O que este conteúdo fez por você?
- A corretora Órama Investimentos explicou que três fatores são essenciais para uma gestora prosperar: ativos sob gestão relevantes, time qualificado e performance de longo prazo
- Especialista da Órama elencou cinco novas gestoras de fundos de investimento de crédito privado, multimercado e ações
- De acordo com dados da Anbima, existem 28.403 fundos no Brasil e algumas classes tiveram crescimentos relevantes desde 2015
Um dos maiores desafios do mercado de investimentos é conseguir encontrar as melhores oportunidades enquanto analisa quais aspectos políticos e econômicos podem afetar os rendimentos, tanto da renda fixa quanto da renda variável. Dessa forma, os gestores de fundos servem para administrar o patrimônio de terceiros, buscando o melhor retorno no mercado.
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Em relatório, a corretora Órama pontua três fatores são essenciais para uma gestora prosperar: ativos sob gestão relevantes, time qualificado e performance de longo prazo. “Vale destacar que dificilmente uma gestora despontará e será perene com apenas dois desses fatores, independentemente da combinação”, afirma Matheus Lamah, analista de fundos da Órama Investimentos.
Dessa forma, o especialista elencou cinco novas gestoras de fundos de investimento de crédito privado, multimercado e ações para o investidor acompanhar de perto. “Todas as gestoras são relativamente novas, apesar de já contarem com um time que possui longo histórico de atuação […] acredito ainda que uma performance consistente e de longo prazo poderá colocar essas casas entre as mais procuradas do mercado”.
Alphatree Capital
A Alphatree é uma gestora monoproduto e concentra os esforços em seu multimercado macro global, o Alphatree FIC FIM. A estratégia de investimento busca capturar as oportunidades nos mercados de juros, moedas, ações (via índices), commodities e volatilidade, no Brasil e mercados internacionais mais líquidos. “Espera-se que a maior parcela de retorno venha de posições estratégicas, ou seja, de longo prazo, e uma parcela menor de posições com horizonte mais curto”, explica Lamah.
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O time de investimentos da Alphatree tem 11 pessoas, que fizeram parte da carreira no Brasil e no exterior. Como o co-CEO, Rodrigo Jolig, que tem 21 anos de experiência na mesa de operações de juros e moedas, sendo 14 anos de experiência entre instituições de Nova York e Londres. Ou Jonas Doi, também co-CEO, que passou mais de 10 anos na Verde Asset e Hedging Griffo como gestor e trader, atuando de forma próxima com Stuhlberger, um dos gestores mais renomados do país.
“Dada a experiência de Jolig no exterior e de Jonas no Brasil, não há uma preferência específica por fonte de retorno – seja em relação à geografia ou classe de ativo”, declara o especialista da Órama.
De acordo com Lamah, a Alphatree visa capturar oportunidades que possuam boas assimetrias de risco, independente de onde estiverem alocando capital. “O próprio nome da gestora faz referência a proposta de produzir alpha, de múltiplas formas e com diferentes ramificações”, diz Lamah.
Aster Capital
A Aster Capital é uma gestora independente com fundos de investimento de renda variável, focada no mercado brasileiro, fundada em 2021. O nome, que significa “Estrela” em grego, é uma homenagem dos sócios-fundadores à casa que faziam parte, a Constellation Asset Management, uma das mais tradicionais do país.
Dentre os sócios-fundadores da Aster estão Marcello Silva e Marcos Matsutani, que eram sócios do time de investimentos (junto com Florian Bartunek) da Constellation. Hoje, na Aster, possuem um patrimônio de, aproximadamente, R$ 700 milhões.
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A gestora tem um time de 14 pessoas responsável por fazer a gestão dos fundos ‘Aster FIC FIA’ e ‘Aster FIC FIA – BDR Nível I’. Os dois fundos são muito semelhantes, com a diferença que o primeiro é para investidores qualificados (que possuem mais de R$ 1 milhão investidos) e tem como benchmark o IPCA + Yield de IMA-B (índice que demonstra a variação dos preços das carteiras de títulos públicos que seguem o índice IPCA).
Já o segundo é para investidor geral com benchmark Ibovespa. Os fundos têm, em média, 20 empresas investidas na carteira.
Root Capital
A Root Capital tem 13 profissionais seniores, entre gestores, analistas de crédito e advogados, que trabalham juntos desde 2009. O CIO da companhia, Rafael Fritsch, tem mais de 23 anos de experiência em crédito high yield (com maior risco de crédito) e ativos distressed (de companhias que passam por dificuldades financeiras).
O time faz a gestão de R$ 1,7 bilhão e o formato atual da gestora, chamado por eles de Root 2.0, existe desde 2021.
Nos fundos da Root, dependendo do produto, o cotista pode esperar uma série de instrumentos financeiros, desde debêntures até FIDCs, mas o que vale é a capacidade do time de encontrar o meio mais adequado para capturar a melhor relação risco-retorno, com foco na garantia das operações, diz o especialista da Órama.
Tenax Capital
A gestora Tenax Capital começou suas atividades com R$ 250 milhões de ativos sob gestão, envolvendo o seed money de um player estratégico do mercado, e acabaram de bater a marca de R$ 1 bilhão sob gestão. A companhia conta com 27 profissionais.
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Para começar a operar, os sócios-fundadores firmaram uma parceria com o Itaú para receberem um aporte de R$ 200 milhões do Rising Stars, um fundo do banco que investe no desenvolvimento de gestoras independentes. Esse fato, segundo Lamah, foi benéfico em vários motivos.
Primeiro, a Tenax recebeu o aporte enquanto ainda estava na fase mais embrionária, o que mostrou a confiança do Itaú nos profissionais e no modelo. Além disso, essa solidez institucional propiciou um valor de ativos sob gestão confortável para montar uma estrutura robusta do ponto de vista de tecnologia, processo e equipe.
“Um ponto importante da transação com o Rising Stars é que [uma rodada] seed money não tem contrapartida uma participação na sociedade da Tenax – que costuma ser uma das moedas mais importantes das gestoras para retenção de talentos”, destacou o analista da Órama.
Na visão da gestora, ao mesmo tempo, um de seus diferenciais está no seu processo de investimentos, desenvolvido ao longo de anos de trabalho conjunto e que passa pela combinação da análise macro (top-down) com análise micro (bottom-up), independente da estratégia. A ideia é que mesmo em estratégias de ações, nas quais a análise micro costuma dominar, a análise macroeconômica seja muito presente (e vice-versa) para trazer mais amplitude e complementaridade nas discussões.
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Tendo esse traço impresso na gestão, o fundo macro da Tenax é um multimercado macro global com objetivo de entregar CDI + 8% ao cotista. Já o fundo long only (quando o gestor trabalha apenas na compra de ativos) é adaptado para receber aportes de investidores institucionais, desenhado para superar o Ibovespa e com liberdade para o gestor explorar posições em todo o espectro de capitalização da bolsa brasileira, sem restrição.
E seu outro fundo ‘Tenax Total Return’ tem uma carteira comprada de ações e uma parcela vendida (short), além de possuir como meta a captura de parte relevante das altas na bolsa e ser mais defensivo em momentos de estresse.
Vale dizer que, de acordo com dados da Anbima, existem 28.403 fundos no Brasil e algumas classes tiveram crescimentos relevantes desde 2015. Por exemplo, os fundos de ações mais que dobraram e fundos multimercado aumentaram em 90%.
Quando se olha para o patrimônio líquido total alocado nessas classes, os fundos de ações quase quadruplicou e nos fundos multimercado quase triplicou, tendo R$ 529,4 bilhões e R$ 1,6 trilhão alocados, respectivamente.
Upon Global Capital
O caso da Upon é semelhante ao da Alphatree, apesar das gestoras terem propostas, modelos e profissionais diferentes envolvidos no dia a dia. Thiago Melzer, co-fundador e CIO da Upon Global Capital, também construiu grande parte da sua história no mercado através da atuação no exterior. A Upon nasceu, em 2020, com R$ 350 milhões sob gestão e, atualmente, está com quase R$ 500 milhões.
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Além de Melzer, a gestora ainda conta com uma série de portfolio managers (PMs) responsáveis pelo ‘Upon Global Macro FIC FIM’. Para fazer a alocação, há uma discussão de qual o melhor tipo de instrumento para fazer o trade, visando otimizar os custos e volatilidade, por exemplo.
A Upon tem a proposta de operar de maneira global para capturar oportunidades descorrelacionadas do mercado, principalmente olhando para posições de curto prazo (dias, semanas), afirma o especialista da Órama.
O fundo tem o objetivo de ficar entre 70%-80% alocado internacionalmente e de 20%-30% no Brasil. No longo prazo, a expectativa é que a alocação de risco do fundo seja, aproximadamente, de 40% em moedas, 30% em juros, 20% em commodities e 10% em ações (via índices e ETFs, sem comprar ações por um preço menor e vender quando elas se valorizam, técnica chamada de stock picking).
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