- Após serem descobertas “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nos balanços da Americanas, na quarta-feira (11), a grande maioria dos investidores passou a ficar atento para a cotação do papel AMER3
- Segundo um levantamento realizado pelo Economatica, a pedido do E-Investidor, mais de mil fundos têm a Americanas na composição
- De todo modo, entrevistados pelo E-Investidor afirmaram que os fundos diversificados e que possuem uma participação pequena da companhia no portfólio, devem ser impactados negativamente no curto prazo
Após serem descobertas “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nos balanços da Americanas (AMER3) na última quarta-feira (11), o mercado tem observado de perto as ações da varejista em função dos efeitos em outros ativos. Os papéis da companhia apresentam desvalorização de mais de 90% desde a revelação do rombo.
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Segundo um levantamento realizado pelo Economatica, a pedido do E-Investidor, 1.057 fundos (588 de ações e 469 de debêntures) têm a Americanas na composição das suas carteiras. A exposição à crise da varejista pode variar desde o Colorado FIA Ie, com exposição de 99,64% do seu portfólio na empresa, até o Bradesco FI RF Master III Previdencia, com participação de apenas 0,07%.
Os fundos de ações são compostos apenas por papéis negociados em Bolsa e visam superar um índice de referência, como o Ibovespa. Já as debêntures funcionam como um “empréstimo” de capital para uma companhia que, em troca, se compromete a pagar o montante ao cotista com uma remuneração extra na forma de juros. E as regras e prazos nesse segundo caso são definidas no momento da emissão do produto.
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A composição dos fundos é selecionada por uma equipe de especialistas que procura alcançar a melhor rentabilidade possível para um determinado perfil de investidor. Até a publicação desta matéria, não há indícios de que o portfólio dos fundos apontados no estudo foram alterados pelos gestores.
Veja abaixo a relação completa dos fundos:
O efeito nos fundos imobiliários (FIIs)
Além desses produtos, oito fundos de investimento imobiliários (FIIs) têm relações diretas com a Americanas. São eles: MAXR11 (FII Max Retail); GGRC11 (GGR Covepi Renda FII); XPLG11 (XP Log FII); LVBI11 (FII VBI Logístico); BRCO11 (Bresco Logístico); VIUR11 (Vinci Imóveis Urbanos FII); RBRL11 (Rbr Log – Fundo de Investimento Imobiliário); e HGLG11 (CSHG Logística). Este último está em estágio final de venda do seu terreno alugado pela Americanas para o GGRC11.
Gabriel Fiorillo, sócio e head de fundos imobiliários da Acqua Vero Investimentos, diz que os investidores não precisam se preocupar com os fundos imobiliários, já que os produtos possuem negócios com outras companhias e não só com a Americanas. Ou seja, um portfólio diversificado que tende a reduzir o impacto quando acontece algo de tamanha proporção com um grande player do mercado.
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Veja nesta reportagem o que os especialistas recomendaram para quem tem esses FIIs na carteira.
- Leia também: Quem é PwC, a auditoria que aprovou as contas da Americanas.