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CDB, poupança ou tesouro. Qual a melhor opção com a Selic a 13,75%?

No ambiente de juros altos, renda fixa ganha espaço na carteira de investidores

CDB, poupança ou tesouro. Qual a melhor opção com a Selic a 13,75%?
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
  • Na reunião desta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano
  • Além de servir de referência para todas as outras taxas de juros do País, a Selic norteia os rendimentos na renda fixa e está no maior patamar desde dezembro de 2016
  • Três dos investimentos mais conhecidos de renda fixa e que são atrelados aos juros são a Poupança, Tesouro Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Veja qual é melhor com Selic a 13,75% ao ano

No encontro realizado nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano – a sexta reunião da autarquia em que há a manutenção do patamar da taxa Selic.

Além de servir de referência para todas as outras taxas de juros do País, a Selic norteia os rendimentos na renda fixa e está no maior nível desde dezembro de 2016. Em outras palavras, os ativos conservadores estão com os maiores retornos em mais de seis anos – motivo pelo qual essa classe vem ganhando protagonismo na carteira dos investidores.

Três dos investimentos mais conhecidos de renda fixa e que são atrelados aos juros são a Poupança, o Tesouro Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que são vinculados ao CDI, taxa que costuma ser 0,1 ponto percentual abaixo da Selic.

Qual é o melhor?

A poupança é a aplicação com o menor benefício ao investidor, mesmo considerando a isenção de Imposto de Renda (IR). Isto porque o rendimento é bastante limitado e costuma estar defasado em relação à taxa de juros. Saiba quanto a poupança está rendendo hoje

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Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, situação atual, o rendimento da caderneta é de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) + uma taxa referencial (TR). A TR permaneceu zerada por quase quatro anos, entre outubro de 2017 e dezembro de 2021. Hoje, este indicador saiu do zero, mas ainda mantém um valor muito baixo, de 0,1715% ao ano.

Já quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5%, a rentabilidade da Poupança é de apenas 70% da taxa básica de juros +TR. “Dessa forma, é muito comum ouvir de especialistas que a poupança não é uma boa opção de investimento, sendo inadequada para objetivos financeiros de médio e longo prazo”, afirma João Paulo Lux, coordenador de produtos e comercial da CM Capital.

O Tesouro Selic, por exemplo, é um título público que oferece ao investidor uma rentabilidade de 100% da Selic. Por ser garantido pelo governo federal, esse investimento é considerado o mais seguro do mercado brasileiro.

Os CDBs, títulos emitido por bancos, também são uma ótima alternativa à poupança. No mercado, o investidor pode ter acesso a muitas opções que rendem 100% do CDI (13,65% ao ano) ou até mais do que isso, dependendo do porte da instituição financeira emissora do papel.

Para escolher entre Tesouro Selic e CDBs, os investidores devem considerar algumas questões. Carlos Castro, planejador financeiro CFP © pela Planejar, lembra que o Tesouro Nacional cobra uma taxa de custódia de 0,2% para investimentos acima de R$ 10 mil em títulos públicos.

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Já os certificados de depósitos bancários não possuem essa taxação. “Portanto, acima dessa quantia, os CDBs terão retornos acima do Tesouro Selic”, afirma Castro.

Por outro lado, os CDBs que pagam mais que 100% do CDI (15% ao ano) costumam ser menos líquidos. Ou seja, os resgates não são efetivados no mesmo dia e, se tirados antes do vencimento, podem gerar perdas para o investidor. “Tem que tomar cuidado para alocar, porque se precisar de liquidez e precisar vender no mercado secundário (compra e venda de ativos entre investidores), acabará perdendo parte da rentabilidade”, diz Castro.

Simone Albertoni, analista de produtos de renda fixa, também alerta para o investidor se atentar ao emissor dos CDBs, principalmente aqueles que oferecem rentabilidades mais fora da curva. Até porque, o banco emissor será responsável por pagar aquele rendimento ao investidor.

“Os CDBs acabam tendo um retorno maior do que o Tesouro e a Poupança porque o risco também é maior ”, diz Albertoni. “O investidor deve procurar títulos cujos bancos emissores tenham bons ratings (avaliação de risco de crédito).”

Em caso de falência da instituição financeira emissora do CDB, o investidor tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil. “O investidor precisa saber seu perfil de risco, para entender quais prazos e riscos aceita correr”, afirma Albertoni.

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Vale lembrar também que, apesar das diferenças, as três aplicações devem superar a inflação em 2023. De acordo com o último Boletim Focus (17 de março), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar ao fim de 2023 em 5,95%.

Veja a simulação de rendimento:

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