate imediato”, explica Vilela.

Essa também é a visão de Achcar. “O pessoal demoniza muito, mas se a pessoa não sabe nem por onde começar, a Poupança pode ser um plano inicial de investimento. Claro que não é o plano ideal, tem opções melhores.”

Publicidade

Já para o público que tem um pouco mais de bagagem, investimentos mais conservadores como Tesouro Selic podem ser opções acessíveis. “Investimentos no Tesouro Direto podem ser feitos com valores iniciais abaixo de R$ 100 e investir é, sem dúvidas, um passo essencial para o futuro financeiro de todos”, afirma Stange.

Educação é o melhor investimento

Se há um investimento que pode dar um retorno excepcional é a educação. Para quem tem poucos recursos, ‘investir’ em educação financeira (mesmo que seja por meio de conteúdos gratuitos) e capacitação pode ser a saída para conseguir aumentar a renda.

“Dependendo da situação, é preciso refletir: o que essa pessoa pode fazer para aumentar a renda dela, para conseguir alguma promoção ou um emprego melhor? Começar um pequeno negócio familiar é possível?”, ressalta Achcar.

*Com informações da Agência Brasil

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos