As ações da Suzano (SUZB3) subiram 18% no Ibovespa e fecharam este mês com 20,42% de valorização após o encerramento das negociações com a International Paper. Com o real desvalorizando 6% no último mês, a empresa de papel e celulose é vista como uma opção atraente para investidores que buscam proteção contra a fraqueza da moeda brasileira, segundo relatório do Itaú BBA divulgado ao mercado.
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O banco diz que o rompimento da fusão entre a Suzano e a empresa britânica é visto como um movimento positivo pelo mercado e alivia preocupações sobre uma possível sobrecarga financeira para a companhia brasileira
Com o foco dos investidores voltado para o desempenho operacional da Suzano, o BBA analisa que a empresa se beneficia com os preços de celulose mais altos do que o esperado desde o início do ano.
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Os estrategistas observam ainda que a desvalorização do real pode, inclusive, beneficiar a empresa com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 2024, estimado a R$ 24,6 bilhões — 11% acima do consenso da Bloomberg —, e do Ebitda de 2025, aumentando em cerca de 2,4% para cada R$ 0,10 de depreciação, conforme o relatório. “Mas a incerteza no curto prazo persiste até que os investidores se sintam mais confiantes de que a Suzano não buscará outro grande acordo de fusão e aquisição em breve”, afirmam.
Valorização e riscos da Suzano
A Suzano estima que o preço da celulose fique em US$ 542 por tonelada (em torno de R$ 3 mil), e que a taxa de câmbio seja de R$ 4,25 em 2025, valores que os analistas consideram conservadores.
Mesmo com uma possível queda nos preços da celulose no curto prazo, a perspectiva para os próximos dois a três anos, de acordo com o BBA, é otimista, devido à falta de novos projetos de celulose e frequentes interrupções na oferta global.
Em contrapartida, os estrategistas apontam no relatório que a empresa pode enfrentar dificuldades no terceiro trimestre deste ano devido à baixa demanda por papel, grandes estoques de papel e uma economia enfraquecida na China.
Temporada de baixa
A ação da Suzano passa por um momento de recuperação. A baixa da Suzano no mercado financeiro começou no dia 3 de abril deste ano, quando as ações foram negociadas a R$ 64,60, dias antes de a empresa divulgar lucro de R$ 220 milhões no primeiro trimestre deste ano (1T24), representando uma queda de 96% em comparação com o mesmo período do ano anterior (1T23). À época, a companhia culpabilizou a desvalorização cambial sobre a dívida e operações com derivativos, além de uma redução no resultado operacional.
No dia 30 do mesmo mês, os papéis caíram para R$ 58,46 e, por fim, o seu pior desempenho do ano foi registrado no dia 5 de junho, quando foram vendidos a R$ 46,64.
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Com as ações em alta desde o dia 21 deste mês, a Suzano mostra ao mercado melhora no valor dos papéis e põe fim à temporada de quedas na Bolsa de Valores.
Apesar dos possíveis desafios a curto prazo devido a ajustes nos preços da celulose, os fundamentos sólidos da indústria e a possibilidade de revisões positivas nos lucros, caso o real continue fraco, os analistas do BBA dizem que continuam recomendando a compra das ações da Suzano, com um preço-alvo de R$ 67 por ação (anteriormente R$ 75), até o fim deste ano.