Esta reportagem faz parte da Semana da Educação Financeira do E-Investidor, um evento gratuito que reúne grandes nomes do mercado para debater temas que impactam diretamente o bolso dos brasileiros.
Marília Fontes, cofundadora da Nord Investimentos, explicou como escolher os melhores investimentos em renda fixa durante uma live realizada pelo E-Investidor nesta quinta-feira (6). A especialista detalhou quais ativos os investidores podem manter na carteira em meio ao ciclo de alta da Selic. Confira o conteúdo completo aqui.
Antes de definir a modalidade de aplicação, Fontes recomenda que a pessoa analise o cenário econômico. Momentos caracterizados por uma elevação da taxa básica de juros brasileira, como ocorre agora, tendem a favorecer os títulos pós-fixados – opções atreladas a determinados indexadores econômicos como a própria Selic ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
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Por outro lado, os chamados títulos pré-fixados são aqueles em que o investidor conhece antecipadamente o retorno que receberá na data de vencimento. Caso ele precise vender o título antes desse prazo e a Selic aumente mais do que o esperado, o preço do título pode cair, resultando em prejuízo.
“Os pós-fixados são os mais seguros para o momento atual. O mercado já precifica, na curva dos pós-fixados, a alta de 1 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas se o Banco Central surpreender para cima e subir mais a Selic do que o esperado, os pré-fixados podem sofrer marcação a mercado“, afirma Fontes.
Para quem tem um perfil conservador, ela destaca que os pós-fixados são as melhores opções agora. Já se o investidor tem um horizonte de longo prazo, pode ser interessante investir em títulos pré-fixados ou indexados à inflação, que apresentam taxas atrativas atualmente. “No entanto, como estamos em um momento de insegurança e esses títulos podem gerar marcação a mercado, para quem é mais conservador o pós-fixado é o mais recomendado”, alerta.
No caso da reserva de emergência – dinheiro guardado para imprevistos –, o ideal é que ela seja montada com as opções pós-fixadas, como o Tesouro Selic, que tenham liquidez diária e maior segurança, pois a pessoa deve conseguir resgatar os valores aplicados a qualquer momento. “É ideal para os recursos que você não pode perder de maneira alguma”, destaca.
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Se a pessoa já tiver a reserva de emergência formada e pensar no longo prazo, os títulos pré-fixados ou indexados à inflação podem ser interessantes, pois, nesse caso, o investidor não teria problemas de levar os papéis até a data de vencimento.
Quando se trata de Certificados de Depósito Bancário (CDB), Fontes prefere títulos de curto prazo, para tentar obter um rendimento maior do que o encontrado nas opções do Tesouro Direto. A especialista, no entanto, não vê vantagem nos CDBs de longo prazo, que precisam ser levados por muitos anos e geralmente não passam por marcação a mercado.
Vale colocar o dinheiro na poupança?
Fontes destaca que a poupança, apesar de ser uma das opções mais conhecidas entre os brasileiros, não é considerada uma forma atrativa de investimento. Isso porque a modalidade sempre vai render menos que o Tesouro Selic ou que um CDB a 100% do CDI. Para se ter uma ideia, quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, como ocorre agora, o rendimento da caderneta corresponde a apenas 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais o pagamento da Taxa Referencial (TR), definida pelo Banco Central.
A cofundadora da Nord salienta também que a poupança pode oferecer mais riscos do que o Tesouro Selic, já que depende da segurança do banco onde o dinheiro está investido, enquanto o Tesouro conta com a proteção da União.
Agora se a dúvida for entre o Tesouro Selic e o CDB como alternativa para a poupança, Fontes explica que o investidor deve colocar na balança alguns fatores. O primeiro é que, ao investir no Tesouro Direto, é necessário pagar a taxa de custódia de 0,20% ao ano da B3 para aplicações acima de R$ 10 mil. “Por outro lado, o Tesouro Selic é mais seguro do que o CDB de qualquer banco. É mais fácil o banco quebrar do que o governo quebrar”, destaca.
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