A BlackRock lança nesta segunda-feira (14) os primeiros BDRs de ETFs de renda fixa da B3, expandindo a opção até agora só disponível para renda variável e reforçando a aposta da maior gestora de ativos do mundo no Brasil, que vê com potencial independente de governo ou cenário macroeconômico.
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Karina Saade, presidente-executiva da BlackRock no País, disse que a expansão acompanha a maturação do mercado, com investidores cada mais jovens e buscando diversificação.
“Quem acompanha a gente está vendo que temos investido significativamente em expandir nossa presença no Brasil”, disse ela a jornalistas, aponta foco em gestão ativa e BDRs.
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Para a executiva, o início de uma mudança estrutural no mercado brasileiro torna o país com potencial para a empresa. “E isso independe de governo, cenário macroeconômico”, disse ela.
A gestora estreia em parceria com a B3 seis novos BDRs, todos atrelados a ETFs negociados originalmente em Nova York e que acompanham diferentes títulos do governo norte-americano.
“É só um primeiro passo”, disse Saade, dizendo que está nos planos da companhia estender a lista de BDRs de ETFs de renda fixa para além daqueles focados em Treasuries. A ideia é alcançar também áreas como crédito e fundos negociados em outros mercados for a dos EUA. Mas os representantes da gestora não detalharam quando isso deve acontecer.
Hoje a B3 tem 97 BDRs de ETFs, com média diária de negócios de 48 milhões de reais, segundo Luís Kondic, diretor de produtos e dados da B3. A BlackRock tem 80 BDRs de ETFs no país.
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Os ETFs (Exchange Traded Funds) são cotas de fundos negociados em bolsa e que acompanham um índice de referência — nesse caso, índices de renda fixa. Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos negociados na B3 que têm como lastro outro ativo listado no exterior (como ações de empresas estrangeiras).
A B3 passou a permitir em janeiro a listagem de BDRs de ETFs de renda fixa, assim como outros sete novos produtos, incluindo ETFs de moedas e ETFs de renda fixa internacional.
Os BDRs de ETFs, antes exclusivos para investidores institucionais, podem ser negociados por pessoas físicas desde fevereiro do ano passado.
Segundo Kondic, o número de investidores pessoas físicas em ETFs na B3 saltou de 239 mil para 500 mil entre 2020 e 2021. Em BDRs, a base saiu de 130 mil para 4 milhões no mesmo período.
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Os novos produtos da BlackRock chegam em meio à expectativa por elevação na taxa de juros nos EUA a partir de março.
Daniel Lobo, diretor da gestora, disse que havia expectativa de listar os BDRs desde 2020. Segundo ele, gestoras de recursos, fundos de pensão estão os principais alvos dos BDRs de ETFs.