O que este conteúdo fez por você?
- Com um pouco de planejamento e paciência é possível utilizar o 13º para fazer uma reorganização da vida financeira
- Considerando a taxa de juros e as expectativas do mercado, os títulos públicos são produtos mais atrativos, na média, no curto e longo prazo
- Fundos imobiliários podem ser opções atrativas para quem deseja complementar a renda no curto prazo
O tão esperado 13º salário pode ser muito mais do que um alívio no orçamento ou um incentivo para compras de final de ano. Com um pouco de planejamento e paciência é possível utilizá-lo para fazer uma reorganização da vida financeira, quitar dívidas, começar a investir ou até impulsionar objetivos futuros. Com cuidados simples é possível transformar essa renda extra em uma fonte de benefícios duradouros que vão além do fim do ano.
Antes de começar a pensar no futuro, primeiro é necessário se livrar os esqueletos do passado e verificar se há débitos com taxas a serem quitados. “Em geral, os juros que pagamos nas nossas dívidas são maiores que os juros que recebemos com investimentos”, diz Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad. “Por isso, usar o 13º para quitar dívidas deve ser prioridade nesse caso. Com tudo em dia, é hora de pensar em diversificar.”
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Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, lembra ainda que é preciso resolver as demandas do presente. “É possível fazer compras que tragam valor duradouro, sem comprometer o planejamento financeiro“, comenta. Esse gasto consciente pode envolver, por exemplo, a renovação de um item essencial, como um celular ou um eletrodoméstico que já está defasado e impacta na produtividade. “Compras assim têm impacto direto na qualidade de vida, facilitando o dia a dia e, em muitos casos, gerando economia a longo prazo.”
Fortalecer a reserva de emergência
Com as contas em dia, é hora de fortalecer a saúde financeira. “Utilize 50% do 13º salário para investir e formar uma reserva de emergência, que será essencial para lidar com imprevistos”, comenta Aline Soaper, Especialista em Educação Financeira e Fundadora do Instituto Soaper. “Uma boa opção para essa reserva são investimentos simples e seguros, como CDBs do próprio banco que rendam mais de 100% do CDI. Eles oferecem liquidez (facilidade para resgatar o dinheiro) e maior retorno que a poupança”, opina.
Guilherme Almeida, especialista em educação financeira e economista da Suno ressalta que, ao falar de renda fixa hoje, considerando taxa de juros e expectativas do mercado, os títulos públicos são mais atrativos, na média. “O juro adicional que um título privado paga acima de um título público não está compensando o risco”, comenta. “Os títulos públicos são considerados os produtos de investimento de menor risco de mercado, inclusive aquele que é considerado, na literatura financeira, como livre de risco”, comenta.
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Neste sentido, o Tesouro Selic vem apresentando uma rentabilidade maior com o movimento de aumento na meta dos juros básicos. “Eles têm uma liquidez muito atrativa, principalmente para quem quer formar uma reserva de emergência”, diz.
Pensando no longo prazo
Para quem quer garantir, com o benefício de final de ano, frutos de mais longo prazo, os títulos do Tesouro também são uma boa opção. O Tesouro IPCA+, que tem vencimentos em 2029, 2035, 2045, confere ao investidor uma remuneração por meio da inflação acrescida de uma taxa de juro real. “Inclusive, essa taxa de juro real bateu recordes, chegando a pagar 7,01% acima da inflação no Tesouro IPCA+ 2029. É uma opção interessante justamente porque preserva o poder de compra do investidor”, comenta Almeida.
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A ações são alternativas para quem busca crescimento de longo prazo, apesar das incertezas da renda variável. Mas, como os investidores precisam deixar o capital alocado por períodos extensos e realizar aportes periódicos, talvez não seja a melhor opção para investir a renda extra de final de ano.
Agora, quem busca um fluxo de renda regular pode pensar fundos imobiliários, que são opções atrativas, especialmente para quem deseja complementar a renda no curto prazo. Eles distribuem, obrigatoriamente, 95% dos lucros líquidos semestrais, geralmente em pagamentos mensais. “A diversificação proporcionada por esses fundos reduz riscos e potencializa ganhos no portfólio financeiro”, comenta Almeida. É importante avaliar os riscos dos FIIs, como vacância de imóveis. Os lucros podem variar com inquilinos ou setor econômico.
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O consultor de investimentos Harion Camargo comenta que o 13º salário oferece uma oportunidade para que os investidores ampliem seus recursos de forma planejada, sem comprometer o orçamento mensal. “Esse valor extra permite explorar novos ativos ou reforçar posições em carteiras existentes, potencializando os ganhos de longo prazo”, avalia. “No entanto, para aproveitar ao máximo essa oportunidade, é essencial que o investimento seja feito com clareza de objetivos e com a consciência do perfil de risco individual.”
Neste sentido, para quem busca segurança, a renda fixa seria a melhor opção. Os investidores mais arrojados podem considerar ações, FIIs, Fiagros e ETFs também, para capturar as oscilações do mercado. “Investir em setores estratégicos ou empresas com sólidos fundamentos pode ampliar os ganhos de maneira expressiva ao longo dos anos”, considera. Por fim, é preciso estar atento à diversificação. “Com o rendimento extra para diluir os risco. espalhando o investimento entre diferentes ativos ou até explorando novas classes.”
Há inúmeras maneiras de conferir um uso proveitoso ao décimo-terceiro salário e isso não envolve apenas questões ligadas a investimentos e produtos financeiros. Thaísa Durso, da Ricos, lista pelo sete utilidades para o benefício de final de ano: